Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.
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A vida escoando por um ralo

- 24 de março de 2009

Foto retirada da matéria A VIDA POR UM RALO da Revista VIVER BRASIL.

A Revista VIVER BRASIL de Belo Horizonte (MG) publicou hoje uma importante matéria sobre mortes e acidentes graves causados por ralos de piscinas. A reportagem é da jornalista Daniele Hostalácio. A matéria, com fotos, é bastante esclarecedora e entre outros, cita o caso de Flavia. O texto pode ser lido em sua íntegra no link da Revista VIVER BRASIL - A VIDA POR UM RALO.

"Gabriel Antônio Martins tinha 9 anos de idade e morava em Franca, interior de São Paulo. Jaqueline Resende dos Santos de Almeida tinha 14 e era da Bahia. Com intervalo de apenas um mês, as duas crianças se despediram da vida quando estavam se divertindo dentro da água.
Morreram em circunstâncias parecidas, vítimas dos sistemas de sucção das piscinas onde nadavam. Tais mortes, que se acumulam a cada ano em todo o mundo, poderiam ser evitadas com cuidados muito simples, tanto por parte de quem constrói e mantém uma piscina – clubes, hotéis e mesmo particulares – como por parte dos fabricantes de equipamentos como ralos e bombas hidráulicas. Embora não sejam as únicas vítimas, as crianças têm sido as mais atingidas por acidentes como esses, quase sempre com finais trágicos.

Um dos casos mais conhecidos no Brasil é o de Flávia, que está em coma vigil desde que se acidentou na piscina do prédio onde morava, em Moe­ma, zona sul de São Paulo, onze anos atrás..... .

“Minha filha vive, desde então, à margem da vida. Decidi transformar essa dor, que está tatuada na minha alma, em algo produtivo. Por isso criei o blog ‘Flávia Vivendo em Coma’ (www.flaviavivendoemcoma.blogspot.com). Um dos principais objetivos é alertar as pessoas sobre os riscos que os ralos de piscina podem representar. Meu desejo é evitar que mais tragédias como essa, que destruiu a vida de minha filha, e também a minha, continuem acontecendo”, declara.

As causas de acidentes por sucção nas piscinas estão associadas a ralos destampados ou com tampas quebradas, por falta de manutenção, e ao desrespeito às normas da ABTN para construção de piscinas”, afirma o empresário e vice-presidente da Associação Na­cional dos Fabricantes e Cons­tru­to­res de Piscinas e Produtos Afins (Anapp), Augusto César Araújo. Entre as normas determinadas pela ABTN, está uma velocidade máxima de sucção e a exigência de um mínimo de dois ralos de fundo. “Ao construir uma piscina, essas normas precisam ser seguidas. Além disso, jamais seu motor bomba deve ser trocado, sem que haja uma cuidadosa orientação técnica”, afirma. Mas esses cuidados, lembra Augusto, não surtem efeito se não for feita a manutenção dos equipamentos, já que o simples fato de a tampa de um ralo de fundo estar solta pode causar acidentes graves. O que acontece nesses casos é que a potência de sucção se torna maior, pois ela é proporcional à área da tampa.

Foi um descuido como esse que matou o menino Gabriel, de Franca, em dezembro último, e quase matou o filho do empresário Jonatas Abbott, Gustavo, na época com 7 anos de idade, em outubro de 2007. ...... A criança sabia nadar e já havia mergulhado diversas vezes na água, quando, numa dessas investidas, teve o braço sugado pelo ralo, até o ombro, a uma profundidade de 1,80 metro. A força de sucção foi tão grande que Jonatas avalia que, se não houvesse alguns adultos por perto, naquele momento, não teria sido possível salvar Gustavo. “O primeiro adulto que tentou arrancá-lo do ralo não conseguiu, pelo fato de a força da bomba ter provocado um inchaço na altura do cotovelo do meu filho. Foi então que um deles teve o lampejo de abraçar o Gustavo por trás e apoiar os dois pés no fundo da piscina para, com toda a força, arrancá-lo de lá. Ele me contou que quando o Gustavo saiu, parecia uma rolha de Champanhe, tal a maneira como estava preso”, relata Jonatas.

Para se evitar acidentes como esses, estão surgindo no mercado alguns equipamentos que visam aumentar a segurança dentro das piscinas. Um deles é uma válvula antivácuo, que faz com que a bom­ba desarme quando sua pressão interna é aumentada – fenômeno que acontece quando alguém ou algo é sugado pelo ralo e obstrui a passagem de água. Outro produto é um ralo anti-hair, que evita que o cabelo seja entrelaçado na grade de proteção.

Quando isso acontece, sempre há morte, porque não adianta tentar puxar a pessoa, já que os cabelos dão um nó na grade. A única saída seria cortar os cabelos, e nunca há tempo para isso”, observa Augusto, que conta que uma nova lei entrou em vigor nos Estados Unidos, em dezembro passado, obrigando todas as piscinas públicas ou comerciais daquele país a adotarem esse equipamento. Entre 1999 e 2007, ocorreram 74 acidentes em ralos de piscinas nos Estados Unidos, totalizando 63 feridos e 9 mortes. “As pessoas precisam se conscientizar do real perigo que os ralos de piscina podem representar.

"Os fabricantes desses equipamentos, principalmente, têm papel fundamental nisso, porque o usuário não tem como saber se a piscina é segura ou não”, acredita Odele, mãe de Flávia. “Penso que se minha filha não morreu, e ainda está aqui, é porque a presença dela pode ajudar nesse alerta.”

Obs: Os negritos do texto são meus.
Até o próximo post.

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