No último dia 27 de Março, a TV Record, mostrou no JORNAL DA RECORD apresentado pelos jornalistas Celso Freitas e Adriana Araújo, uma reportagem comigo e Flavia, com o título: LENTIDÃO NOS PROCESSOS JUDICIAIS. A matéria, que teve origem por causa deste BLOG, foi produzida por Ana Claudia Machado e conduzida pelo repórter Mauro Tagliaferri
Transcrevo aqui a reportagem em sua íntegra. A matéria é bastante interessante porque, além de divulgar o caso de Flavia, contém informações importantes sobre a demora nos julgamentos dos processos judiciais em nosso país. Além de Flavia, outras pessoas estão há anos esperando por nossa morosa justiça, o que é no mínimo, injusto.
Celso Freitas:
– Nove anos em coma, e só agora chega à justiça em Brasília, a ação pelo acidente que mantém Flavia na cama.
Adriana Araújo:
– A menina, que teve os cabelos sugados pelo ralo de uma piscina, virou mulher e precisa de cuidados especiais, mas a lentidão do processo nos tribunais dificulta a luta da mãe, pela indenização.
Mauro Tagliaferri:
– Para a filha, são nove anos presa a uma cama, para a mãe, são oito anos presa a um processo. Em janeiro de 98, aos dez anos, Flavia brincava com o irmão quando se afogou no prédio onde morava, teve o cabelo sugado e preso pelo ralo da piscina. Ela ainda foi ressuscitada, mas sofreu danos cerebrais. O acidente deixou a menina em coma e até hoje, aos 19 anos, ela permanece no mesmo estado. Em março de 99, a mãe foi à Justiça cobrar indenização. A primeira sentença, saiu depois de cinco anos. Houve recurso e mais dois anos para uma nova decisão. Odele obteve indenização, mas achou o valor pequeno e vai recorrer outra vez. Flavia não se movimenta e nem interage, apenas consegue manter os olhos abertos e é alimentada por uma sonda. Só neste mês a ação de Flavia chegou ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, até aqui ela estava na justiça paulista, a mais atarefada do país, responsável por cerca de 40% dos processos brasileiros.
Jarbas Machioni: (presidente de Comissão da OAB)
– São Paulo tem uma das piores justiças em termos de morosidade e aparelhamento do Brasil, se não for a pior.
Mauro Tagliaferri:
- Dados da Ordem dos Advogados do Brasil mostram que o recurso no tribunal de justiça leva seis anos para ser julgado em São Paulo, contra seis meses no Rio de Janeiro e até três meses no Rio Grande do Sul.
Jarbas Machioni:
- O problema de São Paulo é gestão, principalmente gestão. Nós precisamos de uma solução técnica, compreender o nosso problema e apresentar solução com administradores e não juízes e advogados, quer dizer, nós podemos participar, mas tem que ser técnico.
Mauro Tagliaferri:
- Em todo o país existem 62 milhões de processos esperando julgamento, o de Flavia deve ter uma solução dentro de dois anos, com muita sorte.
Celso Freitas:
- A assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo informou em nota que desde 2005, o Tribunal está tomando medidas para melhorar sua estrutura e que a lentidão no processo de Flavia se deve também ao volume de casos em andamento.
========
Pois é. Como digo na entrevista, oito anos esperando por uma "sentença adequada". É o que ainda luto para conseguir para Flavia, - uma sentença adequada - já que uma sentença justa seria impossível, como impossível é pagar o sofrimento e recuperar o tempo perdido.
Transcrevo aqui a reportagem em sua íntegra. A matéria é bastante interessante porque, além de divulgar o caso de Flavia, contém informações importantes sobre a demora nos julgamentos dos processos judiciais em nosso país. Além de Flavia, outras pessoas estão há anos esperando por nossa morosa justiça, o que é no mínimo, injusto.
Celso Freitas:
– Nove anos em coma, e só agora chega à justiça em Brasília, a ação pelo acidente que mantém Flavia na cama.
Adriana Araújo:
– A menina, que teve os cabelos sugados pelo ralo de uma piscina, virou mulher e precisa de cuidados especiais, mas a lentidão do processo nos tribunais dificulta a luta da mãe, pela indenização.
Mauro Tagliaferri:
– Para a filha, são nove anos presa a uma cama, para a mãe, são oito anos presa a um processo. Em janeiro de 98, aos dez anos, Flavia brincava com o irmão quando se afogou no prédio onde morava, teve o cabelo sugado e preso pelo ralo da piscina. Ela ainda foi ressuscitada, mas sofreu danos cerebrais. O acidente deixou a menina em coma e até hoje, aos 19 anos, ela permanece no mesmo estado. Em março de 99, a mãe foi à Justiça cobrar indenização. A primeira sentença, saiu depois de cinco anos. Houve recurso e mais dois anos para uma nova decisão. Odele obteve indenização, mas achou o valor pequeno e vai recorrer outra vez. Flavia não se movimenta e nem interage, apenas consegue manter os olhos abertos e é alimentada por uma sonda. Só neste mês a ação de Flavia chegou ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, até aqui ela estava na justiça paulista, a mais atarefada do país, responsável por cerca de 40% dos processos brasileiros.
Jarbas Machioni: (presidente de Comissão da OAB)
– São Paulo tem uma das piores justiças em termos de morosidade e aparelhamento do Brasil, se não for a pior.
Mauro Tagliaferri:
- Dados da Ordem dos Advogados do Brasil mostram que o recurso no tribunal de justiça leva seis anos para ser julgado em São Paulo, contra seis meses no Rio de Janeiro e até três meses no Rio Grande do Sul.
Jarbas Machioni:
- O problema de São Paulo é gestão, principalmente gestão. Nós precisamos de uma solução técnica, compreender o nosso problema e apresentar solução com administradores e não juízes e advogados, quer dizer, nós podemos participar, mas tem que ser técnico.
Mauro Tagliaferri:
- Em todo o país existem 62 milhões de processos esperando julgamento, o de Flavia deve ter uma solução dentro de dois anos, com muita sorte.
Celso Freitas:
- A assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo informou em nota que desde 2005, o Tribunal está tomando medidas para melhorar sua estrutura e que a lentidão no processo de Flavia se deve também ao volume de casos em andamento.
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Pois é. Como digo na entrevista, oito anos esperando por uma "sentença adequada". É o que ainda luto para conseguir para Flavia, - uma sentença adequada - já que uma sentença justa seria impossível, como impossível é pagar o sofrimento e recuperar o tempo perdido.
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