Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

Precisamos de uma Lei Federal para seguranças nas piscinas

- 26 de novembro de 2009
Amigos e leitores do blog de Flavia,

Aqueles que acompanham o blog de Flavia, sabem que há quase três anos venho utilizando este espaço para protestar contra a lentidão da justiça brasileira em condenar os responsáveis pelo acidente causado por um ralo de piscina funcionando de forma irregular e que - há 12 anos - mantém Flavia em coma vigil irreversível. Assim, venho aqui documentando outros acidentes causados por ralos de piscinas, no Brasil e no mundo, com o objetivo de alertar as pessoas para este tipo de acidentes.

Estes acidentes com ralos de piscinas são mais comuns do que se pensa e continuam fazendo vítimas graves e fatais, notadamente crianças. Por este motivo, torna-se NECESSÁRIA e URGENTE a existência de uma LEI FEDERAL POR SEGURANÇA NAS PISCINAS. Por isso, peço a todos que por aqui passarem ou que, por outro qualquer meio tenham conhecimento desta iniciativa, que assinem a presente PETIÇÃO.

POR UMA LEI FEDERAL POR SEGURANÇA NAS PISCINAS.


ESTA PETIÇÃO FOI DESATIVADA POR FALTA DE ADESÃO.
(Vamos insistir. Clic aqui e assine a peticao de 2014)


Você poderá também divulgar esta petição através de sua lista de distribuição de e-mails, do Twitter, do Facebook...

A petição  poderá ser  assinada por qualquer cidadão, de qualquer país.

Somos todos irmãos, e esta, é uma causa de todos nós.

Muito obrigada e até o próximo post!

FLAVIA NA REVISTA ÉPOCA DESTE SÁBADO

- 21 de novembro de 2009
Odele e Flavia - "SAUDADES DE SUA VOZ"

A Revista Época deste sábado, traz uma reportagem comigo e Flavia. A matéria é da repórter Eliane Brum e as fotos, de Marcelo Min. ( Fotogarrafa)
"
Quando Odele sonha com a filha, Flavia tem 10 anos. A menina de cabelos longos, encaracolados nas pontas, fala sem pausas. Gosta de partilhar seu dia, contar as aventuras na escola, tagarelar sobre o futuro precocemente dividido entre uma carreira de administradora e outra de modelo. Abraça e beija muito. Dança, canta e toca teclado. Sua voz povoa o sono da mãe. Quando Odele acorda, porém, o silêncio continua lá.

Deitada na cama do quarto ao lado, Flavia tem os olhos abertos. Não pode mais falar e, embora possa ver, Odele não sabe se vê. A menina calou-se aos 10 anos, quando seu cabelo foi sugado pelo ralo da piscina do edifício onde vivia, em São Paulo. Em dezembro, no mesmo dia do aniversário da mãe, fará 22. Há quase 12 anos, Odele só ouve a voz da filha em sonhos. Agora é a mãe que parece se afogar ao despertar submersa na ausência da filha. “Ela tinha voz de sino”, diz. É dessa voz de sino que Odele sente mais saudade.

Assim se inicia cada dia. E cada dia em que Flavia não acorda é uma perda para Odele. Quem vai imaginar que a voz da filha, que às vezes perturba com sua premência, será um dia a maior saudade da mãe? Que aquelas histórias de criança, contadas quando falta tempo à mãe, seriam pagas com metade de uma vida ou uma vida inteira, se a mãe soubesse que poderia perdê-las?
É uma existência de subtrações e de delicadezas, a dessas duas mulheres. Só faz sentido porque Odele conseguiu fazer da história de dor também uma narrativa de amor.

.... Meses depois, Odele começou a buscar as causas no fundo da piscina. Dividia seu dia entre os cuidados com a filha no hospital e..."

A matéria completa pode ser lida neste link da Revista Época: SAUDADES DE SUA VOZ.
O meu muito obrigada à repórter Eliane Brum pela realização desta reportagem. Obrigada também ao fotógrafo Marcelo Min.

Agradeço também ao editor do site da Revista Época e ao pessoal do Globo.com pela abertura desta matéria no site. Desta forma, nossos leitores de Portugal, de outros países e de localidades onde a Revista não chega, podem ler a matéria completa on line.

Nota: Na hora de agradecer a tantas pessoas que me apoiam na divulgação da história de Flavia, quando me dou conta, estou sempre devendo agradecimentos. É o caso desta matéria.: Eliane Brum, repórter especial da Revista Época,  tomou conhecimento do blog de Flavia, graças à sensibilidade do blogueiro acreano -  nem sempre bem compreendido em sua própria terra - ALTINO MACHADO, que há tempos conhece a história de Flavia. Neste link,  vocês verão uma mensagem  de Eliane para Altino,  agradecendo a ele pela sugestão  da pauta. A Altino Machado, os meus mais sinceros agradecimentos e minhas desculpas por não ter colocado aqui antes esta nota. MUITO OBRIGADA ALTINO!

Piscina segura = no mínimo, dois ralos de fundo

- 19 de novembro de 2009
Piscina do Centro de Treinamento da Sodramar – Diadema – São Paulo

Nesta segunda-feira, dia 16, estive visitando a empresa Sodramar, fabricante de piscinas e produtos afins, em Diadema, São Paulo e tive autorização para fotografar o Centro de Treinamento que a empresa mantém para lojistas e funcionários. Fiquei muito bem impressionada com os cuidados que a Sodramar mantém com a segurança de seus produtos. Seria impossível colocar tudo o que vi em um único texto, portanto, aos poucos, e alternadamente com outros posts, irei me utilizando aqui do material que fotografei.

Reparem que nesta piscina, além dos drenos laterais, há DOIS drenos (ralos) de fundo. É assim que deve ser. Uma piscina deve ter no mínimo DOIS drenos de fundo para que a força de sucção seja bem distribuída e não cause acidentes, como eventualmente, sugar cabelos e partes do corpo humano, como temos - com certa freqüência - visto acontecer. No entanto, o que se percebe é que muitas piscinas possuem apenas um dreno de fundo, como no caso da piscina onde Flavia sofreu o acidente. E se esse dreno de fundo estiver fora dos padrões de segurança, como por exemplo, superdimensionado –  como no caso da piscina onde Flavia sofreu o acidente, o perigo para os usuários passa a ser infinitamente maior.

Não posso entender e muito menos aceitar, como é que piscinas - estejam elas onde estiverem - possam funcionar com seus sistemas de sucção fora dos padrões de segurança. Não posso entender e muito menos aceitar que empresas e pessoas que mantêm essas piscinas funcionando sem os imprescindíveis cuidados com a segurança, continuem com suas negligências sem que sofram punições severas pelos acidentes graves e fatais que seus produtos causam aos usuários. Além do acidente que deixou Flavia em coma vigil irreversível, - como sabem quem nos acompanha - estão documentados neste blog, vários outros acidentes causados por ralos de piscinas funcionando de forma irregular, acidentes estes ocorridos por todo o mundo: Brasil, Portugal, Estados Unidos, Tailândia... A negligência que não é punida, tende a se repetir.

Até o fim de minha vida, e todas as vezes que eu olhar para minha filha, imóvel e inconsciente – EM COMA VIGIL - vou defender este ponto de vista, porque é nisto que acredito: O fabricante de piscinas e de seus respectivos equipamentos de sucção, (motor, bomba, filtro) TEM SIM, o dever e a obrigação de se preocupar em corretamente orientar os seus clientes sobre o potencial perigo de seus equipamentos, caso sejam instalados e mantidos de forma irregular. A informação, o conhecimento técnico, é o fabricante quem tem. Portanto, a obrigação de orientar também.

Como sabem os leitores deste blog, o fabricante da bomba e do filtro da piscina que sugou os cabelos de Flavia, deixando-a em coma vigil irreversível, a empresa Jacuzzi do Brasil, depois de mais de 10 anos de luta nos tribunais de São Paulo e Brasília, onde, para se defender, colocou a culpa do acidente em mim, mãe da vítima, chegando a me chamar de “mãe relapsa”,  NÃO FOI CONDENADA pelo acidente causado à Flavia.

Pelo fato da Jacuzzi não ter orientado em seus manuais sobre o risco do tipo de acidente causado à Flavia, (sucçao dos cabelos pelo ralo) sempre vou considerá-la co-responsável (junto com o condomínio) por este acidente que destruiu a vida de minha filha. Mas ao contrário do que penso e do que julgou o Ministro do Superior Tribunal de Justiça em Brasilia ( Luis Felipe Salomão – voto vencido por 5 a 1) a justiça não considerou a Jacuzzi culpada pelo acidente. (Aqui: FLAVIA, UM CASO TRÁGICO, UMA SUCESSÃO DE ERROS)

Infelizmente, é como diz o meu amigo Peciscas de Portugal, no vídeo que está ali, na lateral deste blog, e que já se aproxima das 50 mil visualizações no YOU TUBE: “...mas a justiça nem sempre cumpre o seu dever essencial de proteger os mais frágeis contra prepotências e agressões...”.
E assim continuamos a assistir novos acidentes causados pela forte sucção de ralos de piscinas fora dos padrões de segurança. E assim continuamos a ver pessoas – principalmente crianças - serem vítimas de acidentes causados por ralos de piscinas irregulares. A negligência que não é punida, tende a se repetir...

Até o próximo post.

Sem energia elétrica. E a vida dependendo dela

- 13 de novembro de 2009
Dois dias após o Brasil ter ficado literalmente no escuro com o apagão de grandes proporções que afetou, pelo menos, 18 de nossos estados - 1.800 cidades, o noticiário ainda da ênfase ao gigantesco blecaute e provavelmente, neste fim de semana, este assunto será a capa das principais revistas semanais do país.

Quando morávamos em Moema e faltava energia elétrica, para ligar o aspirador absolutamente indispensável para aspirar as secreções que, devido a imobilidade, a toda hora se formam nos pulmões de Flavia, eu usava um aparelho No Break com capacidade para operar por 8 horas. Era um aparelho imenso e muito pesado aquele, mas do qual me utilizei até que nos mudamos para este apartamento onde passei a morar com meus filhos, e onde tem gerador, que diminui a dificuldade de cuidar de Flavia sem energia elétrica.

No prédio onde hoje moramos, no hall de serviço de cada andar existe uma tomada que fornece energia elétrica vinda do gerador. Quando a luz acaba como neste imenso blecaute da noite de terça para quarta-feira, eu me utilizo de uma longa extensão que vai do quarto de Flavia até o hall de serviço. Além de poder usar o aspirador de secreções, dá para ligar também uma ou outra luminária para evitar ter que cuidar de Flavia à luz de velas, como acontecia em Moema. Mas não posso deixar de pensar na aflição de pessoas que não contam com um gerador de energia elétrica para os cuidados essenciais de pessoas doentes. Em São Paulo, por exemplo, em um Hospital sem gerador de energia elétrica, um bebê teve que ser retirado da UTI às escuras.

Vi e ouvi ontem na TV o ministro Tarso Genro dizer que o apagão que deixou o país por horas nas trevas, teria sido um “microincidente dentro de conquistas extraordinárias durante sete anos na produção de energia”. Microincidente?! Não pensará assim quem depende de energia elétrica para cuidados essenciais, sem os quais , a vida fica por um fio.

Até o próximo post.

PRA SEMPRE A MESMA IDADE...

- 6 de novembro de 2009
Filhos, pra sempre a mesma idade, pra sempre sempre esta saudade...Pra sempre.
.
Flavia e Fernando. Ela, aos 6 meses. Ele, aos 4 anos.

SECO
Daqui de onde eu vejo
Daqui dessa saudade
Me falta paisagem...
Às vezes um bocejo
Às vezes, caridade
Me sinto uma bobagem...
Não sinto quase nada
Não sou pra quase nada
Nem sei se sou verdade...
É sempre um pulso lento
Sempre a falta de vento
Pra sempre a mesma idade...
Já fui muita vontade, gritei meus mil lampejos
Agora eu choro calada
De todos meus desejos, sobrou-me a crueldade
Viver caiu no esquecimento...
Faz tempo, eu não me vejo
De mim tenho saudade
Sou mera paisagem...

Fernando Belo - Novembro de 2008.

Fonte: Blog Viver de Brisa

Filho, - de vez em quando - imaginar os sentimentos de sua irmã, é sem dúvida, demonstração de sensibilidade e amor de sua parte. Por isso e pelo homem correto que você hoje é, eu amo você.
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