Flavia sempre foi uma criança muito afetiva, muito meiga. Muito alegre! Ela era carinhosa não só com os de casa, mas com os amigos também. Flavia tinha facilidade para relacionar-se com as pessoas e gostava muito de estar com as amiguinhas.
Há quase 13 aos em coma, Flavia ainda mantém um silencioso carisma. Até hoje, as pessoas que entrevistei e acabei contratando para me ajudar a cuidar de minha filha, com raras exceções, desenvolveram um gostoso (e importante) afeto por Flavia que em seu leito, uma vez ou outra, retribui esse afeto com um sorriso, infelizmente não mais um sorriso gaiato como este que ela exibe na foto acima, é um sorriso singelo, mas ainda assim um sorriso, como se Flavia quisesse agradecer por estarem acrescentando afeto e carinho quando cuidam dela.
Para cuidar de alguém que ficou dependente de nós é preciso além da dedicação intensa, acrescentar gentileza no trato e delicadeza no toque. Para me ajudar a cuidar de Flavia, procuro identificar pessoas competentes, mas também doces e carinhosas porque acredito no poder do amor, do carinho e do afeto. Acredito que esses sentimentos, em qualquer circunstância, sejam mesmo terapêuticos. Não só para quem recebe, mas também para quem os dá.
Um abraço a todos e até o próximo post.