Minhas férias do trabalho já haviam terminado e Dr.Fernando Arita, o neurologista de Flavia, pediu à HP que me concedesse mais três semanas de afastamento, devido ao ainda delicado estado de saúde dela.
Meu gerente atendeu o pedido médico e assim pude ficar mais tempo ao lado de minha filha. Ficar ao lado dela não é bem o que acontecia pois na sala de UTI onde Flavia estava, tinha outras crianças, algumas em estado desesperador. Havia um rigoroso horário para visitas, mesmo para os pais. Eu ficava mais tempo sentada numa dura cadeira do lado de fora do que ao lado de Flavia. Sempre que eu tocava a campainha e pedia para vê-la, a resposta era sempre a mesma:
- Aguarde mãe, ela agora está "sob procedimentos". Estar sob procedimentos era por exemplo lavarem o corpinho dela com um pano úmido ou lhe trocarem a fralda. E eu pensava:
- E isso é motivo para não me deixarem entrar?!
Hoje em dia, quando comento isso com alguém as pessoas me dizem que eu deveria era ser agradecida às enfermeiras, pois em UTI as visitas não têm mesmo trânsito livre. Naquele tempo eu não sabia disso e ficava agoniada por não ter acesso rápido à cama de Flavia.
Eu ficava mesmo naquela ante sala de UTI a maior parte do tempo. Ao fim do dia voltava para casa correndo, dava um pouco de atenção a Fernando e novamente voltava para o hospital. Os vizinhos do prédio se ofereciam para fazer companhia a Fernando, mas ele preferia mesmo era ficar quieto em seu quarto. Quando chegava a noite eu e ele jantávamos juntos e conversávamos um pouco. Tudo era muito novo, por demais doloroso, extremamente assustador.
Eu ficava mesmo naquela ante sala de UTI a maior parte do tempo. Ao fim do dia voltava para casa correndo, dava um pouco de atenção a Fernando e novamente voltava para o hospital. Os vizinhos do prédio se ofereciam para fazer companhia a Fernando, mas ele preferia mesmo era ficar quieto em seu quarto. Quando chegava a noite eu e ele jantávamos juntos e conversávamos um pouco. Tudo era muito novo, por demais doloroso, extremamente assustador.
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