Pessoas de diferentes religiões, me acenavam, imaginem, com possibilidades de cura para Flavia. Alguns, praticantes mais fervorosos, chegavam a garantir que apesar das seqüelas diagnosticadas pelos médicos como irreversíveis, Flavia se recuperaria por completo para depois dar testemunho do poder da fé, do poder de Deus.
As pessoas ao nos fazerem tais afirmações, têm a melhor das intenções, mas é muito complicado lidar com a expectativa de que esta ou aquela religião possa trazer a solução para problemas de saúde tão graves. Um dos médicos de Flavia, ao presenciar uma dessas manifestações de fé no quarto dela, disse que este tipo de atitude deveria ser severamente repreendido e mesmo repudiado. Primeiro porque uma pessoa não pode afirmar que outra vai se curar baseada apenas em sua crença religiosa, e depois porque não se deveria usar a fragilidade de quem está sob o efeito da dor para fazer pregações religiosas, ou arrebanhar quem está sofrendo para esta ou aquela religião.
Uma ex colega de trabalho – evangélica - repetia incessantemente que Flavia se recuperaria em breve para Gloria do Senhor. Essa moça falava isso com tanta convicção que me deixava impressionada. E confusa. E a confusão se instalou principalmente quando depois de muito tempo – anos – nenhuma melhora ocorreu no quadro neurológico de Flavia, e essas mesmas pessoas me diziam que se melhora não houve é porque não tive fé. Passei então a me sentir culpada por não ter essa fé necessária à recuperação de minha filha, e depois de ter perambulado por várias religiões, desisti de encontrar aquela que me trouxesse respostas, pois entendi que respostas não há. E assim, confusa e inconformada me recolhi a mim mesma.
As pessoas ao nos fazerem tais afirmações, têm a melhor das intenções, mas é muito complicado lidar com a expectativa de que esta ou aquela religião possa trazer a solução para problemas de saúde tão graves. Um dos médicos de Flavia, ao presenciar uma dessas manifestações de fé no quarto dela, disse que este tipo de atitude deveria ser severamente repreendido e mesmo repudiado. Primeiro porque uma pessoa não pode afirmar que outra vai se curar baseada apenas em sua crença religiosa, e depois porque não se deveria usar a fragilidade de quem está sob o efeito da dor para fazer pregações religiosas, ou arrebanhar quem está sofrendo para esta ou aquela religião.
Uma ex colega de trabalho – evangélica - repetia incessantemente que Flavia se recuperaria em breve para Gloria do Senhor. Essa moça falava isso com tanta convicção que me deixava impressionada. E confusa. E a confusão se instalou principalmente quando depois de muito tempo – anos – nenhuma melhora ocorreu no quadro neurológico de Flavia, e essas mesmas pessoas me diziam que se melhora não houve é porque não tive fé. Passei então a me sentir culpada por não ter essa fé necessária à recuperação de minha filha, e depois de ter perambulado por várias religiões, desisti de encontrar aquela que me trouxesse respostas, pois entendi que respostas não há. E assim, confusa e inconformada me recolhi a mim mesma.