Fotos de algumas das crianças vítimas da sucçao dos ralos de piscinas
As fotos começam a ser repetidas aqui, mas a negligência com esse tipo de acidente também é.
Vivendo à margem da vida. 18 anos em que minha filha vive sim, à margem da vida devido a um acidente que poderia ter sido evitado. Por falta de segurança na piscina onde nadava, Flavia perdeu parte da infância, toda a adolescência e está perdendo sua juventude. Flavia não pode continuar seus estudos, não teve festas de 15 anos, não foi às festas, não namorou, não se casou e nunca vai me dar netos. Flavia vive em coma.
Ao escrever e dar entrevistas sobre os acidentes causados pela sucção dos ralos de piscinas, minha ideia era alertar as pessoas e conscientizar as autoridades de que ralos de piscinas podem matar ou deixar uma pessoa em coma, e em assim sendo, urgente se faz termos uma Lei Federal para Segurança nas Piscinas. Uma Lei que obrigue proprietários e administradores de piscinas a terem instalados dispositivos de segurança que evitam a sucção dos ralos.
O texto, o conteúdo da Lei foi entregue pronto em Brasília, mas apesar de o Projeto da Lei Federal para Segurança nas Piscinas ter passado por três importantes comissões, o Projeto continua PARADO lá em Brasília, por falta de interesse público. Há sempre uma desculpa, o carnaval, a copa, as eleições, o final do ano, o recesso dos parlamentares.... E a Lei não sai do papel. E enquanto isso crianças continuam a morrer em piscinas sem segurança.
Sinto uma imensa frustração por ver que mesmo depois de tanta luta, o gravíssimo acidente ocorrido com minha filha e o longo e irreversível estado de coma de Flavia não serviu para sensibilizar os políticos da necessidade de uma Lei que possa evitar que outras crianças morram ou venham a ter o destino de Flavia.
Por tudo isso não há o que comemorar hoje, apenas lamentar. Por Flavia e por tantas outras crianças que perderam a vida em mergulhos sem volta.