Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

CASO DE FLAVIA NO JORNAL DA TV RECORD.

- 2 de abril de 2007
No último dia 27 de Março, a TV Record, mostrou no JORNAL DA RECORD apresentado pelos jornalistas Celso Freitas e Adriana Araújo, uma reportagem comigo e Flavia, com o título: LENTIDÃO NOS PROCESSOS JUDICIAIS. A matéria, que teve origem por causa deste BLOG, foi produzida por Ana Claudia Machado e conduzida pelo repórter Mauro Tagliaferri

Transcrevo aqui a reportagem em sua íntegra. A matéria é bastante interessante porque, além de divulgar o caso de Flavia, contém informações importantes sobre a demora nos julgamentos dos processos judiciais em nosso país. Além de Flavia, outras pessoas estão há anos esperando por nossa morosa justiça, o que é no mínimo, injusto.

Celso Freitas:
– Nove anos em coma, e só agora chega à justiça em Brasília, a ação pelo acidente que mantém Flavia na cama.

Adriana Araújo:
– A menina, que teve os cabelos sugados pelo ralo de uma piscina, virou mulher e precisa de cuidados especiais, mas a lentidão do processo nos tribunais dificulta a luta da mãe, pela indenização.

Mauro Tagliaferri:
– Para a filha, são nove anos presa a uma cama, para a mãe, são oito anos presa a um processo. Em janeiro de 98, aos dez anos, Flavia brincava com o irmão quando se afogou no prédio onde morava, teve o cabelo sugado e preso pelo ralo da piscina. Ela ainda foi ressuscitada, mas sofreu danos cerebrais. O acidente deixou a menina em coma e até hoje, aos 19 anos, ela permanece no mesmo estado. Em março de 99, a mãe foi à Justiça cobrar indenização. A primeira sentença, saiu depois de cinco anos. Houve recurso e mais dois anos para uma nova decisão. Odele obteve indenização, mas achou o valor pequeno e vai recorrer outra vez. Flavia não se movimenta e nem interage, apenas consegue manter os olhos abertos e é alimentada por uma sonda. Só neste mês a ação de Flavia chegou ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, até aqui ela estava na justiça paulista, a mais atarefada do país, responsável por cerca de 40% dos processos brasileiros.

Jarbas Machioni: (presidente de Comissão da OAB)
– São Paulo tem uma das piores justiças em termos de morosidade e aparelhamento do Brasil, se não for a pior.

Mauro Tagliaferri:
- Dados da Ordem dos Advogados do Brasil mostram que o recurso no tribunal de justiça leva seis anos para ser julgado em São Paulo, contra seis meses no Rio de Janeiro e até três meses no Rio Grande do Sul.

Jarbas Machioni:
- O problema de São Paulo é gestão, principalmente gestão. Nós precisamos de uma solução técnica, compreender o nosso problema e apresentar solução com administradores e não juízes e advogados, quer dizer, nós podemos participar, mas tem que ser técnico.

Mauro Tagliaferri:
- Em todo o país existem 62 milhões de processos esperando julgamento, o de Flavia deve ter uma solução dentro de dois anos, com muita sorte.

Celso Freitas:
- A assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo informou em nota que desde 2005, o Tribunal está tomando medidas para melhorar sua estrutura e que a lentidão no processo de Flavia se deve também ao volume de casos em andamento.

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Pois é. Como digo na entrevista, oito anos esperando por uma "sentença adequada". É o que ainda luto para conseguir para Flavia, - uma sentença adequada - já que uma sentença justa seria impossível, como impossível é pagar o sofrimento e recuperar o tempo perdido.

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