A situação em que pessoas voluntárias ficavam à noite no hospital com Flavia, durou dois meses. Na verdade, existia em mim a esperança de que a qualquer momento a situação pudesse se reverter, ou seja, Flavia pudesse melhorar e tudo se tornaria mais simples de administrar. Mas não, Flavia não tinha perspectiva de alta e tive que pensar em contratar também uma acompanhante para a noite, pois seguir com aquele esquema de cada dia uma pessoa diferente ficar à noite com ela seria inviável, além do que as pessoas iriam claro, se cansar. Aí, mais uma enorme demonstração de solidariedade: As pessoas que vinham passar a noite no hospital com Flavia, lideradas por minha amiga Arlete Fontana, passaram a fazer depósitos mensais numa conta bancária aberta em nome de Flavia, especialmente para ajudar no pagamento das despesas não cobertas por meu plano de saúde. Assim, pude pagar uma acompanhante para a noite.
A situação financeira foi se complicando. Meu plano de saúde precisava ser complementado em porcentagem que variava até 30%. Essa porcentagem quando se refere a uma consulta médica não é tão significativa em nosso orçamento, mas quando se trata de diárias de UTIs e internação hospitalar prolongada, fica difícil. Além da complementação do plano de saúde havia aqueles gastos que não eram mesmo cobertos pelo plano, como por exemplo órteses e fraldas. A Seguradora do condomínio, a AGF, continuava a se recusar a me pagar o seguro existente no prédio contra acidentes pessoais, enquanto não fosse comprovada a culpabilidade do condomínio no acidente. Dessa forma, aceitando sugestões de amigos, começamos a organizar bingos e rifas para a arrecadação de fundos que me ajudassem a arcar com essas despesas.
A situação financeira foi se complicando. Meu plano de saúde precisava ser complementado em porcentagem que variava até 30%. Essa porcentagem quando se refere a uma consulta médica não é tão significativa em nosso orçamento, mas quando se trata de diárias de UTIs e internação hospitalar prolongada, fica difícil. Além da complementação do plano de saúde havia aqueles gastos que não eram mesmo cobertos pelo plano, como por exemplo órteses e fraldas. A Seguradora do condomínio, a AGF, continuava a se recusar a me pagar o seguro existente no prédio contra acidentes pessoais, enquanto não fosse comprovada a culpabilidade do condomínio no acidente. Dessa forma, aceitando sugestões de amigos, começamos a organizar bingos e rifas para a arrecadação de fundos que me ajudassem a arcar com essas despesas.
Mais uma vez ficou claro para mim que a solidariedade é uma benção. No sofrimento, a solidariedade não elimina a dor, mas certamente a torna mais suportável. Embora com o passar do tempo muitas das pessoas que me ajudaram nos primeiros anos após o acidente tenham se afastado, eu me lembro de cada uma delas sempre com muito carinho. Elas foram fundamentais, me deram carinho, me apoiaram e por isso essas pessoas se tornaram para mim, inesquecíveis.
2 comentários
posso ajudar financeiramente? qual a conta? eis-me aqui!
gafanhoto,
Muitíssimo obrigada pelo oferecimento de ajuda financeira, mas não posso aceitar. Quando falo de dificuldades financeiras não é absolutamente para conseguir ajuda dos que lêem o blog de Flavia, a intenção é conscientizar a justiça brasileira de que quem sofre um acidente de proporções tão sérias como Flavia, precisa de uma indenização adequada, para que ela tenha os cuidados de que precisa a fim de manter-se viva com dignidade. Quem deve pagar por essas despesas são os responsáveis pelo acidente e é para que sejam CONDENADOS A PAGAR que venho lutando na justiça há mais de oito anos.
Posso te pedir um favor? Essa ajuda financeira que você tão generosamente pensou em enviar para Flavia, procure alguém à sua volta, veja quem estiver mais necessitado, pense em Flavia e direcione sua ajuda para essa pessoa. Tenho certeza de que Flavia se encantaria com seu gesto.
Fique com meu carinho.