Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

Indenizando a dor. Quanto custa e como pagar o sofrimento?!

- 17 de agosto de 2019
Piscina do Jaraguá Country Club. - Belo Horizonte, MG. Mariana, 8 anos, morreu nesta piscina em janeiro de 2014

Em Janeiro de 2014, foi noticiado de que três crianças morreram no Brasil, vitimas da sucção dos ralos de piscinas. Uma dessas crianças, foi Mariana Oliveira, 8 anos, no bairro do Jaraguá, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A criança ficou presa pelos cabelos ao ralo da piscina. Foi exatamente assim que minha filha Flavia foi vitimada em Janeiro de 1998. Assim como Mariana, Flavia se afogou porque teve os cabelos sugados pelo ralo da piscina onde nadava. Desde então, há mais de 21 anos, Flavia vive em coma vigil.

No caso do acidente de Belo Horizonte que causou a morte de Mariana, cinco anos depois, o Jaraguá Country Club foi condenado a pagar uma indenização aos pais da criança., já que foi constatado que havia irregularidades naquela piscina, como por exemplo o ralo de sucção da água estava sem a tampa de proteção. Esse simples dispositivo de segurança poderia ter salvo a vida de Mariana. E teria evitado o acidente também com Flavia.

Como se fosse normal, os locais onde esses acidentes ocorrem, após a tragédia, seguem funcionando normalmente. Mas para a família da vítima, nada mais será como antes. A realidade se transforma de um jeito quase que insuportavelmente doloroso. A dor da perda de um filho é devastadora e nos marca para sempre. A perda ocorre não só com a morte do corpo, mas também com a morte dos sonhos e da convivência em condições saudáveis. Flavia, minha filha, não morreu mas por viver em coma, não reage, não interage, não vive plenamente. Esta também é uma perda devastadora, porque por observá-la sem mais esperança de vê-la recobrar a consciência, essa perda passa a ser diária. 

Atualmente tornou-se mais fácil condenar os responsáveis por piscinas/armadilhas submersas. Antes a justiça seguia de forma muito mais lenta, seja por existir pouca jusrisprudência a respeito, seja porque muitos não saem em busca de seus direitos e acabam deixando pra lá o que beneficia os responsáveis por tais negligência e aumenta e impunidade.

Nenhuma indenização, por mais elevada que seja, vai compensar a perda de um filho, mas vai sim, deixar os administradores de locais com piscinas mais atentos às suas responsabilidades.E quem sabe possamos ver diminuir os acidentes nas piscinas do Brasil. 

A matéria completa desta notícia pode ser lida neste link do Correio Brasiliense

Segurança nas piscinas, esta é uma causa de todos nós.

Um comentário

Fatyly disse...

Subscrevo inteiramente e este é mais um testemunho que dás a quem te lê da dor enorme em perder um filho numa hora de lazer e ou ficar como Flavia ficou. Não há dinheiro que pague a incúria de muitos hoteleiros e até particulares a quem lhe é roubado a alegria de viver e infelizmente quem nos governa "não está nem aí..." até ao dia em que lhes acontecer algo semelhante.

Obrigado por mais este alerta o que nunca é demais.

Beijos de sempre e para sempre e mil na tua/nossa Flavia

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