Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

A história de Flavia no You Tube: Vista mais de 100 mil vezes.

- 25 de junho de 2010
Vídeo feito por António Peciscas,(Portugal),  foto do Superior Tribunal de Brasília, feito pelo autor do blog Adesenhar (Portugal), demais fotos recolhidas do blog de Flavia e da Internet.

Este vídeo com a história de Flavia, em menos de dois anos, já foi visto mais de 100 mil vezes. E em três anos e meio de existência do blog de Flavia, mais de 368 mil pessoas que passaram por aqui e ficaram sabendo que ralos de piscinas podem prender embaixo d’água, matar, ou deixar uma pessoa em coma.

Para relembrar: No dia 15 de setembro de 2008, aconteceu a segunda Blogagem Coletiva para divulgar a história de Flavia. Nesse dia, numa demonstração de imensa solidariedade, mais de 250 blogs do Brasil e do exterior escreveram sobre acidentes com ralos de piscinas e sobre a morosidade da justiça brasileira em condenar os culpados pelo acidente que deixou Flavia em coma vigil irreversível. O processo, como muitos sabem, se arrastou por 12 anos entre São Paulo e Brasília, e ao final, fez-me meia justiça, já que um dos réus, a empresa Jucuzzi do Brasil, não foi condenada.

Uma dessas participações na Blogagem Coletiva de 15 de Setembro de 2008 foi feita com o vídeo que ilustra este post. O amigo António Peciscas, de Portugal, que nunca nos viu pessoalmente, colhendo fotos do blog de Flavia e com texto de sua autoria, colocou no You Tube a história de minha filha que correu o mundo. A história de Flavia, graças a este blog e a todos que nos lêem e nos divulgam, além do Brasil é conhecida em países como Portugal, Espanha, Argentina, Perú, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, Israel, Moçambique, Japão, etc. A história de Flavia é um gritante e vergonhoso exemplo da negligência e da impunidade que existe no Brasil, mas a história de minha filha, pelo tanto de pessoas que nos apóiam, é também uma história de amor, de amizade, de solidariedade.

Com este post quero mais uma vez agradecer não só ao querido amigo António por ter feito o vídeo e colocado a história de Flavia no You Tube, mas agradecer também a todas as pessoas,(e foram muitas), que levaram este vídeo para a lateral de seus blogs, colaborando desta forma para que mais e mais pessoas fiquem sabendo do perigo que podem correr se nadarem próximo a um ralo de piscina que esteja funcionando de forma inadequada, seja por superdimensionamento do sistema de sucção, seja por falta de manutenção da piscina.

Obviamente, nenhum de nós, ao entrar em uma piscina, tem condições de saber se o sistema de sucção ali instalado está ou não funcionando de acordo com os padrões de segurança. Essa é uma OBRIGAÇÃO dos administradores de locais onde existam piscinas,como por exemplo, condomínios, clubes, hotéis,motéis e onde mais houver uma piscina instalada. Mas é nosso direito exigir segurança nas piscinas, por isso, uma lei federal eficaz e aplicada com rigor, poderia diminuir em muito os acidentes com ralos de piscinas que infelizmente continuam acontecendo. Estamos nos empenhando, por isso, esperemos que em breve venhamos a ter esta tão necessária lei.

Muito obrigada e até o próximo post.

RALO DE PISCINA SUGA BARRIGA DE MAIS UMA CRIANÇA.

- 18 de junho de 2010

Menina de três anos com marca na barriga causada por sucção de ralo de piscina. Foto retirada do blog Diário de uma Mãe.

Por esses dias recebi um e-mail de Bárbara, uma mãe que me relata o ocorrido com sua filha, em 07/05/2009, no Rio de Janeiro. A criança, então com três anos de idade, foi sugada pela barriga (conforme mostra a .foto) na piscina da academia onde fazia natação. O acidente, desta vez, não foi fatal. Mas poderia ter sido. Não houve seqüelas graves. Mas poderia ter havido.

“...Minha filha tinha na época 3 anos e meio e durante a aula de natação dela na academia (que tinha feito convênio com a escola dela) ela foi "sugada" por aqueles negócios de sucção que tem nas piscinas, e foi retirada...”
“..Ela nos explicou (a médica) a gravidade que poderia ter... Minha filha poderia ter fraturado uma costela, poderia ter rompido o baço, e que não era o caso não era um gelinho que iria resolver e sim uma cirurgia, fora ter alguma hemorragia interna...”

O relato completo da mãe desta criança pode ser lido AQUI.
Qualquer pessoa, e ainda mais se for uma criança que fique presa embaixo d’água pela forte sucção de um ralo de piscina pode sofrer graves seqüelas (como no caso de Flavia) ou mesmo morrer, como tantos casos relatados e documentados neste blog.

Repetindo (para os novos leitores) o que já mencionei em posts anteriores, os acidentes com ralos de piscinas ocorrem principalmente por:
1. Instalação inadequada – equipamento de sucção da água muito potente (superdimensionado) para o tamanho da piscina (como no caso da piscina do condomínio onde Flavia nadava)

2. Falta de manutenção. Os parafusos vão ficando frouxos e a tampa do ralo da piscina se solta e pelo buraco aberto podem ser sugados partes do corpo humano, como braços, pernas, rosto, barriga, etc.

(Como documentado neste blog). Dependendo do tamanho da piscina, pessoas inteiras podem ser sugadas pelo buraco aberto, conforme ocorreu com um adolescente de 15 anos na Tailândia. Infelizmente falta conscientização da maioria das empresas e pessoas que vendem, instalam e cuidam – ou deveriam cuidar - da segurança nas piscinas. Não basta o sistema de sucção estar com a potência adequada. É preciso manutenção periódica feita por empresa tecnicamente habilitada com emissão do respectivo laudo das condições gerais da piscina. Infelizmente, pouca ou nenhuma importância tem sido dada à segurança nas piscinas. Por isso, a tendência é que os ralos de piscinas continuem fazendo vítimas. Infelizmente.

Tentando resgatar a lembrança musical de Flavia.

- 3 de junho de 2010
João e Maria - Chico Buarque e Nara Leão
Quando Flavia era criança, esta era uma das músicas que ela gostava de ouvir. Desde que entrou em coma, e nisso já se vão mais de 12 anos, além de outros sons, como mensagens de voz de pessoas queridas por exemplo, eu coloco músicas para Flavia ouvir. Intuitivamente eu achava que essas músicas poderiam despertar Flavia desse longo sono em que a vida a colocou.

Com o passar do tempo, lendo e me informando mais sobre como lidar com pessoas em coma, entendi que eu estava agindo de forma correta com Flavia. Mais recentemente, como já publiquei em um post anterior, li, releio e aprendo muito com o excelente livro da Dra. Eliseth Ribeiro Leão – Cuidar de Pessoas e Música, onde vi confirmada a importância da musicoterapia para pessoas doentes e mesmo em estado de coma.

“...Para pacientes em estado de coma, recomenda-se o uso de música de sua preferência, principalmente devido à limitação que possuem para expressar suas vontades e satisfações...”
Frase retirada do livro: Cuidar de Pessoas e Música – Capítulo 11, página 188. Estado de Coma e a influência da música e da voz humana.

Pois é. A nossa voz também tem profunda importância para pessoas em estado de coma. Este será tema para um próximo post.
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