Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.
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Segurança nas Piscinas. A Lei Federal aguarda (ainda) tramitação no Senado

- 3 de novembro de 2014
Vistoria e manutenção feita na tampa antiaprisionamento FSB, de fabricação da empresa Sodramar. O mergulhador da foto é da empresa Stillus Piscinas, empresa especializada em serviços Sub Aquáticos.

A manutenção da tampa antiaprisionamento e de qualquer outro dispositivo de segurança da piscina deve ser feita sempre que se fizer necessário e no mínimo uma vez por ano, por empresa especializada que deixará no local um laudo e se responsabilizando pelo trabalho realizado.

A aprovação da Lei Federal para Segurança nas Piscinas está demorando, infelizmente. Mas o verão não demora a chegar. Estamos a dois meses de janeiro, quando faz muito calor no Brasil e as piscinas ficam lotadas. Antecipe-se à Lei e torne sua piscina mais segura. Alguns condomínios estão se antecipando e já instalaram em suas piscinas a Tampa FSB, existente hoje em pelo menos 50 mil piscinas brasileiras. Fonte: SODRAMAR. Esses condomínios estão corretos, porque se algum acidente ocorrer na piscina e for constatado negligência com a segurança, o local poderá ser legalmente responsabilizado.

Mas a Lei Federal para Segurança nas Piscinas que contém a obrigatoriedade das piscinas terem instalados tampas antiaprisionamento e outros dispositivos de segurança é algo que precisamos ver acontecer em nosso país e por isso, apesar de toda a demora na aprovação dessa Lei e da dificuldade de acesso aos senhores de Brasília, não se pode desistir de uma Lei que vai tornar as piscinas de nosso país mais seguras e com isso evitar mais tragédias como a que aconteceu com minha filha Flavia que por ter seus cabelos sugados por um ralo de piscina, se afogou e vive em coma vigil há quase 17 anos.

Por enquanto, continuamos aguardando que o Senado dê atenção ao Projeto 1162/2007 que trata da Segurança nas Piscinas, projeto esse, devidamente atualizado com as novas tecnologias, como por exemplo, os dispositivos de segurança que evitam a sucção dos ralos como tampas antiaprisionamento, sistemas de liberação de vácuo e os portões autotravantes. O projeto teve sua atualização feita em 2011 quando estivemos em Brasília, reunidos com o relator da Lei, o Deputado Federal Darcisio Perondi. Hoje o Projeto de Segurança nas Piscinas aguarda tramitação no Senado, após ter sido, em 2014, aprovado por três importantes comissões: CSSF – Comissão de Seguridade Social e Família, CDU – Comissão de Desenvolvimento Urbano e Câmara dos Deputados.

Há dois dias fiz contato  com Brasília e me foi dito que o projeto da Lei Federal para Segurança nas Piscinas continua no Senado e não teve alterações mas que será feito um requerimento de urgência e que se tentará apreciar diretamente a votação em plenário.

Passada a euforia da copa do mundo, passada a ansiedade pelo resultado das eleições minha expectativa é de os senhores de Brasília, se conscientizem de quão grave é a falta de segurança nas piscinas do Brasil, e tratem com a necessária urgência a aprovação da Lei Federal de Segurança nas Piscinas, a fim de evitar os terríveis acidentes que temos visto acontecer em diferentes estados do Brasil, vitimando principalmente crianças.

Obrigada pela atenção de vocês e até o próximo post.

Janeiro de 1998, Janeiro de 2014. Dezesseis anos depois e nada mudou em relação à falta de segurança nas piscinas do Brasil

- 6 de janeiro de 2014
 
Tampa FSB - um dos dispositivos de segurança que evita a sucção dos ralos. No Brasil hoje existem ao redor de 40 mil piscinas que já têm instalado esse dispositivo de segurança.Mais informações com a empresa Sodramar.

No dia 06 de Janeiro de 1998, minha filha Flavia sofria um gravíssimo acidente que a deixaria em coma vigil irreversível. Quem acompanha este blog sabe que Flavia teve os cabelos sugados pela sucção da piscina onde nadava. O motor que fazia a sucção da água estava super dimensionado e os cabelos de Flavia ficaram emaranhados no ralo, ela não conseguiu se desvencilhar e se afogou. Flavia teve a vida devastada por um acidente que poderia ter sido evitado, se a piscina onde ela nadava estivesse funcionando dentro dos padrões de segurança. E ao contrário do que foi dito no jornal da Band deste sábado, e conforme já publiquei neste blog, não perdi na justiça. Mesmo com toda a lentidão de nosso judiciário, o condomínio e a empresa seguradora do condomínio foram condenados pelo acidente ocorrido com Flavia. Apenas a empresa Jacuzzi do Brasil, fabricante do ralo da piscina onde Flavia se afogou saiu ilibada de culpa.

Janeiro de 2014. Dezesseis anos depois, nada foi feito para tornar as piscinas mais seguras e o mesmo tipo de acidente continuou a causar acidentes graves e fatais nas piscinas de nosso país sem que as autoridades tenham se comprometido com a questão da segurança nas piscinas.

A partir da criação deste blog, - Janeiro de 2007, projetos de segurança em piscina começaram a surgir em alguns estados brasileiros, mas nenhum desses projetos mencionava a necessidade dos dispositivos de segurança que evitam a sucção dos ralos. Por isso, busquei assessoria técnica de Augusto Araújo, Diretor da ANAPP Associação Nacional dos Fabricantes Construtores de Piscinas e Produtos Afins e Lawrence Doherty, executivo americano da área de equipamentos de segurança de piscinas.

Augusto Araújo além de ser Diretor da ANAPP é também um empresário do setor de piscinas e um dos poucos que vejo ter a preocupação com a segurança dos produtos que fabrica e comercializa. Lawrence Doherty foi assessor da Lei de Segurança de Piscinas dos Estados Unidos - a Lei  VGB - e assessorou também a elaboração da Lei Colombiana, esta considerada a melhor Lei de Segurança de piscinas já existente. Juntos, eu e os dois peritos, elaboramos um texto para uma Lei Federal de Segurança para as Piscinas do Brasil, colocando no texto a necessidade da obrigatoriedade das piscinas terem instalados dispositivos de segurança que tornariam as piscinas seguras, principalmente os dispositivos que evitam a sucção dos ralos. Em agosto de 2011, viajamos para Brasília e entregamos o texto nas mãos do Deputado Federal Darcisio Perondi que se comprometeu a levar a Lei à votação até o final daquele ano, o que infelizmente não aconteceu. Também não consegui mais contato com o Deputado Perondi para fazer follow up do assunto.

Estou certa de que se o Projeto de Lei para Segurança em Piscinas que entregamos ao deputado Perondi tivesse sido levado a votação, aprovado e colocado imediatamente a funcionar com fiscalização e punição dos infratores, muitas tragédias de 2011 pra cá teriam sido evitadas.

No Brasil, temos hoje 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) piscinas e a cada ano 65.000 (sessenta e cinco mil) novas piscinas são construídas. (Não se incluem aqui as piscinas de plástico). Fonte desta informação: Augusto Cesar Araújo, Diretor da ANAPP. Ora, se não tivermos uma Lei Federal para Segurança em Piscinas fiscalizando e autuando os locais onde houver negligência com a segurança,  as tragédias causadas pela sucçao dos ralos, continuarão ocorrendo pelo Brasil afora.

É lamentável que dezesseis anos depois do acidente que deixou Flavia em coma vigil irreversível, nada tenha mudado em relação à segurança nas piscinas do Brasil. Até quando teremos que conviver com tragédias como as que ocorreram nos últimos dias, quando quatro acidentes causados pela sucção dos ralos de piscinas levaram à morte crianças que estavam apenas buscando lazer em uma piscina?! Até quando?!

LEI FEDERAL para Segurança em Piscinas - Estamos trabalhando!

- 22 de março de 2011
Da esq. para a direita: Kaumer Rodrigues, Jim Paterson, Augusto Cesar, David Calabria, Lawrence Doherty e eu.

Ontem 21 de março, estive no Hotel Maksoud Plaza em São Paulo, em reunião por 4 horas com os seguintes executivos:

- Lawrence Doherty, Diretor Internacional da empresa norte americana Stingl Products, fabricante de um dispositivo de segurança para prevenir acidentes de sucção nos ralos de piscinas. O Safety Vacuum Release, em português, Sistema de Segurança de Liberação de Vácuo (SSLV). O SSLV é um produto obrigatório nos EUA pela Lei Americana Virginia Graeme Baker.

Safety Vacuum Release (SSLV)

- David Calabria e Jim Paterson, executivos da empresa Australiana D&D Technologies que é uma fabricante de dobradiças e fechaduras (trincos) de segurança para portões. Estes dispositivos fecham automaticamente os portões de entrada das piscinas, impedindo que crianças pequenas tenham acesso a elas. A Stingl Products é representante dos produtos de segurança para piscinas da D&D para a América Latina e colabora a nível mundial para promover as camadas de proteção na prevenção de afogamentos em geral.


Os executivos estrangeiros nos explicando o funcionamento da trava e dobradiça para portões de piscinas.
Trava e dobradiças D&D instalados. Crianças menores protegidas.

Todos os produtos de segurança em piscinas fabricados e representados pela empresa Stingl Produtos e que formam as camadas de proteção para as piscinas, são obrigatórios nas leis de segurança nas piscinas nos EUA e Colômbia.

À esta reunião, também compareceram:

Augusto Cesar de Araujo, Diretor da empresa Sodramar, Kaumer Rodrigues, Superintende da ANAPP, Nilson Maierá, autor do livro Piscina Litro a Litro, palestrante e proprietário da Academia de Natação Raia4 em São Paulo.

O objetivo desta reunião foi além de conhecer os produtos da Stingl e D&D, saber como atuam estas empresas no mercado, e assim termos mais elementos para  elaborarmos um texto para o Projeto de Lei que possa se tornar na tão necessária Lei Federal para Segurança nas Piscinas do nosso país.

Hoje no Brasil, começam a surgir leis estaduais para segurança em piscinas, por exemplo, em Santo André no estado de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro... porém essas leis além de não beneficiar todo o país, ao serem redigidas, não tiveram – como seria indispensável, a assessoria técnica de especialistas em segurança em piscinas, por isso, essas leis  são frouxas, fracas, incompletas. Algumas nem mesmo mencionam a sucção dos ralos, que conforme venho documentando  neste blog, a sucção de cabelos (como no caso de Flavia) e partes do corpo de pessoas, principalmente de crianças, têm sido a causa determinante de muitos acidentes com ralos de piscinas ocorridos no Brasil. (e no mundo)

Sai da reunião com o compromisso de redigir um draft para a nossa Lei Federal de Segurança em Piscinas, onde terão que ser considerados pontos importantes da lei Americana, da lei Colombiana e da lei Francesa. Tão logo meu draft esteja pronto, será submetido à  apreciação dos especialistas em segurança em piscinas aqui mencionados, até que tenhamos um texto adequado  à realidade brasileira, e possamos colocar esse texto nas mãos de um político da esfera federal, para que este apresente o projeto de lei (estaremos atentos e fazendo follow up) que possa vir a se tornar uma Lei Federal para Segurança nas Piscinas, que enfoque TODOS os aspectos que fazem com que hoje MUITAS piscinas do Brasil, sejam verdadeiras armadilhas silenciosas e tantas vítimas graves e fatais têm causado.

Vamos em frente!

Um abraço a todos, a até o próximo post.

PISCINA - TAMPA FSB - INSTALAÇÃO E CUSTO.

- 14 de fevereiro de 2011
Por esses dias acompanhei a instalação da Tampa FSB em uma piscina de condomínio. O trabalho foi realizado por profissional com equipamento de mergulho, enviado pela Stillus Piscinas. Sem nada quebrar, foi retirada a tampa do ralo existente e foram feitos dois furos ao lado da base da grelha, para chumbagem com massa impermeabilizante dos buracos de fixação da Tampa FSB, com parafusos de aço.

Vejam as etapas da instalação.




O tempo para a realização deste trabalho varia de uma a três horas e conforme me informou a Stillus Piscinas, o custo atual da instalação da Tampa FSB varia de R$ 240,00 a R$ 350,00.  De novo deixo aqui o telefone da empresa Stillus Piscinas, (011) 5563-3773,   indicada pela Sodramar, para instalar a Tampa FSB.

Como eu já disse em posts anteriores, não tenho nenhum interesse comercial na divulgação da Tampa FSB.  Meu objetivo  na divulgação deste importante dispositivo de segurança é evitar novos acidentes causados por ralos de piscinas. Meu objetivo é dar um sentido a esta dor que me devasta,  por ver minha filha,  há mais de treze anos  em coma vigil irreversível, desde que teve seus cabelos sugados por um ralo de piscina, vendido, instalado e mantido sem os devidos cuidados.

Boa semana a todos!

Tampa FSB - aumentando a segurança de sua piscina.

- 16 de janeiro de 2011
Foto publicada no site da Sodramar - Segurança na Piscina - ilustrando o artigo sobre a tampa FSB. Impossível conter minha emoção. Pela bonita homenagem da Sodramar colocando as iniciais do nome de minha filha neste importante dispositivo de segurança nas piscinas  e por ver o sorriso destas crianças brincando numa piscina segura.

Como já informei no  post Uma boa notícia!, (nunca é demais repetir)  a Sodramar desenvolveu e disponibilizou no mercado a tampa FSB, mas a instalação é feita pela empresa Stillus Piscinas, cujo telefone é: (011) 5563-3773 

Criança adora brincar na água. Criança adora piscina. Que elas possam brincar sem correr riscos de ter seus cabelos, ou outra parte do corpo sugados pelo sistema de sucção da piscina.

O sorriso de Flavia também era  como o sorriso destas crianças. Lindo. É gratificante e emocionante  saber que este novo dispositivo de segurança desenvolvido pela Sodramar a partir do conhecimento da história de Flavia, pode salvar vidas. É como ver a minha menina  colaborando para que  outras crianças não tenham, como Flavia teve, o sorriso roubado.

Hoje este blog completa 4 anos.

- 1 de janeiro de 2011
Este blog é como uma janela por onde eu e Flavia acenamos para o mundo.

Este blog foi criado por mim há quatro anos. Conforme nos mostra o sitemeter, ali na lateral, nestes quatro anos de existência, passaram pelo blog de Flavia, mais de 400 mil pessoas. Mais de 100 mil pessoas por ano. Portanto, pelo menos 400 mil pessoas tomaram conhecimento do tipo e das causas do acidente que levaram Flavia a viver em coma e passaram a ter consciência de que ralos de piscinas, se VENDIDOS, INSTALADOS e MANTIDOS, de forma irregular, podem matar ou levar uma pessoa ao estado de coma. É gratificante saber que estou colaborando para essa conscientização, não só de pessoas, mas também de empresas, como por exemplo, a Sodramar, que através deste blog e do conhecimento do caso de Flavia, a Sodramar aumentou ainda mais os cuidado com a segurança de seus sistemas de sucção de piscinas, tendo inclusive desenvolvido a tampa FSB mencionada no post anterior. Essa conscientização através do blog de Flavia me faz sentir que podemos dar utilidade à nossa dor. Só assim, a dor por ver minha filha há tantos anos em  coma, adquire certo sentido.

Além das mais de 400 mil pessoas que já visitaram o blog de Flavia, temos hoje, 1.154 seguidores.

O vídeo que está na lateral deste blog  com o resumo da história de Flavia, feito em Setembro de 2008, por nosso amigo António, do blog Peciscas, foi  visto até hoje no YouTube por mais de 113 mil pessoas.

A realidade é que os blogs, entre tantas utilidades, podem ser poderosas ferramentas de protestos, denúncias e exercício de nossa cidadania. Essa realidade é mencionada por Alexandre Inagaki, em sua coluna da Globo.com -  Blogs/Blogosfera,   Blogs e a pergunta que não quer calar. Em sua coluna, entre outros blogs, Inagaki menciona o blog de Flavia e diz:

“Há diversos outros exemplos de sucesso na blogosfera brasileira, provando que só os caducos da vida digital ainda são capazes de definir blogs como “diarinhos online”.....”

“...e uma mãe como Odele Souza criasse o blog Flávia Vivendo em Coma para denunciar ao mundo o caso de sua filha, que está em coma há mais de 12 anos em decorrência de um acidente provocado pelo ralo de uma piscina”

Em 2007, Alexandre Inagaki já havia mencionado o caso de Flavia e o de Ana Virgínia, neste post de seu blog Pensar enlouquece, onde ele escreve: “De link em link, acabo tomando conhecimento de histórias que, em tempos pré-blogs, dificilmente ficaria sabendo...”

Concordo com Alexandre Inagaki, de que antes da existência dos blogs, muitas histórias não chegariam ao nosso conhecimento. Através do blog Flavia, vivendo em coma, milhares de pessoas conheceram e vão conhecendo a história de minha filha. O blog Flavia, vivendo em coma, realmente tem sido minha bandeira de luta para protestar contra uma justiça lenta e alertar para os perigos dos ralos de piscinas. Aqui, além do relato do caso de minha filha, venho documentando muitos outros acidentes graves e fatais causados por esses ralos que podem ser armadilhas silenciosas e submersas nas tranqüilas águas de uma piscina, onde, principalmente as crianças, vão para se divertir, e acabam, como ocorreu com Flavia,  presas por esses ralos sugadores de vidas humanas. A grande maioria dos acidentes causados por ralos de piscinas têm como causa, a negligência e o descaso de empresas que vendem seus produtos sem a adequada orientação ao consumidor e dos locais onde essas piscinas estão instaladas, locais esses, que nem sempre tomam o devido, o necessário, o imprescindível cuidado na instalação e manutenção dos ralos de suas piscinas.

Este blog em sido como uma janela aberta por onde eu e Flavia levamos nossa voz, nossa denúncia e nosso protesto a várias partes do mundo, pois por aqui passam pessoas de diferentes países. O  blog Flavia, vivendo em coma,  é como uma janela  de onde  eu e Flavia acenamos para o  mundo que desejamos ver cada vez melhor. Um mundo onde exista cuidado e respeito com a vida humana, um mundo onde quem errar, assuma seus erros em vez de culpar a mãe da vítima ou a própria vítima, como ocorreu no processo de Flavia, onde os réus, Condomínio Jardim da Juriti e Jacuzzi do Brasil, escusando-se  de suas responsabilidades, nos seus argumentos nos autos, culparam a mim e a Flavia pelo acidente que a deixou em coma. Um mundo, onde o cidadão comum não tenha que mendigar por justiça. Um mundo onde exista uma justiça  empenhada em proteger os mais fracos contra  negligências, contra ricos e poderosos.  Um mundo em que  tenhamos uma justiça  que se faça se forma célere e que realmente trate a todos com igualdade.

Desejo a todos os leitores do blog de Flavia, um FELIZ ANO NOVO!

Mesmo que não mudemos o mundo, vamos fazer nossa parte!

- 15 de julho de 2010
Nilson Maierá, Kaumer Rodrigues e eu.

Na quarta-feira da semana passada, dia 07 de Julho, estive em reunião com os senhores (da esquerda para a direita) Nilson Maierá, Engenheiro, autor do livro Piscinas Litro a Litro e  proprietário da Academia de Natação Raia4  e com o Sr. Kaumer Rodrigues, Superintendente da ANAPP, Associação Nacional dos Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins, com o objetivo de analisarmos o Projeto para Segurança nas Piscinas, recentemente apresentado à Câmara pelo Deputado Federal Dr.Rosinha. Entendemos que a redação do projeto precisa receber importantes contribuições de quem, como os dois senhores acima, têm profundo conhecimento das técnicas de segurança nas piscinas. Outro conhecedor e praticante dessas técnicas de segurança é o Sr.Augusto César de Araújo, Diretor da Sodramar, que não pode estar presente à nossa reunião.

Os três especialistas em segurança nas piscinas e eu, estamos nos empenhando para levar  ao Deputado Federal que apresentou o projeto de lei, o que consideramos indispensável ser acrescentado na redação da Lei de Segurança nas Piscinas. O Deputado Federal, Dr.Rosinha, está ciente e nos informou por e-mail que aguarda nossa contribuição que será acrescentada à redação de seu Projeto de Lei.
A foto acima  mostra o ralo anti-hair instalado na piscina da Academia Raia4. Esta é uma medida de segurança da maior importância e que bom seria se outras academias de natação seguissem o exemplo da Raia 4. Além do ralo anti- hair no fundo, a Raia 4 tem outro ralo na lateral da piscina.
Esta outra foto do ralo anti-hair foi tirada por mim quando estive meses atrás na empresa Sodramar, em Diadema, São Paulo. A  Sodramar, cujo Diretor é o Sr. Augusto César de Araújo, hoje importa o ralo anti-hair e o comercializa ao preço de R$ 290,00 (duzentos e noventa reais) Custa pouco evitar que os cabelos de uma pessoa sejam sugados por um  ralo da piscina, eventualmente funcionando de forma inadequada. O outro ralo, (com a trama mais fechada)  na parte de cima desta foto,  está sendo desenvolvido e produzido pela Sodramar. Não demora muito e esse ralo estará disponível no mercado.
No  ralo anti-hair, os cabelos entram, mas não são sugados. Já no segundo ralo que futuramente será disponibilizado pela Sodramar, os cabelos nem chegam a entrar.

Vemos, portanto, que existem soluções  baratas para tornar as piscinas mais seguras, mas para isso obviamente é necessário que, a exemplo da Academia de Natação Raia4 e da empresa Sodramar, cada vez mais empresas e locais que administram quaisquer piscinas, – mas principalmente aquelas de uso público e coletivo, além do lucro justo pelo trabalho que realizam, tenham também a devida preocupação com a segurança dos usuários de suas piscinas, evitando dessa forma tragédias como esta que ocorreu com Flavia que ficou em coma e com tantas outras pessoas que em vez de lazer, encontraram a morte.

Com nossas atitudes de responsabilidade, proatividade,solidariedade..., podemos até não mudar o mundo, mas certamente faremos alguma diferença, por isso, vamos fazer nossa parte!.

Um abraço a todos e até o próximo post.

Piscina segura = no mínimo, dois ralos de fundo

- 19 de novembro de 2009
Piscina do Centro de Treinamento da Sodramar – Diadema – São Paulo

Nesta segunda-feira, dia 16, estive visitando a empresa Sodramar, fabricante de piscinas e produtos afins, em Diadema, São Paulo e tive autorização para fotografar o Centro de Treinamento que a empresa mantém para lojistas e funcionários. Fiquei muito bem impressionada com os cuidados que a Sodramar mantém com a segurança de seus produtos. Seria impossível colocar tudo o que vi em um único texto, portanto, aos poucos, e alternadamente com outros posts, irei me utilizando aqui do material que fotografei.

Reparem que nesta piscina, além dos drenos laterais, há DOIS drenos (ralos) de fundo. É assim que deve ser. Uma piscina deve ter no mínimo DOIS drenos de fundo para que a força de sucção seja bem distribuída e não cause acidentes, como eventualmente, sugar cabelos e partes do corpo humano, como temos - com certa freqüência - visto acontecer. No entanto, o que se percebe é que muitas piscinas possuem apenas um dreno de fundo, como no caso da piscina onde Flavia sofreu o acidente. E se esse dreno de fundo estiver fora dos padrões de segurança, como por exemplo, superdimensionado –  como no caso da piscina onde Flavia sofreu o acidente, o perigo para os usuários passa a ser infinitamente maior.

Não posso entender e muito menos aceitar, como é que piscinas - estejam elas onde estiverem - possam funcionar com seus sistemas de sucção fora dos padrões de segurança. Não posso entender e muito menos aceitar que empresas e pessoas que mantêm essas piscinas funcionando sem os imprescindíveis cuidados com a segurança, continuem com suas negligências sem que sofram punições severas pelos acidentes graves e fatais que seus produtos causam aos usuários. Além do acidente que deixou Flavia em coma vigil irreversível, - como sabem quem nos acompanha - estão documentados neste blog, vários outros acidentes causados por ralos de piscinas funcionando de forma irregular, acidentes estes ocorridos por todo o mundo: Brasil, Portugal, Estados Unidos, Tailândia... A negligência que não é punida, tende a se repetir.

Até o fim de minha vida, e todas as vezes que eu olhar para minha filha, imóvel e inconsciente – EM COMA VIGIL - vou defender este ponto de vista, porque é nisto que acredito: O fabricante de piscinas e de seus respectivos equipamentos de sucção, (motor, bomba, filtro) TEM SIM, o dever e a obrigação de se preocupar em corretamente orientar os seus clientes sobre o potencial perigo de seus equipamentos, caso sejam instalados e mantidos de forma irregular. A informação, o conhecimento técnico, é o fabricante quem tem. Portanto, a obrigação de orientar também.

Como sabem os leitores deste blog, o fabricante da bomba e do filtro da piscina que sugou os cabelos de Flavia, deixando-a em coma vigil irreversível, a empresa Jacuzzi do Brasil, depois de mais de 10 anos de luta nos tribunais de São Paulo e Brasília, onde, para se defender, colocou a culpa do acidente em mim, mãe da vítima, chegando a me chamar de “mãe relapsa”,  NÃO FOI CONDENADA pelo acidente causado à Flavia.

Pelo fato da Jacuzzi não ter orientado em seus manuais sobre o risco do tipo de acidente causado à Flavia, (sucçao dos cabelos pelo ralo) sempre vou considerá-la co-responsável (junto com o condomínio) por este acidente que destruiu a vida de minha filha. Mas ao contrário do que penso e do que julgou o Ministro do Superior Tribunal de Justiça em Brasilia ( Luis Felipe Salomão – voto vencido por 5 a 1) a justiça não considerou a Jacuzzi culpada pelo acidente. (Aqui: FLAVIA, UM CASO TRÁGICO, UMA SUCESSÃO DE ERROS)

Infelizmente, é como diz o meu amigo Peciscas de Portugal, no vídeo que está ali, na lateral deste blog, e que já se aproxima das 50 mil visualizações no YOU TUBE: “...mas a justiça nem sempre cumpre o seu dever essencial de proteger os mais frágeis contra prepotências e agressões...”.
E assim continuamos a assistir novos acidentes causados pela forte sucção de ralos de piscinas fora dos padrões de segurança. E assim continuamos a ver pessoas – principalmente crianças - serem vítimas de acidentes causados por ralos de piscinas irregulares. A negligência que não é punida, tende a se repetir...

Até o próximo post.

Piscinas: Um projeto de lei para salvar vidas!

- 17 de agosto de 2009
Motivado pelo caso de Flavia, que conheceu através de uma reportagem da Revista da Folha, do Jornal A Folha de São Paulo, o Vereador Gilberto Wachtler, ou Gilberto do Primavera, da cidade de Santo André - São Paulo, apresentou Projeto de Lei que torna obrigatório a utilização da norma ABNT 10.339 para construção de piscinas no município de Santo André. O objetivo é de tornar as piscinas mais seguras, evitando acidentes por sucção pelo ralo de fundo. O Projeto do Vereador Gilberto Wachtler, de número 171/2009 foi protocolado em 25/06/2009. Esperemos que seja aprovado.

Uma lei que regulamente a venda, instalação e manutenção de piscinas de uso público e coletivo, deveria existir - o quanto antes - em nível nacional. Quem sabe algum outro político se inspire no Vereador Gilberto Wachtler e copie sua idéia e apresente um projeto de lei para segurança no uso de piscinas, que possa beneficiar todo o Brasil. Boas idéias devem ser copiadas, obviamente, mencionando-se a fonte. Bons projetos devem ser aprovados. Que este importante projeto de lei do Vereador Gilberto Wachtler seja aprovado e que a lei para segurança no uso de piscinas passe a vigorar em Santo André e possa se ampliar rapidamente por todo o Brasil.

O Vereador Gilberto Wachtler solicitou minha participação em um vídeo para dar mais força ao seu projeto de lei para segurança nas piscinas. Aceitei participar do vídeo, com muito gosto.

Observações:
O especialista em equipamentos que faz a simulação da sucção de cabelos pelo ralo é Vladimir, funcionário da empresa Sodramar.
O médico que faz um comentário durante a apresentação do Vereador Gilberto é o Dr. Israel Zekcer.
"... nós atendemos várias crianças com este tipo de acidente (causado por ralos de piscina) no Pronto Socorro do Hospital Brasil (Hospital de Santo André) ..."
Um Projeto de Lei direcionado para a segurança nas piscinas, pode ser considerado um projeto de lei para salvar vidas humanas. Que venha esta lei. O quanto antes.

Ao Vereador Gilberto Wachtler, o meu MUITO OBRIGADA.

MUITO OBRIGADA também ao Vladimir e à empresa Sodramar pela preocupação que vem demonstrando ter com a segurança de seus sistemas de sucção de piscinas.

Até o próximo post.

Programa Dia a Dia da Band alerta para o perigo dos ralos de piscinas

- 8 de julho de 2009
No final deste post o vídeo da reportagem apresentada na BAND, programa DIA A DIA, nesta terça-feira, dia 07.07.2009, mostrando o caso de Flavia e outros acidentes causados por ralos de piscinas.

Embora não tenha sido mencionado na matéria, a pessoa que faz a simulação da sucção de cabelos por um ralo de piscina, (poderia ser uma criança de cabelos compridos mergulhando e os cabelos se aproximando do ralo...) é o Sr.Augusto Araujo, Presidente da ANAPP e Diretor da empresa Sodramar, fabricante de sistema de sucção de piscinas. A participaçao de Augusto Araújo enriqueceu muito a reportagem, pela forma didática e esclarecedora com que ele abordou o assunto. Meus cumprimentos também ao Sr.Paulo César, dono de uma academia que oferece aulas de natação, por "fazer questão de não colaborar com a falta de responsabilidade".

E duas correções: O reporter diz:..."As fábricas já inventaram esta tampa chamada anti-hair que impede que os cabelos fiquem presos.."

O repórter se equivocou: Aqui no Brasil, infelizmente, o único fabricante de sistemas de sucção de piscinas que importa a tampa anti hair é a empresa Sodramar. E esta tampa não é compatível com todos os modelos de ralos: Quadrados, redondos, retangulares. Por isso a Sodramar está importando algumas tampas americanas para adaptar nos drenos nacionais. Disse-me ainda o Sr. Augusto que o Depto. de Engenharia da Sodramar está desenvolvendo uma ferramenta nova que será compatível com quase todos os drenos existentes no Brasil. Tenho certeza de que tanto a ANAPP quanto a empresa Sodramar estão dispostas a orientar, informar e dividir seus conhecimentos sobre segurança nas piscinas, com outras empresas do setor, não importando se são concorrentes ou não. O que importa é evitar acidentes e tragédias como as que temos visto acontecer, com Flavia, Rafael, Gabriel, Jaqueline....

O reporter diz:
..."a mãe de Flavia "processa" o condomínio e o fabricante do ralo..."

O processo foi encerrado em março de 2009. Processei. Por onze anos processei. Por onze anos esperei por justiça para Flavia. Mas o fabricante do ralo que sugou os cabelos de Flavia não foi co-responsabilizado pelo acidente. E a justiça para Flavia não se fez por completo.

Assistam o vídeo e saibam que evitar este tipo de acidente não é difícil, mas exige responsabilidade e respeito com a vida humana.
Até o próximo post.

O caso de Flavia, amanhã na TV Bandeirantes

- 6 de julho de 2009
Na semana passada gravei entrevista para o programa DIA A DIA da TV Bandeirantes numa reportagem sobre acidentes com ralos de piscinas. A reportagem entrevistou também o Sr.Augusto Araujo, Presidente da ANAPP e Diretor da empresa Sodramar, fabricante de sistemas de sucção de piscinas.

Fui informada pela BAND de que a matéria será mostrada nesta terça-feira dia 07. O programa DIA a DIA, vai ao ar a partir das 8 h.da manhã.
À TV Bandeirantes e à produção do programa DIA A DIA, o meu muito obrigada por esta reportagem sobre acidentes com ralos de piscinas, por significar uma prestação de serviço.

Uma boa semana a todos e até o próximo post.

Revista da Folha: "Esperança no ralo"

- 24 de maio de 2009
...”Dispositivo de R$ 200 pode evitar tragédia.”

A Revista da Folha, do jornal A Folha de São Paulo deste domingo, traz uma matéria sobre acidentes com ralos de piscinas e mostra o caso de Flavia, além de outros acidentes ocorridos aqui no Brasil pelo mesmo motivo: A forte sucção do ralo da piscina.
Atendendo à solicitações, transcrevo aqui na íntegra o texto da Revista da Folha.

Odele cuida de Flávia, em coma vegetativo, no quarto adaptado
Reportagem de Cláudia Garcia, foto de Leonardo Wen

"Três meses depois de Flávia Souza completar 21 anos, sendo os últimos 11 imóvel em uma cama, a família da jovem venceu uma primeira batalha: contra a impunidade. Em março, o Superior Tribunal de Justiça responsabilizou o condomínio Jardim da Juriti, em Moema, pelo acidente no qual a então adolescente (*) teve os cabelos sugados pelo ralo da piscina, enquanto brincava com o irmão.(*) Aqui há um equivoco na matéria. Flavia não era adolescente à época do acidente, era uma criança de 10 anos.
A AGF Brasil Seguros também foi condenada, em última instância, pelo atraso de um ano e 11 meses no pagamento da indenização. “Por causa do recebimento atrasado do seguro, eu tive de fazer bingos e rifas para pagar as contas da minha filha”, relata Odele Souza, mãe de Flávia. A jovem completou a maioridade sem dar sinais animadores de que vai sair do estado vegetativo.
Flávia vive em um quarto adaptado à sua condição, com uma estrutura própria de enfermagem e fisioterapia, sob o olhar atento da mãe. “É dessa forma que as deformidades causadas pelo longo tempo de imobilidade vão sendo contidas”, explica a mãe. A fisioterapia evita maiores perdas de massa muscular e atrofiamento de membros. “Ela consegue escutar e reage à dor, ao barulho e ao toque.”

Odele relata as angústias cotidianas do drama de mais de uma década no blog (http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/). Como rotina, Flávia tem o nariz aspirado entre oito e dez vezes ao dia para se livrar das secreções que se formam nos pulmões, causadas pelo longo tempo acamada. Outra sequela é a dificuldade na deglutição. Flávia é alimentada por uma sonda que conduz o alimento diretamente ao estômago. Ela recebe cuidados de higiene corporal e oral especiais.
Precauções. Esse tipo de tragédia pode ser evitada. Existem no mercado equipamentos capazes de impedir o entrelaçamento dos cabelos no ralo das piscinas. No caso do acidente com Flávia, a potência do motor era inadequada ao tamanho da piscina. A perícia apontou que a bomba tinha uma velocidade 78% superior à recomendada.

O acidente começou a se desenhar no condomínio onde a família morava na época, quando o síndico -após uma reunião com moradores que se queixaram da temperatura da água- pediu ao zelador para trocar o equipamento da piscina.
Para Odele, “o síndico foi negligente”, pois era uma “tarefa para um técnico ou um engenheiro”. O valor que o condomínio terá de pagar à família da vítima ainda não foi estimado.
Procurados pela Revista, representantes do condomínio não quiseram se manifestar. A AGF Brasil Seguros, condenada por danos morais causados à família de Flávia, informou que está “analisando o caso para tomar as devidas providências”.

A condenação é um alerta para moradores e condomínios. “A conscientização dos pais, dos zeladores e dos próprios porteiros sobre os perigos nas piscinas é uma das precauções tomadas por nós”, afirma Márcio Rachkorsky, presidente da Associação dos Síndicos de São Paulo.
Na hora de fiscalizar, é importante saber que piscinas devem ser construídas seguindo padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Valter Saes, presidente da Saes, empresa prestadora de serviços técnicos, diz, no entanto, que o morador não tem como saber se a piscina do seu condomínio atende ou não à legislação. Por isso, a manutenção deve ser realizada regularmente por técnicos especializados. O que acontece, muitas vezes, segundo Valter, é o síndico encarregar o zelador do trabalho. “Os moradores devem exigir o laudo anual da fiscalização.”

O caso de Flávia não é isolado. Em dezembro passado, Gabriel Martins, 9, morreu em Franca (401 km de São Paulo). Estava na piscina de um clube quando foi sugado pelo braço, pois o ralo de proteção estava sem tampa.

Em janeiro, Jaqueline dos Santos, 14, morreu afogada na piscina de um condomínio de luxo em Barra do Jacuípe, perto de Salvador. Seus cabelos ficaram presos na grade protetora do ralo. Chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. Em coma, Flávia luta cotidianamente contra os males causados pela negligência.

Piscina segura
O tipo de acidente do qual Flavia Souza Belo foi vítima pode acontecer de duas maneiras: se o dreno protetor da piscina estiver sem tampa ou se a bomba que regula o motor for superdimensionada.
A empresa Sodramar, fabricante de material hidráulico, lançou, no ano passado, uma tampa “anti-hair” (R$ 200). Segundo o presidente da companhia, Augusto Araújo, foram vendidas mais de mil unidades no Brasil.
“Esse material é obrigatório por lei lá fora, mas, aqui, só agora é que algumas pessoas perceberam a necessidade, e a procura vem aumentando gradualmente.”
Devido ao aumento no número de acidentes por sucção, os EUA aprovaram, em dezembro de 2008, uma legislação que obriga que as piscinas públicas e particulares sejam construídas com válvulas antivácuo nos ralos.
O dispositivo libera a pressão da bomba do motor em caso de sucção, enquanto o dreno “anti-hair” funciona como uma capa de proteção do ralo, evitando que os cabelos sejam sugados."

Fonte: Revista da Folha
R$ 200,00 (Duzentos reais). É o que custa para deixar a piscina mais segura. Muito pouco, convenhamos, para que tragédias como a que aconteceu com minha filha Flavia, continuem a acontecer. Venho repetindo isto aqui no blog de Flavia: É fundamental que síndicos e moradores de condomínios, assim como administradores de qualquer local onde existam piscinas de uso público ou coletivo, providenciem fiscalização e laudo periódicos sobre o estado de segurança de suas piscinas. Como dito no texto acima, essa fiscalização e laudo, obviamente, devem ser feitos por pessoal técnico especializado.
Até o próximo post.

Segurança nas piscinas: Fique atento a estas informações

- 17 de abril de 2009
Sempre achei que em se tratando de evitar acidentes e salvar vidas humanas, INFORMAÇÕES CLARAS E PRECISAS nunca serão demais. E no caso do uso adequado da instalação e manutenção de RALOS DE PISCINAS, estas informações poderão fazer toda a diferença entre a vida e morte de uma pessoa. A empresa Sodramar, entre outros produtos, é fabricante de sistemas de sucção de piscinas e vem se preocupando em devidamente orientar seus clientes nesse sentido. Aqui ALGUMAS das orientações da empresa.

- As piscinas devem ser construídas seguindo rigorosamente as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que através da norma NBR 10.339, disciplina este assunto.
- O motor bomba de uma piscina jamais deve ser trocado sem uma rigorosa avaliação técnica.
- Os ralos conectados 1ª tubulação de sucção da bomba, hidráulica, arrastam a sujeira que tende a se depositar na parte mais profunda do tanque e servem também para a drenagem total da piscina. A velocidade da água através dos ralos de fundo (dreno) deve ser no máximo de 0,6 m/s.
- Nunca deve ser instalado um único ralo de fundo. Segundo a ABNT, a sucção da água da piscina, precisa ser feita por no mínimo dois dispositivos, podendo ser eles o dreno de fundo, skimmer ou dispositivo de aspiração, para evitar que todo o poder de sucção, se encontre em um só local.

Fonte: Augusto Cesar Araújo, Diretor da empresa Sodramar e Vice-Presidente da ANAPP - Associação Nacional dos Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins.

Transcrevo aqui uma das perguntas e respostas do Laudo Técnico Oficial feito na piscina onde Flavia sofreu o acidente.

Pergunta: ...Pode-se dizer que o equipamento instalado na data da trágica ocorrência (com Flavia) estava superdimensinado?

Resposta: Os resultados obtidos (na pericia) permitem dizer que o conjunto motor/bomba instalado era inadequado para as condições da época da vistoria, podendo-se afirmar que ele estava superdimensionado, uma vez que as velocidades, no interior das tubulações de sucção e de recalque, se apresentaram bem acima do que é recomendado pelo item 4.12.2 da NBR 10.339/88. Já a velocidade no ralo antiturbilhão, onde ocorreu o acidente, foi 78% (setenta e oito por cento!) acima do que o recomendado no item 4.7.2.1 da NBR 10.339/88, que é de 0,6 m/s.

O Laudo Tecnico feito na piscina onde Flavia sofreu o acidente, foi assinado por Joaquim Vicente de Rezende Lopes, Eng.Civil e Mecânico, CREA 59077/D.

Desconheço se nas piscinas onde ocorreram outros acidentes causados pelo sistema de sucção, foram feitas perícias técnicas. Deveriam. Segurança nas piscinas é coisa séria, e é com seriedade e responsabilidade que deve ser tratado.

Até o próximo post.

Sugestões para uma piscina segura

- 12 de fevereiro de 2009
Esta é a piscina onde Flavia sofreu o acidente. E o ralo que sugou os cabelos dela, aparece embaixo das letras em vermelho.
E no desenho abaixo, um exemplo de como tornar a piscina mais segura com relação a sucção.

Esta é uma dica de segurança que me parece muito interessante. No lugar de um, instalar na pisicna, dois drenos de fundo. A força de sucção seria dividida. A piscina onde Flavia se acidentou possuia apenas um dreno de fundo. E conforme pericia técnica, estava superdimensionado para o tamanho daquela piscina.

Este material me foi cedido pela empresa Sodramar (*) e por isso, obviamente, leva seu nome. Minha intenção ao divulgar este material, é mostrar que soluções são possíveis para tornar as piscinas mais seguras. É urgente que as atenções dos empresários do setor, se voltem para as causas dos constantes acidentes causados por ralos de piscinas. É urgente que se tomem providências para que os sistemas de sucção de piscinas deixem de oferecer perigo aos seus usuários. Não se pode mais ignorar que muitas mortes já ocorreram, notadamente de crianças. Que ações efetivas e URGENTES possam evitar novas tragédias.

(*) A empresa Sodramar já desenvolve campanha com o objetivo de tornar mais seguras as suas instalações hidráulicas. Que o seu exemplo possa ser seguido por outras empresas do setor que podem consultar a ANAPP - Associação Nacional dos Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins, para a devida orientação.

Obs: Por iniciativa do autor do blog Adesenhar, de Portugal, está sendo criada uma lista de sugestões para uma piscina segura. Deixe sua sugestão nos comentários deste post que a estarei encaminhando para a ANAPP.

Sugestões recebidas de Adesenhar: de Portugal
1- Adoptar o modelo rectificado de fabrico Americano.
2- Instalar sensores indicadores de perda de pressão, com sistema automático, de bloqueio e ou desactivação da drenagem.
3- Sinalizar o local exacto dos ralos em lugar visível, de preferência pintado a côr fluorescente.
4- Sinalizar os ralos em profundidade com cor fluorescente.
5- À entrada das piscinas distribuir panfletos com imagens e textos ajustados à idade dos frequentadores mais jovens.

Sugestão recebida do autor do blog Peciscas de Portugal.
- Colocar, sobre o ralo, uma grelha matálica fixada ao fundo da piscina, afastada por uma distância razoável, de modo a criar um espaço de protecção entre ambos os dispositivos. Funcionaria como uma espécie de almofada de água que impediria a aproximação do corpo do nadador da saida da água para o dispositivo de sucção. E nem sequer seria uma solução dispendiosa.

Sugestão recebida de Sandra Rocha - Fotografia Portugal
"...não é no chão que tem ralos é um sistema qualquer ao longo da parede à beira da àgua.
(entendi que Sandra sugere que os ralos sejam nas laterais e não no fundo da piscinaSugestão recebida de Fatyly do blog Uma Nova Cubata - Portugal
"- os sistemas de sucção estavam desligados quando frequentados e para accionarem pedem para sair.
Desligar sempre o sistema de sucção durante o uso da piscina..?

Sugestão recebida do blog
Palomas de Papel
- Argentina
"... ojalá se puedan colocar sensores que avisen cuando los niños están en problemas en las piscinas!!!Qué bueno que SODRAMAR haya tomado la iniciativa!!!, podrían repartirse folletos en las escuelas!!!...

Deixe aqui também sua sugestão para uma piscina segura. Participe.
Muito obrigada pela atenção e até o próximo post.

Ralos de piscinas: A conscientização deste perigo

- 6 de fevereiro de 2009
No final do post anterior há uma frase minha onde digo:
” .... tenho esperança de que a história de Flavia, possa também conscientizar os fabricantes de sistemas de sucção de piscinas, da necessidade URGENTE de se desenvolver mecanismos de segurança para evitar que seus produtos continuem a oferecer perigo para os usuários de piscinas e a causar acidentes graves e fatais.”

Tenho a satisfação de informar aos leitores do blog de Flavia que essa conscientização por parte dos fabricantes de equipamentos de sucção de piscinas, já começa a acontecer.

Nesta semana fui contatada por e-mail e telefone pelo Sr. Augusto Cesar M. Araujo, Vice-Presidente da ANAPP, Associação Nacional dos Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins. O Sr. Augusto me disse que graças ao blog de Flavia, ele começou a se conscientizar da necessidade de se buscar soluções para o perigo existente nos ralos de piscinas. E a Sodramar, empresa fabricante de sistemas de sucção de piscinas, da qual é Diretor, já desenvolve uma campanha visando orientar seus clientes na construção de piscinas mais seguras. O Sr Augusto gentilmente me cedeu folhetos de alguns exemplos de instalações para tornar a piscina segura com relação à sucção. São esquemas hidráulicos adotados por construtores do mundo todo.

Nos próximos posts - e aos poucos - estarei divulgando o material que recebi do Vice Presidente da ANAPP. E apenas para exemplificar:

Esta ilustração faz parte do folheto estudado e idealizado pelo Depto. de Engenharia da Sodramar, com o objetivo de tornar a piscina segura com relação à sucção.

Considero muito importante que o material ilustrativo da empresa fabricante do sistema de sucção de piscinas, acompanhe SEMPRE seu produto. E que esse material seja feito em cores vibrantes, (como aqui).
A informação deve ser OSTENSIVA. É isto que se espera do fabricante de um produto que pode - se instalado e mantido de forma incorreta - matar, deixar em coma ou colocar em risco a vida de tantas pessoas: INFORMAR, ORIENTAR, ALERTAR. É isto que se espera.

Com muito gosto divulgarei aqui o nome das empresas fabricantes de ralos de piscinas que após orientação da ANAPP, a exemplo da Sodramar, passem a adotar medidas efetivas para tornar seus sistemas de sucção de piscinas mais seguros.

Muito obrigada e até o próximo post.

PISCINA SEGURA, RESPONSABILIDADE DOS PAIS?!

- 27 de julho de 2008
Foto por mim scaneada do Jornal A Folha de São Paulo.

Transcrevo alguns trechos da matéria publicada no Jornal FOLHA DE SÃO PAULO de domingo passado, dia 20 de Julho de 2008, no caderno “Construção”. A matéria está assinada por Mariana Desimone e vem com o título de PISCINA SEGURA. Infelizmente, não consegui o link na Internet para direcionar vocês para a reportagem. Quem por acaso puder me informar esse link, ficarei agradecida.

Título da reportagem:
"PISCINA SEGURA: SUCÇÃO DO RALO REPRESENTA POSSIBILIDADE DE ACIDENTE”

Nesta matéria fica claro que a sucção do ralo representa perigo e “o pior que pode acontecer é uma criança ficar presa pelos cabelos em um ralo desses”.

Realmente, é o pior que pode acontecer e infelizmente aconteceu - e continua acontecendo - com várias pessoas, conforme vem sendo documentado neste blog e infelizmente foi também o que aconteceu com Flavia. Seus cabelos foram sugados “por um desses ralos”. Venho, há mais de nove anos tentando provar isto na justiça paulista, sendo que tanto o Condomínio Jardim da Juriti, quanto à empresa JACUZZI DO BRASIL , vêm se negando a admitir esta evidência provada nos autos do processo de Flavia. Que provas são essas? A piscina onde Flavia sofreu o acidente foi esvaziada quatro vezes e "periciada" por profissional designado pela própria justiça. No laudo está escrito:

“O condomínio autor forneceu ao signatário, cópias de duas plantas, mas que, no entanto, não representam fielmente a realidade local. Nas aludidas plantas notou-se que o projeto sugeria conjunto motor/bomba com 0,50 cv. (meio cavalo vapor) sendo que atualmente, pelas informações prestadas e colhidas na primeira visita, o referido equipamento foi substituído pelo condomínio, posteriormente, muito embora antes do acidente com a co-autora, o qual está lá instalado, até a presente data em funcionamento, tem potência de 1,5 cv (um e meio cavalo-vapor)”.Conclusões da perícia:

“... a perícia pôde concluir que:Houve substituição do conjunto motor/bomba/filtro e a instalação de um aquecedor, o que aconteceu antes do acidente. O equipamento anterior possuía potência de 0,50 cv (cavalo motor) e o atual, adquirido pelo condomínio é de 1,50 cv, da marca Jacuzzi....... o conjunto motor/bomba/filtro adquirido pelo condomínio, possui potência acima das necessidades locais, adequado para uma piscina de 104 m3 de água. A piscina da presente ação possui 43 m3, podendo ser considerado o conjunto, superdimensionado em 78%.
“....... o signatário entende que a sucção, da forma como aconteceu com a co-autora, não estaria relacionada com o seu peso, podendo tal fato ter ocorrido, mesmo que ela possuísse maior ou menor massa, desde que seus cabelos se aproximassem do aludido ralo....”.
Frase minha: O parágrafo acima explica porque também adultos têm sido vitimadas por acidentes com ralos de piscinas.

Está ainda no artigo da Folha de São Paulo:

“Uma vez pronta a piscina, outras medidas são necessárias para que o lazer aquático seja seguro para todos."

"Augusto Araújo, diretor da fabricante Sodramar, aponta a sucção como um dos elementos que devem receber a atenção especial dos pais. “Dependendo do tamanho da piscina, há uma força muito grande nas saídas de água. O pior que pode acontecer é uma criança ficar presa pelo cabelo em um ralo desses”, alerta.

O texto a seguir não faz parte da reportagem - são palavras minhas.

Sr. Augusto Araújo:
Pois esse pior aí a que o senhor se refere, aconteceu com minha filha Flavia. A forte sucção do ralo da piscina em que ela nadava, sugou o cabelo de Flavia, deixando-a presa embaixo dágua o que lhe causou um quase afogamento. As seqüelas? Flavia entrou em coma vigil irreversível, e vive (vivemos) – em sofrimento – há mais de 10 anos.

Sr. Augusto Araújo:
Não concordo que sejam os pais a "darem atenção especial" e terem que se preocupar se a sucção do ralo da piscina onde suas crianças brincam e se divertem, está ou não tão forte que lhes ofereça perigo de vida. Como exigir dos pais capacidade técnica para avaliar essa condição de perigo?! São os pais por acaso conhecedores da correta relação entre potência do motor de sucção e a metragem cúbica de água da piscina onde seus filhos brincam e se divertem?! Essa preocupação Sr. Augusto, deveria ser em primeiro lugar do fabricante do sistema de sucção da piscina, que deveria além de fazer constar em seus manuais a possibilidade de acidentes, caso exista desproporção entre o sistema de sucção da água e o tamanho da piscina, assim como também disponibilizar pessoa tecnicamente habilitada para orientar verbalmente o consumidor final. Em se tratando de evitar acidentes e mortes Sr.Augusto, isto seria o mais correto a ser feito. E essa preocupação deveria ser também do responsável pela manutenção e funcionamento da piscina. E - de novo – em se tratando de evitar acidentes graves, não seria demais que piscinas de uso público e coletivo tivessem obrigatoriamente que passar por fiscalização periódica e no caso de serem constatadas irregularidades, os responsáveis punidos, não simbolicamente claro, mas exemplarmente.

Ricardo Bargieri, presidente da fabricante Jacuzzi, participa desta matéria, mas limita-se a falar da limpeza da piscina. Senhor Ricardo Bargieri, o que falta para a empresa que o senhor preside admitir que minha filha teve os cabelos sugados por um ralo de fabricação Jacuzzi – instalado fora dos padrões técnicos de segurança por falta de informação da Jacuzzi? Senhor Ricardo Bargieri, o que falta para a empresa que o senhor preside assumir uma postura de responsabilidade civil e indenizar Flavia com um valor adequado e coerente com a dimensão e gravidade do acidente que lhe deixou em coma vigil irreversível?! Senhor Ricardo Bargieri, uma empresa não se mantém líder apenas por estar bem posicionada no mercado, mas sim por assumir uma postura de responsabilidade social, onde fique claro que essa empresa está mais preocupada com vidas humanas do que com o seu próprio lucro.

Senhores juizes: E depois de mais de nove anos de luta pelos direitos de Flavia, o que ainda lhes falta para que a empresa Jacuzzi do Brasil seja exemplarmente condenada a pagar à Flavia uma indenização que me permita cuidar dela com a qualidade de vida que ela precisa e que lhe proporcione uma sobrevida digna!?

Obs: Os negritos do texto são meus.
Até o próximo post.
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