Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.
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Flavia, 21 anos vivendo em coma vigil

- 6 de janeiro de 2019
Flavia, aos 10 anos de idade, em foto de 01.01.1998

A data de hoje, 06 de janeiro, sempre mexe com minhas mais profundas emoções. Tristes emoções. Como muitos já sabem, há exatos 21 anos, minha filha Flavia, então com 10 anos de idade, ao nadar e brincar na piscina do prédio onde morávamos, teve os cabelos sugados pela sucção do ralo da piscina, por isso se afogou e desde então Flavia vive em coma vigil.

A vida não me avisou que essa dor chegaria assim tão de repente, assim tão forte e tão pungente. A vida não me avisou que daí pra frente, essa dor seria tatuada em minha e que eu teria que conviver, - diariamente - com uma nova e dolorosa realidade para a qual eu não estava preparada. E quem estaria?!

Como me preparar para não mais ouvir a doce e alegre voz de minha filha? A não receber mais os seus abraços e beijinhos, enfim o seu carinho?! Como me preparar para a ideia de que, de acordo com os diagnósticos médicos, devido ao severo dano cerebral sofrido com o afogamento, o estado de coma de Flavia seria irreversível?! Como assim, vida?! Flavia não mais seguiria com seus estudos, não faria uma Faculdade, nunca teria um namorado, nunca casaria nem nunca me daria netos?! E os sonhos dela, como me preparar para não ver os sonhos de minha filha se realizando? Como assim vida?!

Sim, assim seria, e assim tem sido há 21 anos completados hoje. Tive que me acostumar a essa nova realidade que a vida colocou diante de mim. E em assim sendo, eu só conseguia ver duas opções: Desistir ou lutar. E desistir, deixar me anular pela dor, significaria abandonar meus filhos, Fernando e Flavia, o que para mim estava fora de cogitação.

Na luta que decidi enfrentar, além da rotina de cuidados diários com minha filha, busquei na justiça, os direitos de Flavia. E importava-me em especial , manter e preservar a sua cidadania, o seu direito à vida, com a maior dignidade possível. Nada paga o sofrimento, mas negligências devem ser punidas. Essa punição poderá servir de alerta para que deixem de ocorrer novas negligências.

A segurança das piscinas no Brasil, continua, infelizmente a ser negligenciada. Vem melhorando, é verdade, mas ainda falta muita atenção e conscientização por parte dos proprietários e administradores, com relação à segurança dos usuários de suas piscinas, prova disso, são os constantes acidentes, quase sempre fatais, que vemos ocorrer pelo Brasil afora, vitimando crianças, meninos e/ou meninas, seja por falta das tão importantes cercas de proteção e portões autotravantes, seja por falta dos dispositivos de segurança que, se instalados nas piscinas, evitariam a devastadora sucção dos ralos.

Desde 2007, a Lei Federal para Segurança nas Piscinas, transita no limbo jurídico de Brasilia. Um avanço significativo na segurança das piscinas, foi que em Setembro de 2018, a ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, atualizou a norma 10339, graças ao trabalho criterioso de um grupo de empresários do setor, que por dois anos se reuniram regularmente trabalhando na atualização dessa norma, de forma a incluir na 10339, todos os dispositivos necessários a tornar uma piscina segura. Sou muito grata à ABNT e a quem trabalhou para que a atualização da norma sobre segurança nas piscinas, se tornasse uma realidade.

Esperemos agora que a norma 10339 da ABNT seja, o quanto antes, divulgada, conhecida e colocada em prática por proprietários e administrados de piscinas, para que possamos ver, dia após dia, a significativa redução dos trágicos acidentes causados nas piscinas de nosso país. Toda criança merece e  tem o direito e brincar e nadar em uma piscina segura.

Um carinhoso abraço a todos e que 2019 seja um ano de muito amor e saúde para vocês e seus familiares.




Acidentes nas piscinas do Brasil, 20 anos depois

- 6 de janeiro de 2018
 


06 de janeiro. No dia de hoje, 20 anos atrás minha filha Flavia, uma criança de 10 anos, linda e saudável, sofria um acidente causado pela sucção do ralo da piscina onde ela nadava, que lhe condenaria a viver em coma pelo resto da vida. Flavia, vive em coma. Há 20 anos. Olhar para minha filha e ver sua vida estagnada sem que eu nada possa fazer para mudar a condição de vida dela, me causa uma dor diária e me deixa devastada.

Em 2007, quando criei o blog Flavia, vivendo em coma com o objetivo de alertar outras pessoas para o perigo existente na sucção dos ralos de piscinas e para lutar por uma Lei Federal para Segurança nas Piscinas, eu não imaginava que seria tão difícil conscientizar os políticos de Brasília a aprovarem uma Lei que certamente salvaria vidas, principalmente de crianças.

Foram muitos textos escritos, e-mails, telefonemas, viagens ao Rio e  à Brasilia, mas tudo ou quase tudo,em vão. O máximo conseguido dos políticos foram promessas vazias. A Lei Federal de Segurança nas Piscinas até hoje continua, sem aprovação nas águas mal paradas da burocracia de Brasilia. 

A ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, com sua norma 10.339 referente a Segurança nas Piscinas e que datava de mais de 30 anos, recentemente fez um trabalho de revisão de sua norma, com o envolvimento de profissionais do setor, entre eles, empresários do ramo, engenheiros e construtores, num trabalho longo que durou mais de um ano. No entanto, até agora essa atualização ainda não foi disponibilizada no site da ABNT, porque o texto ainda precisa ser colocado no “formato”característicos das normas da ABNT. Mais uma vez a burocracia sai vencedora.

Enquanto isso, os acidentes nas piscinas do Brasil seguem acontecendo com uma frequência alarmante tanto para os usuários de piscinas quanto para os pais de crianças, crianças essas que nunca voltaram de seus mergulhos porque perderam a vida num momento em que apenas buscavam exercer direito de toda criança. Brincar em segurança.

As principais causas – as mais graves – de acidentes com crianças em piscinas, acontecem por três motivos: 1. A sucção dos ralos que causa o aprisionamento de cabelos ou partes do corpo 2. Ausência de portões auto travantes e 3. A falta de cercas de proteção que causa a queda e afogamento de crianças pequenas. Esse problema poderia ser facilmente resolvido com instalações de tampa ou grelha anti aprisionamento, de portões auto travantes e cercas de proteção ao redor de todas as piscinas, sejam elas de uso doméstico, coletivo ou público.

Diante da burocracia,  da morosidade, do descaso e da inércia de nossos políticos, minha sugestão é de que cada um de nós passe a exigir segurança na piscina de sua casa , de seu condomínio, do clube, do parque aquático ou do hotel onde você for passar férias com seus filhos. E se você não tiver filhos, há de ter netos, sobrinhos, irmãos pequenos, afinal, todos tivemos, temos ou teremos uma criança em nossas vidas. E no caso de se constatar a ausência de pelos menos (sim, é o mínimo) dos dispositivos de segurança acima mencionados, que seja cobrado do local a segurança necessária. E se encontrar dificuldade para exercer o seu direito à segurança na piscina onde suas crianças vão estar, denuncie! 

Segurança nas piscinas, uma causa de todos nós!


Menina de seis anos, fica com o pezinho preso pela sucção da piscina

- 25 de outubro de 2015
Neste domingo dia 27 de setembro, na cidade de Melgar, na Colômbia, no Hotel Xilon uma menina de seis  anos teve o pezinho preso pela sucção do ralo da piscina  infantil onde a criança brincava. No momento do acidente não havia salva vidas no local e só foi possível liberar o pé da criança da sucção após o desligamento da bomba.

Leia o texto completo AQUI
"....El domingo 27 de septiembre, Ricardo, su esposa y su hija se encontraban disfrutando de las instalaciones del hotel, la menor, estaba en la piscina infanitl que no mide más de un metro de altura.
Cerca de las 12 del día, en esta piscina se escucharon gritos y llanto, el personal de mantenimiento del hotel encendió los succionadores de la piscina y uno de ellos aspiró el pie de la pequeña.
De un momento a otro nosotros estábamos ahí alrededor de la piscina, la señora madre está como a unos tres metros yo estaba más retirado y escuchamos gritar a la niña y nos vamos a auxiliarla y observamos que era un succionador que le estaba cogiendo el pie y gritamos todos desesperados. Nosotros a auxiliarla, se siente la impotencia más tremenda y la niña gritando del dolor“, explicó el padre de la niña."
Piscinas de hotel teria por obrigação ter salva vidas. A presença desse profissional poderia evitar acidentes, muitos deles fatais. Qualquer que seja a gravidade do acidente o local poderá ser acionado legalmente.

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