Uma das maiores dores que um ser humano pode sofrer é a dor da perda de um filho, seja por morte, seja por um acidente grave que tirou desse filho ou filha a oportunidade de viver uma vida plena.
Com minha filha Flavia, foi assim que aconteceu. Uma perda parcial e devastadora. Flavia aos 10 anos, teve os cabelos sugados pelo ralo da piscina onde nadava, se afogou e desde então passou a viver em estado mínimo de consciência ou coma vígil. Isso faz 25 anos.
Lido com a dor dessa perda como posso. Uma coisa eu aprendi . A dor alheia a longo prazo é insuportável para o outro. Por exemplo, eu me lembro de dois anos depois do acidente que vitimou minha filha, ver conhecidos, ao me ver na rua, mudar de calçada por não saber mais o que me dizer para me consolar por ter minha filha vivendo em coma. E a pessoa que mudou de calçada fez isso, não porque era uma pessoa má, mas porque minha dor lhe era insuportável.
Filhos e perdas. Essa dor nos marca, nos massacra fica aqui, dentro da gente, dia e noite, noite e dia. É uma companhia indesejada e constante. O que faço com ela?! Como não me transformar eu própria numa dor ambulante?! A luta na qual me empenhei para que existisse no Brasil uma Lei Federal por segurança nas Piscinas, foi uma das formas que encontrei para dar algum sentido à dor pela tragédia ocorrida com Flavia. A Lei de segurança nas piscinas do Brasil passou a existir desde Abril de 2022. É a Lei 14.327/22. Informe-se sobre essa Lei. Ela salva vidas!