Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

LOCOMOVER-SE. FICOU DIFICIL.

- 1 de julho de 2007
A foto de Flavia vestida de branco foi tirada em 04.10.1997 quando ela ainda era uma criança alegre e saudável. A foto em que ela está na cadeira de rodas, dentro de uma Van, foi tirada em 16.10.2002, quando era levada a uma consulta médica.

Para sair de casa com Flavia, todo um aparato se faz necessário. Ela precisa ser transportada ou em ambulância, que custa caro, e por isso não tenho usado esse meio de transporte, ou em um veículo, tipo Van, onde seja possível colocá-la já sentada em sua cadeira de rodas, como mostra a foto. No caso da Van, um banco precisa ser retirado para que se possa entrar com a cadeira de rodas, mas, nem todo proprietário aceita retirar o banco de sua Van, mesmo que provisoriamente.

A cadeira de rodas utilizada por Flavia, não é uma cadeira de rodas comum. Por estar inconsciente e não ter mais nenhum controle do corpo, a cadeira de rodas dela foi totalmente adaptada para suas necessidades e é graças a essa cadeira que é possível descer com Flavia ao pátio do prédio onde hoje moramos, para que ela tome um pouco de sol, e quando não consigo que os médicos venham atendê-la em casa, é nessa cadeira que ela é transportada para as consultas médicas e para o hospital, quando algum exame mais complexo é solicitado.

Eu me preparava para comprar um carro adaptado para transportar Flavia, quando, a Jacuzzi, que por ordem judicial vinha, juntamente com Condomínio Jardim da Juriti, nos pagando um valor mensal por conta de tutela antecipada, a Jacuzzi recorreu e outro juiz lhe autorizou a suspender o pagamento. E eu, não tive outra opção que não a de suspender também a compra do veículo que serviria de transporte para Flavia.

Eu já disse anteriormente neste blog, mas não custa repetir. Não tenho nenhuma intenção de despertar pena, seja nas pessoas que lêem este blog, seja nas autoridades jurídicas que eventualmente tomem conhecimento deste meu protesto, desta minha denúncia, feitos, através do que venho escrevendo e documentando neste blog. Eu, Flavia e qualquer outra pessoa que tenha seus direitos desrespeitados, não precisamos de piedade, precisamos de RESPEITO. Provas contundentes do superdimensionamento do ralo da piscina de marca Jacuzzi que causou o acidente que deixou Flavia em coma, estão há anos, anexadas ao processo, que também há anos corre na justiça de São Paulo.

Estamos usando nossa última chance de recorrer das duas sentenças anteriores, onde os juizes de São Paulo NÃO CONDENARAM os réus a pagar indenização condizente com a gravidade do acidente com Flavia, desrespeitando assim, os seus direitos. Neste momento, o processo, ainda está na justiça de São Paulo – na Procuradoria – para ciência” e em mais um ou dois meses, deverá seguir para Brasília e esperemos que lá, apesar da demora – de tanta demora – a justiça ainda se faça.

3 comentários

Isabel Filipe disse...

imagino o problema cada vez que é necessário transportar Flávia ...

oxalá Odele ainda consigas comprar uma carrinha ... aí não se vendem carros em 2ª mão??? ... por aqui há imenso esse negócio ...

beijinhos

Anônimo disse...

Olá, sou Luciano Azem. Estou escrevendo apenas para lhe dizer que suas palavras me emocionaram.
Não estou com pena da Flávinha (desculpa a intimidade), mas emocionado com as suas palavras e o seu amor por sua filha.
A foto dela sorrindo é a coisa mais linda do mundo (certamente, você também acha).
Parabéns e muita esperança e fé para você, o seu filho e, principalmente, a Flávinha.

Anônimo disse...

Cara Odele, o transporte da minha mae é da mesma forma que o de Flavia e ela tambem tem uma cadeira especializada como a dela que custou quase 3.000,00.
O estado das duas é semelhante, pra nao dizer identico. Tambem consegui flagrar raros momentos de alegria de minha mae, quando volta e meia ela sorri levemente olhando para o nada.
Nao sei se voce vai ler esse post meu, mas me identifiquei demais...As sondas, traqueos, sorrisos, carras de dor, pernas e maos rigidas, os olhares perdidos, os sonos noturnos...E elas ainda tem quase o mesmo sobrenome, so que nosso Belo é com doois éles=Bello.

Sorte pra elas.

Beijos,
Luciana Bello - RJ.

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