Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.
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QUE A DOR NÃO NOS TORNE PASSIVOS...

- 15 de novembro de 2010
O Vôo das Gaivotas - Foto de Nuno de Sousa.

Por esses dias perdi meu irmão Edgar, com quem eu tinha um forte vínculo de afeto. E a falta dele está doendo em mim. Está doendo. Mas me conformo porque Edgar deve estar passeando no infinito. E por lá, talvez meu irmão tenha o privilégio de avistar  gaivotas como estas da foto do meu amigo Nuno, este sensivel fotógrafo português.

A dor é algo que atinge a todos nós em diferentes momentos da vida. Sentimos dor por diferentes razões, por exemplo, a dor que sinto por ver Flavia em coma. Ou a dor que sentimos pela perda de um ente querido, ou mesmo de um animalzinho de estimação, que vive por  anos em nossa casa e de repente morre.

Por vezes, sentir dor é inevitável. O que defendo é cuidemos para que nossa dor não se torne tão ostensiva, a ponto de nos tornar - nós - uma dor para o outro. O que defendo é que passado o período de sofrimento intenso, passado o período do luto, que possamos usar, se for o caso,  nossa experiência dolorosa, em função do próximo, de modo que o que nos ocorreu sirva de alerta para evitar que outras pessoas passem pelo mesmo sofrimento. Trabalhar a dor para não sucumbirmos a ela, é um desafio que precisamos vencer.

Nesse sentido, acredito, sem falsa modéstia,  que o blog Flavia, vivendo em coma, vem cumprindo o seu papel de alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas, apesar de ainda, muitas vezes, ao conversar  sobre o assunto, as pessoas me dizerem nunca terem ouvido falar de tal tipo de acidente e muito menos que ralos de piscinas pudessem oferecer tanto perigo. Mas pouco a pouco uma conscientização vem acontecendo. O blog de Flavia tem levado a informação  deste perigo a várias partes do mundo. Os comentários que publico abaixo são alguns dos muitos que deixam no blog de Flavia ou que recebo por e-mail. Saber que as informações contidas no blog de minha filha podem ser de utilidade para outras pessoas, é para mim, como dar voz à Flavia, é como dar mais sentido a esta dor que me tem cativa por ver minha filha em coma vigil irreversível. Esta dor me tem sim cativa, mas inativa ou passiva, jamais me terá.
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Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Hoje é aniversário de Flavia, um  dia que  já foi festivo"
Olá Odele!
Gostaria de lhe agradecer pelo seu empenho em conscientizar as pessoas sobre o perigo que os ralos de piscina podem representar. Moro em Cingapura, onde quase todos os brasileiros vivem em condomínios com piscina e nunca tinha atentado para esse potencial perigo. Vou ficar mais alerta e alertar também os amigos. Já assinei a petição também. Muito forca e esperança pra você sempre!
Um grande beijo. Pati.
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Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Reportagem na Revista "'Epoca: Agradecimentos"
Oi Odele, meu nome e Alessandra e moro em Jerusalem-Israel. Ha alguns dias li a reportagem sobre a Flavia, e me comovi muito e hoje coloquei parte dela no blog do meu filho Nehemias, que tem 3 anos, com o intuito de divulgar, pois essa questão dos ralos de piscinas e algo para o qual muita gente não esta atenta, inclusive eu, antes de ler a reportagem. Obrigada pelo seu exemplo de luta. Se quiser dar uma olhadinha no blog, fica a vontade, ta? http://nehemiaslahat.blogspot.com/
Shalom e um grande abraço pra você e pra Flavia!
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Cath deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Mesmo que não mudemos o mundo, vamos fazer nossa parte."
Olá, Odele. Obrigada pela visita ao meu blog. Eu sempre acompanhei o seu blog e sempre conversei com varias pessoas quando fui a clubes, academias sobre o perigo dos ralos. No Brasil quando fui visitar meus pais, eu e minha mãe nos machucamos, prendemos a barriga no ralo do lado da escadinha na piscina de casa. Depois disso eu chamei a atenção do meu pai e mostrei o blog. Aqui na Irlanda nas academias e clubes é proibida a entrada na piscina sem touca, de certa forma já ajuda um pouco porque eu tenho cabelo grande, mergulho e com certeza posso chegar a ser uma vitima um dia. Por gostar muito de nadar eu divulgo sempre o blog e também a causa. Estamos todos juntos, a voz do povo ainda é a voz de Deus, e por mais que o dinheiro fale bem alto, no Brasil a união faz a força sim!! E o caso dessa menina linda nunca será esquecido. Que Deus te abençoe a ti e a Flavia. Um forte abraço em um beijinho no seu anjinho.
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Odele, bom dia. Outro dia estava no hospital e minha amiga comentou que trocaram o ralo da piscina do apto.dela, devido a uma reportagem que eles viram na Revista Época. E era a sua entrevista!!! Por isso, nem tenha dúvida de quantos acidentes vocês têm evitado. Um beijo.Marcia. (*)
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(*) Marcia  mora no Brasil.
É isso. Muito bom saber que está havendo uma conscientização para o perigo dos ralos de piscinas. Muito bom saber que mesmo em coma,  a voz de Flavia ecoa longe e  faz com que eu e ela não sejamos passivas em nossa dor.

Um abraço a todos.

Reportagem na Revista Época. Agredecimentos

- 7 de dezembro de 2009
Amigos e leitores deste blog,

A repercussão da matéria comigo e Flavia na Revista Época foi grande e aumentou em muito a visibilidade deste blog e espero ter aumentado também a conscientização das pessoas para o perigo dos ralos de piscinas. Espero que o alerta que aqui faço para este tipo de perigo, possa aumentar também a conscientização das empresas fabricantes  de sistemas de sucção de piscinas, sobre  a responsabilidade que devem assumir quanto aos seus equipamentos.

Quero deixar aqui registrado o meu agradecimento à repórter especial da Revista Época, autora da matéria, Eliane Brum, pela forma bonita como se expressou ao contar minha história com minha filha. A repercussão da matéria deve-se muito à forma respeitosa, sensível e humana como Eliane escreve.

E de novo obrigada a Altino Machado que foi quem me “apresentou” à Eliane Brum.
Obrigada ao fotógrafo Marcelo Min pelas bonitas fotos. Como disse meu amigo António do blog  Peciscas, "atrás de uma grande repórter está sempre um grande fotógrafo".

E MUITO OBRIGADA a todos quanto por aqui passaram, trazidos pela reportagem da Época – mais de 170 mil pessoas em uma semana. Obrigada pelos comentários e pelos e-mails que me enviaram. Peço desculpas por não conseguir responder a todos, mas saibam que leio, com muito carinho, cada mensagem que me chega.

E por fim, quero que saibam que sinto-me gratificada quanto me dou conta de que o conhecimento de minha história com Flavia foi além de alertar para o perigo dos ralos de piscinas. Após lerem a reportagem Saudades de sua voz, muitas pessoas me escreveram dizendo que estão repensando a forma como se relacionam com seus filhos. Algumas mães me disseram que deixaram de se irritar com as conversas insistentes de suas crianças. Deram-se conta de que voz de seus filhos, poderá se calar a qualquer momento.

Um forte abraço a todos e até o próximo post.

FLAVIA NA REVISTA ÉPOCA DESTE SÁBADO

- 21 de novembro de 2009
Odele e Flavia - "SAUDADES DE SUA VOZ"

A Revista Época deste sábado, traz uma reportagem comigo e Flavia. A matéria é da repórter Eliane Brum e as fotos, de Marcelo Min. ( Fotogarrafa)
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Quando Odele sonha com a filha, Flavia tem 10 anos. A menina de cabelos longos, encaracolados nas pontas, fala sem pausas. Gosta de partilhar seu dia, contar as aventuras na escola, tagarelar sobre o futuro precocemente dividido entre uma carreira de administradora e outra de modelo. Abraça e beija muito. Dança, canta e toca teclado. Sua voz povoa o sono da mãe. Quando Odele acorda, porém, o silêncio continua lá.

Deitada na cama do quarto ao lado, Flavia tem os olhos abertos. Não pode mais falar e, embora possa ver, Odele não sabe se vê. A menina calou-se aos 10 anos, quando seu cabelo foi sugado pelo ralo da piscina do edifício onde vivia, em São Paulo. Em dezembro, no mesmo dia do aniversário da mãe, fará 22. Há quase 12 anos, Odele só ouve a voz da filha em sonhos. Agora é a mãe que parece se afogar ao despertar submersa na ausência da filha. “Ela tinha voz de sino”, diz. É dessa voz de sino que Odele sente mais saudade.

Assim se inicia cada dia. E cada dia em que Flavia não acorda é uma perda para Odele. Quem vai imaginar que a voz da filha, que às vezes perturba com sua premência, será um dia a maior saudade da mãe? Que aquelas histórias de criança, contadas quando falta tempo à mãe, seriam pagas com metade de uma vida ou uma vida inteira, se a mãe soubesse que poderia perdê-las?
É uma existência de subtrações e de delicadezas, a dessas duas mulheres. Só faz sentido porque Odele conseguiu fazer da história de dor também uma narrativa de amor.

.... Meses depois, Odele começou a buscar as causas no fundo da piscina. Dividia seu dia entre os cuidados com a filha no hospital e..."

A matéria completa pode ser lida neste link da Revista Época: SAUDADES DE SUA VOZ.
O meu muito obrigada à repórter Eliane Brum pela realização desta reportagem. Obrigada também ao fotógrafo Marcelo Min.

Agradeço também ao editor do site da Revista Época e ao pessoal do Globo.com pela abertura desta matéria no site. Desta forma, nossos leitores de Portugal, de outros países e de localidades onde a Revista não chega, podem ler a matéria completa on line.

Nota: Na hora de agradecer a tantas pessoas que me apoiam na divulgação da história de Flavia, quando me dou conta, estou sempre devendo agradecimentos. É o caso desta matéria.: Eliane Brum, repórter especial da Revista Época,  tomou conhecimento do blog de Flavia, graças à sensibilidade do blogueiro acreano -  nem sempre bem compreendido em sua própria terra - ALTINO MACHADO, que há tempos conhece a história de Flavia. Neste link,  vocês verão uma mensagem  de Eliane para Altino,  agradecendo a ele pela sugestão  da pauta. A Altino Machado, os meus mais sinceros agradecimentos e minhas desculpas por não ter colocado aqui antes esta nota. MUITO OBRIGADA ALTINO!
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