Peço desculpas a quem visita o blog Flavia, Vivendo em Coma, se em alguns posts eu possa lhes parecer “pesada” ao relatar o dia a dia de Flavia após o acidente. Minha intenção não é ser down e não é, de modo algum, expor desnecessariamente o sofrimento de minha filha, mas é mostrar o quanto uma vida humana pode ser radicalmente modificada por causa de negligências na segurança das piscinas, um local de lazer, onde adultos e crianças vão para se distrair, e acabam tendo a vida dolorosamente transformada ou até mesmo morrem, como é o caso do exemplo acima com o menino Thiago, de 11 anos, morador de Manaus, no Brasil, noticiado no jornal O Estado de S.Paulo, do dia 11.04.1999.
Antes do acidente com Flavia, eu não imaginava que ralos de piscinas pudessem oferecer algum perigo. Depois, comecei a pesquisar acidentes desse tipo. Descobri que alguns casos muito graves aconteceram na França, entre 1994 e 2001. Os recortes dos jornais franceses noticiando esses acidentes foram anexados aos laudos do processo de Flavia. Eu soube de um caso na Grécia, em 2001 e outro em Portugal em 2002, onde crianças também foram vítimas desse tipo de acidente, todos causados por irregularidades no sistema de sucção da água das piscinas. Algumas dessas crianças morreram, outras, ficaram com graves sequelas. Além dos casos aqui mencionados, tenho recortes de jornais e revistas com notícias de outros acidentes ocorridos em diferentes partes do mundo, e pelo mesmo motivo - negligência com o sistema de sucção das piscinas.
Antes do acidente com Flavia, eu não imaginava que ralos de piscinas pudessem oferecer algum perigo. Depois, comecei a pesquisar acidentes desse tipo. Descobri que alguns casos muito graves aconteceram na França, entre 1994 e 2001. Os recortes dos jornais franceses noticiando esses acidentes foram anexados aos laudos do processo de Flavia. Eu soube de um caso na Grécia, em 2001 e outro em Portugal em 2002, onde crianças também foram vítimas desse tipo de acidente, todos causados por irregularidades no sistema de sucção da água das piscinas. Algumas dessas crianças morreram, outras, ficaram com graves sequelas. Além dos casos aqui mencionados, tenho recortes de jornais e revistas com notícias de outros acidentes ocorridos em diferentes partes do mundo, e pelo mesmo motivo - negligência com o sistema de sucção das piscinas.
No caso específico do acidente com Flavia, o ralo da piscina do prédio onde morávamos estava superdimensionado. Para aquecer a água da piscina, o síndico autorizou a troca do equipamento, o que foi feito sem acompanhamento técnico especializado. Por sua vez, a Jacuzzi, empresa fabricante do ralo, vendeu, sem qualquer orientação ao consumidor final, - aqui no caso, o condomínio - o conjunto motor/bomba, com potência inadequada para aquela piscina. No manual do produto da Jacuzzi nada constava sobre os riscos de instalação de um equipamento superdimensionado.
A piscina onde Flavia teve os cabelos sugados pelo ralo, foi devidamente periciada e por ordem judicial, por quatro vezes esvaziada para facilitar o trabalho dos peritos. A seguir trechos do laudo técnico após essas perícias, também anexado ao processo nr 29.810/99 – 8ª.Vara Cível do Foro Central da Capital – São Paulo.
...... houve substituição do equipamento motor/bomba/filtro, antes com 0,50cv e agora com 1,50 cv
......o conjunto motor/bomba adquirido pelo condomínio possui potência acima das necessidades locais e pelo catálogo juntado no anexo VII, possui uma capacidade máxima de filtragem, de 104, m3 de água. A piscina objeto da presente ação, possui 43 m3, podendo ser considerado o conjunto superdimensionado...
...........não houve responsável técnico quando da substituição do equipamento de 0,50 cv pelo atual de 1,50 cv.........
O Laudo Técnico feito na piscina onde Flavia teve seus cabelos sugados pelo ralo, feito por perito designado pela 8ª.Vara Cível e contendo mais de 200 páginas, foi anexado ao processo de Flavia. Após oito anos, e em última instância – não mais poderei recorrer – o processo dela está seguindo para Brasília, onde, com "muita sorte", deve ser julgado em dois anos, ou seja, o laudo e todas as demais provas anexadas ao processo ficariam mais de 10 anos no limbo jurídico em que se encontra a justiça brasileira.
Além de alertar sobre o perigo existente em ralos de piscinas, este meu protesto é por mais agilidade no JULGAMENTO e CONDENAÇÃO dos responsáveis pelo gravíssimo acidente ocorrido com Flavia. E quem sabe isto possa contribuir para que os 62 milhões de processos - é este o número - que esperam pela decisão da justiça brasileira, possam ser julgados com mais agilidade, o que significaria diminuição do sofrimento de tantas pessoas e sem dúvida, mais respeito com o ser humano.