Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

Menina de 12 anos morre após ter mão e braço sugados em piscina

- 31 de agosto de 2019
Fotos recolhidas da net e meramente ilustrativas mas que mostram, de fato, um dos motivos de aprisionamento de crianças (e até adultos) nas piscinas de todo o mundo.

A noticia de que trata este post. Era uma menina e tinha 12 anos. Estava de férias com a família e naturalmente aquele período deveria ser de distração e divertimento. Mas a criança morreu ao ter mão e braço sugados pelo sistema de sucção da piscina. No Brasil, em 2008, o menino Gabriel Posteraro morreu em um acidente idêntico. Numa escola de natação que frequentava, Gabriel teve o braço sugado pela sucção da piscina. O ralo estava sem a tampa. A noticia desse acidente, mostrado no programa Domingo Espetacular da TV Record, eu publiquei no blog de Flavia, no post

Voltando ao acidente de que trata esse post: 

"Muitos gritaram para que os nadadores-salvadores desligassem as bombas, mas esta situação ainda demorou alguns minutos a acontecer, visto que estes não sabiam da localização dos interruptores."

Como assim, os "nadadores-salvadores" não sabiam onde desligar a bomba?! Caso a bomba fosse desligada, imediatamente a sucção pararia e provavelmente a criança não teria morrido.

Esse tipo de sucção nas piscinas, quando ocorrem, é tão forte que mesmo várias pessoas juntas não conseguem libertar a vítima. Só mesmo desligando a bomba. Na maioria das vezes os funcionários do local não sabem onde desligar tal bomba o que certamente, é inadmissível. O local deve treinar seus funcionários para em caso de acidente, desligar o equipamento de sucção. Essa falta de cuidado tem causado muitos acidentes fatais não só no Brasil mas em todo o mundo.

A menina de 12 anos, Alisa Adamova, a mais nova vítima da falta de segurança nas piscinas, é de nacionalidade russa, e o acidente ocorreu em Bodrum, Turquia. Mas independentemente de qual parte do mundo um acidente por falta de segurança nas piscinas ocorra, eu me comovo porque acredito que precisamos ter empatia com o nosso próximo, seja ele de que nacionalidade for. A dor da perda de um filho seja por morte seja por seguir vivendo com graves sequelas neurológicas como ocorre com minha filha Flavia, é algo devastador. No momento em que sei de um acidente com crianças nas piscinas, o filme do que ocorreu com Flavia, há mais de 21 anos, me volta à memória e eu me comovo e sofro com os pais dessas vítimas. Precisamos nos colocar no lugar do outro, no solidarizar com a dor do próximo Minha solidariedade e meu carinho para os pais de Alisa, a menina russa. Somos todos irmãos.

A noticia completa do acidente que matou Alisa, pode ser lida AQUI

Segurança nas piscinas, esta é uma causa de todos nós.

Indenizando a dor. Quanto custa e como pagar o sofrimento?!

- 17 de agosto de 2019
Piscina do Jaraguá Country Club. - Belo Horizonte, MG. Mariana, 8 anos, morreu nesta piscina em janeiro de 2014

Em Janeiro de 2014, foi noticiado de que três crianças morreram no Brasil, vitimas da sucção dos ralos de piscinas. Uma dessas crianças, foi Mariana Oliveira, 8 anos, no bairro do Jaraguá, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A criança ficou presa pelos cabelos ao ralo da piscina. Foi exatamente assim que minha filha Flavia foi vitimada em Janeiro de 1998. Assim como Mariana, Flavia se afogou porque teve os cabelos sugados pelo ralo da piscina onde nadava. Desde então, há mais de 21 anos, Flavia vive em coma vigil.

No caso do acidente de Belo Horizonte que causou a morte de Mariana, cinco anos depois, o Jaraguá Country Club foi condenado a pagar uma indenização aos pais da criança., já que foi constatado que havia irregularidades naquela piscina, como por exemplo o ralo de sucção da água estava sem a tampa de proteção. Esse simples dispositivo de segurança poderia ter salvo a vida de Mariana. E teria evitado o acidente também com Flavia.

Como se fosse normal, os locais onde esses acidentes ocorrem, após a tragédia, seguem funcionando normalmente. Mas para a família da vítima, nada mais será como antes. A realidade se transforma de um jeito quase que insuportavelmente doloroso. A dor da perda de um filho é devastadora e nos marca para sempre. A perda ocorre não só com a morte do corpo, mas também com a morte dos sonhos e da convivência em condições saudáveis. Flavia, minha filha, não morreu mas por viver em coma, não reage, não interage, não vive plenamente. Esta também é uma perda devastadora, porque por observá-la sem mais esperança de vê-la recobrar a consciência, essa perda passa a ser diária. 

Atualmente tornou-se mais fácil condenar os responsáveis por piscinas/armadilhas submersas. Antes a justiça seguia de forma muito mais lenta, seja por existir pouca jusrisprudência a respeito, seja porque muitos não saem em busca de seus direitos e acabam deixando pra lá o que beneficia os responsáveis por tais negligência e aumenta e impunidade.

Nenhuma indenização, por mais elevada que seja, vai compensar a perda de um filho, mas vai sim, deixar os administradores de locais com piscinas mais atentos às suas responsabilidades.E quem sabe possamos ver diminuir os acidentes nas piscinas do Brasil. 

A matéria completa desta notícia pode ser lida neste link do Correio Brasiliense

Segurança nas piscinas, esta é uma causa de todos nós.
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