Com Flavia em casa, assistida pelo Home Care e tendo conseguido um advogado para processar os responsáveis pela negligência no ralo da piscina que causou o acidente com ela, eu tentava me adaptar à nossa nova rotina de vida. A vida tem que continuar, é o que todos ouvimos ao passarmos por perdas que nos desestruturam emocionalmente. Mas como me era difícil seguir esse conselho. Lembro-me especialmente de que ao chegar à HP para trabalhar todos os dias, como outros funcionários, eu me dirigia ao restaurante da empresa para tomar o café da manhã. Havia um grupo de jovens estagiários, que chegavam para tomar café no mesmo horário que eu. Os jovens conversavam alegremente e riam muito, como é próprio de pessoas da idade deles, mas para mim que tinha o coração estraçalhado, aquela alegria me incomodava muito, e com o meu emocional por demais abalado, eu me perguntava, como podia alguém estar alegre se Flavia estava em coma. Terminado o café, eu subia até o andar onde ficava meu local de trabalho. Em frente à janela, existia uma árvore cheia de flores de um amarelo intenso que antes me encantava, mas que agora, de novo eu me perguntava como era possível a árvore estar florida, se Flavia estava em coma...
Impotente, me sentindo vazia e sem rumo me tornei vulnerável e sem nenhum senso crítico para avaliar o que fazer ou não, na esperança de ajudar Flavia. Foi quando uma pessoa me falou de um médium chamado Rubens Faria Jr, que àquela época atendia em um galpão no bairro do Ipiranga, aqui em São Paulo. Esse homem, acreditava-se, incorporava o espírito do médico alemão doutor Fritz e segundo diziam, realizava curas espirituais, sem necessidade da presença física da pessoa. Claro que eu fui ver o médium. Existia uma fila imensa de pessoas portadoras das mais diferentes enfermidades e todos esperavam muitas horas para serem atendidos. O médium, um homem ao redor de 40 – 50 anos, chegava, abraçava alguns e começava seu “trabalho”. Quando depois de horas de espera, me aproximei dele pela primeira vez, contei rapidamente a história de Flavia – cada pessoa tinha no máximo dois minutos para relatar seu caso -.O médium, muito gentil, me respondeu: - Vamos tirá-la desse coma.
Claro, saí do galpão com a esperança nas alturas. E durante seis meses, freqüentei aquele espaço e ao me aproximar do médium recontava a história de Flavia porque percebia que ele já não se lembrava porque eu estava ali. Passei a levar cartas escritas e fotos de Flavia e ao me aproximar do médium, sem nenhuma cerimônia colocava a carta e a foto dela no bolso de seu jaleco branco, achando que isso o ajudaria a se lembrar dela. O "tratamento prescrito" era colocar, todas as noites, uns paninhos brancos, fornecidos pelo médium, na testa de Flavia e pensar em Jesus. Depois de seis meses seguindo esse ritual e sem ver qualquer resultado, por menor que fosse, fui tomada de enorme frustração e desisti.
Algum tempo depois o médium Rubens Faria Jr. teve sérios problemas com a polícia e entre outras acusações, lhe pesavam charlatanismo, enriquecimento ilícito e exercício ilegal da profissão. Quanto ao doutor Fritz, o que se ouve é que foi um médico alemão, falecido em 1918. Como o nome Fritz na Alemanha é tão comum quanto José, no Brasil, fica difícil pesquisar e pouco se sabe do famoso médico: Onde nasceu, em que cidades morou, quem foram seus parentes, em que Universidade se formou.... Intrigante.
Impotente, me sentindo vazia e sem rumo me tornei vulnerável e sem nenhum senso crítico para avaliar o que fazer ou não, na esperança de ajudar Flavia. Foi quando uma pessoa me falou de um médium chamado Rubens Faria Jr, que àquela época atendia em um galpão no bairro do Ipiranga, aqui em São Paulo. Esse homem, acreditava-se, incorporava o espírito do médico alemão doutor Fritz e segundo diziam, realizava curas espirituais, sem necessidade da presença física da pessoa. Claro que eu fui ver o médium. Existia uma fila imensa de pessoas portadoras das mais diferentes enfermidades e todos esperavam muitas horas para serem atendidos. O médium, um homem ao redor de 40 – 50 anos, chegava, abraçava alguns e começava seu “trabalho”. Quando depois de horas de espera, me aproximei dele pela primeira vez, contei rapidamente a história de Flavia – cada pessoa tinha no máximo dois minutos para relatar seu caso -.O médium, muito gentil, me respondeu: - Vamos tirá-la desse coma.
Claro, saí do galpão com a esperança nas alturas. E durante seis meses, freqüentei aquele espaço e ao me aproximar do médium recontava a história de Flavia porque percebia que ele já não se lembrava porque eu estava ali. Passei a levar cartas escritas e fotos de Flavia e ao me aproximar do médium, sem nenhuma cerimônia colocava a carta e a foto dela no bolso de seu jaleco branco, achando que isso o ajudaria a se lembrar dela. O "tratamento prescrito" era colocar, todas as noites, uns paninhos brancos, fornecidos pelo médium, na testa de Flavia e pensar em Jesus. Depois de seis meses seguindo esse ritual e sem ver qualquer resultado, por menor que fosse, fui tomada de enorme frustração e desisti.
Algum tempo depois o médium Rubens Faria Jr. teve sérios problemas com a polícia e entre outras acusações, lhe pesavam charlatanismo, enriquecimento ilícito e exercício ilegal da profissão. Quanto ao doutor Fritz, o que se ouve é que foi um médico alemão, falecido em 1918. Como o nome Fritz na Alemanha é tão comum quanto José, no Brasil, fica difícil pesquisar e pouco se sabe do famoso médico: Onde nasceu, em que cidades morou, quem foram seus parentes, em que Universidade se formou.... Intrigante.
13 comentários
Infelizmente são muitos os que á custa do desespero fazem tudo para ganhar dinheiro... Jesus é o único que vos pode ajudar, nem sempre como pensamos ou queremos, mas que pode aliviar alguma coisa com a sua palavra...
Querida Odele!
Esse médiun esteve na Italia e alguns pesquisadores levantaram a vida do suposto Dr Fritz, o resultado foi surpreendente, realmente houve uma familia de sobrenome Fritz e nessa familia nao teve nenhum médico conclusao das investigaçoes foi que esses médiuns brasileiros sao na verdade charlatoes, nao existiu nenhum medico alemao chamado Fritz, investigaçao que levou o falso médiun deixar o territorio italiano imediatamente correndo o risco de ser preso por charlatanismo.
Quem cria santos e falsos curandeiros é a ignorancia popular, existem doenças psicologicas que o ser humano consegue resolver atraves de uma grande força de fé e por essa razao conseguem a cura de alguma doença psiquica, nessa hora os charlatoes tiram proveito e se dizem curandeiros...Muito triste enriquecer com a dor dos outros.
bom ... senti uma revolta bem grande quando li este teu texto e ja foi logo no dia em que o publicaste ... nem consegui comentar ...
infelizmente o mundo está cheio de charlatões ... que não olham a nada para atingir os seus fins...
bjs e boa semana
Eu nem kero imaginar o seu desepero face á situação da Flávia... você sofre a triplikar acho eu, e deve ser revoltante!
Um beijo enorme amiga e tudo de bom para si...
Nós, lá do blog De Cara Pra Lua, gostarímaos de ajudar, por favor, nos diga como. Hoje coloquei um post em meu blog... Conte com a gente... Beijos,
Susan
É impressionante como se pode abusar da crença das pessoas, principalmente em momentos de flagilidade.
Minha solidariedade!
Bom Dia!
Bom dia Odele
Bom dia Flavinha.
Não é por acaso que as coisas acontecem em nossas vidas, tudo tem sua razão de ser.
Continue crendo em Deus, não perca sua fé jamais. Acredite, Flávia não está só, Espíritos Iluminados sempre olhando por ela.
Beijos para você e muita força e coragem e nunca desanime, nem perca sua fé.
Beijo especial p/ Flavinha, que ela possa toda manhã sentir o calor do seu amor de mãe.
PS: fiquei sabendo do blog no DCPL da Susan.
Bom dia Odele.
Fiquei sabendo pelo blog de Cara pra Lua e queria deixar aqui meu abraco e sinceros desejos de melhoras a Flavia.
Nao passei por esta sua situacao, mas "perdi" uma filha com 9 anos e sei o que e sofrer por isto.
Sinto por voce ter encontrado uma pessoa nao idonia para te mostrar de forma errada a maior ajuda que voce poderia ter neste momento que e a Doutrina Espirita.
Eu penso que se Deus quizesse levar sua filha, ja o teria feito. Ela esta com voce porque voces precisam disto. Precisam viver este momento juntas.
Nunca perca a esperanca em rever sua filha bem, andando e conversando com voce. Nunca deixe de acreditar que isto podera acontecer.
Saia na rua com ela pra que tenha outros estimulos que nao sejam os de casa, claro se isto for permitido pelo medico. Mostre sempre a ela o seu enorme desejo que ela volte pra voces. Converse, leia muitos livros para ela, mostre o seu enorme e real desejo pra que ela volte.
Nada acontece por acaso e nao estamos predestinados a sofrer para sempre..
Odele, muita forca pra voce, Flavia e toda sua familia.
Que Deus te de a forca, a coragem e a garra para continuar lutando e acreditando na vida.
Um dia com certeza sabera o motivo de tudo isto que esta vivendo.
Muita fe!!!
Fique com Deus!!!
Não acredito em médio, bruxos, adivinhos, curandeiros (que os há- há, honesto muito muito poucos , se os ouver)Amiga, eu sei que nas horas de aflição nos agarramos a qualquer coisa, a uma ténua esperança, mas ese não é o melhor caminho, pois há quem goze e explore a dor alheia.
Preferivel atrave´s, não sei da internete, conhecer melor a situação, tentar encontra contactos com médicos e especialistas, e se não resultar terá de contunuar a criar forças para vencer a desgraça.
Saudações amigas com beijos
Odele,
Seu sofrimento já faz parte do meu a partir de hoje, quando lí o texto da Susan,no blog De Cara Pra Lua.
Sou advogada e juntamente com outra advogada, de nome Leonor, entraremos em contáto com o neuro
do Copa'Dor, para esclarecer melhor sobre o coma..
Quando tiver alguma informação, retornaremos.
Desde já aceite meu abraço fraterno, extensivo à Flávia.
Oi, venho deixar um beijinho para a Flávia e outro pra mamãe.
jorge G - Lisboa
Valdomiro
uma pequena reflexão que justifica acontecimentos que não entendemos.
Apesar do atraso deixo uma questão.
Se 50 mil pessoas foram beneficiadas com a atuação que se
depositam agora como charlatanismo,é estranho que entre tantos uma fatalidade mal esplicada pode dar lugar a tal atitude,para a mãe que perdeu uma filha que não tinha cura, mas deu esperança e força para que ela passasse pela situação que viria, é compreensivo a frustração da mãe.
Porem, não se julga o que não se compreende,não se condena o que não se é capaz .Em uma macieira se uma maçã tiver passada vc joga a macieira fora ou aceita que apenas uma esta passada..Sem contar que entre tantos mediuns que exerceram esta mesma missão fosse acontecer com este medium agora,é de causar estranheza.o ser humano não é capaz de fazer cortes precisos em pontos necessarios para uma cura senão for medico e não exercer sua funçao em um hospital,dai fica meu pequeno comentario que apenas atravez de uma força maior e com aprovação divina é que um leigo tenha este dom e faça com mais perfeição que nossos renomados medicos,Se esta mãe perdesse a filha na mão de um medico e dentro de um hospital então,estaria tudo certo foi Deus quem quis assim,pois não saberia se foi erro medico,ou a propria fatalidade.Os julgamentos vem primeiro seguido da condenação assim foi com jesus e nos ainda não aprendemos que apenas Deus dá e tira a vida. Se não fosse assim a ciencia,a medicina ja teriam descoberto como fazer a materia voltar a vida sem ter um espirito que a suporte.Ve se como as pessoas apenas veem o que lhes convem.A dor da mãe é compreensiva por não aceitar uma decisão divina mas não se pode falar em charlatanizmo em uma situação como a do medium acima citado.ele foi condenado por uso ilegal da medicina,enquanto muitos renomados estão matando a revelia com uma carteirinha na mão quer dizer que eles podem exercer a medicina falida como acontece hoge e matar crianças velhos e adultos em seus erros apenas por ter uma carteirinha que o diplomem? 50 mil pessoas uma interpretação errada de uma pessoa que não tinha cura mas que foi realmente retirada de onde estava sofrendo ,mas que apenas citam o fato da morte que não tinha mais geito.Na qualidade normal de pessoa comum seria insanidade de qualquer pessoa julgar charlatanizmo um corte cirurgico sobre o ponto infermo e retirar a doença em um pequeno corte sendo a pessoa um pedreiro, um marcineiro ou no caso especifico um engenheiro que nada sabe de medicina e ainda assim assistir em pouco tempo uma quantidade de pessoas que nos hospitais não é possivel..um tempo em que muitos morrem em filas de hospitais aguardando ser atendido,muitos foram atendidos e se curaram pela fé e aceitação de uma pessoa que passava mais de 12 horas apenas como instrumento de um espirito que apenas precisava vir ajudar,vemos por tudo isto que nada mudou e talvez não mude,sempre que vier alguém para nos ajudar.estaremos prontos para crucificar.notemos que nos talvez não precisamos procura-lo para nosso auxilio mas que muitos foram beneficiados mesmo com nossa ignorancia, e que sabem o quanto bem lhes fora feito.infelizmente não podemos contar com uma mudança mas fica aqui o pouco que sei.apesar de atrasado sinto muito a esta mãe pela irreparavel perda,mas que ninguem sai daqui sem que tenha chegado o seu momento. O nosso egoismo faz com que acreditemos apenas no que nos auxilia,apenas olhamos por nos mesmos. se jesus voltasse hoje e acontecesse com esta mãe o que aconteceu referente ao Dr fritz certamente que o crucificaria novamente apenas porque chegou a hora de sua filha e não pelas pessoas que foram curadas pela fé. Acedito que deveriamos pensar primeiro nos designios de Deus e depois nos nossos proprios interesses pois não temos como parar ou mudar o que não tem geito, a infermidade faz parte da nossa vida aqui e a cura so é possivel quando terminamos o que teriamos que passar,assim como muitos completam seu caminho e sua partida é justificada com a morte,por que seu tempo terminou, e sua missão foi completada.nos não observamos ao nosso redor e aceitamos apenas o que nos oferecem sem questionar,assim vivemos das falsas religioes e seus dogmas.
val-rep@hotmail.com