15. dia na UTI. Flavia continuava usando aparelho para respirar e em coma induzido. Os médicos foram diminuindo a medicação que a mantinha nesse estado e no 16. dia ela abriu os olhos. Ao entrar na UTI e vê-la de olhos abertos, meu coração disparou e pensei:
- Meu Deus! Flavia saiu do coma!
Ilusão minha. Ela apenas abrira os olhos. Não esboçava qualquer reação e não me reconheceu nem a nenhum de nossos amigos que mais tarde a visitaram. O neurologista me explicou que era assim mesmo. Teríamos que esperar os próximos dias para ver a evolução do quadro.
Nos quinze dias em que esteve de olhos fechados, Flavia não se movia, parecia estar em um longo e profundo sono. Ao abrir os olhos começou a esticar os pés em movimentos involuntários e os médicos me alertaram para as deformidades que tais movimentos poderiam causar. Esses movimentos involuntários são causados por hipertonia, uma hiper atividade do tõnus muscular - um comando cerebral desordenado, causado pelo dano cerebral sofrido e que quase sempre leva à deformidades físicas. Fui orientada pelos médicos a providenciar órteses, aparelhos que podiam ser feitos na oficina ortopédica da Santa Casa. Flavia passaria a usar esses aparelhos nos pés, com o objetivo de conter as deformidades. Com o passar dos dias, além dos pés a hipertonia foi atingido o corpo todo.
Preocupava-me muito o fato de Flavia estar no meio de outras crianças com males diversos e pedi que a colocassem em uma sala separada que havia ao lado e que estava vazia. A sala era bastante pequena mas eu a preferia alí pois temia que ela contraisse alguma infecção. Depois de alguns dias de muita insistência, finalmente fui atendida e eñtão pude passar mais tempo ao lado de Flavia. No canto da salinha colocaram uma dessas cadeiras de piscina e com frequência eu adormecia na tal cadeira, toda torta. Devo ter despertado pena nos médicos e enfermeiras porque alguns dias depois a cadeira foi substituida por uma poltrona.
Passei a ser presença constante do lado de fora daquela porta de UTI. Durante o dia eu ficava esperando permissão para ver Flavia. À noite, o pai dela e minha amiga Claudine se revezavam por algumas horas. Fazíamos isso para tentar passar à Flavia o calor da presença e o carinho de pessoas queridas, apesar de sabermos que em UTIs, nem sempre é permitido aos parentes ou quem quer que seja permanecerem por longos períodos. O hospital entende que a presença das pessoas acaba atrapalhando o trabalho dos médicos e enfermeiras. Devem ter razão.
- Meu Deus! Flavia saiu do coma!
Ilusão minha. Ela apenas abrira os olhos. Não esboçava qualquer reação e não me reconheceu nem a nenhum de nossos amigos que mais tarde a visitaram. O neurologista me explicou que era assim mesmo. Teríamos que esperar os próximos dias para ver a evolução do quadro.
Nos quinze dias em que esteve de olhos fechados, Flavia não se movia, parecia estar em um longo e profundo sono. Ao abrir os olhos começou a esticar os pés em movimentos involuntários e os médicos me alertaram para as deformidades que tais movimentos poderiam causar. Esses movimentos involuntários são causados por hipertonia, uma hiper atividade do tõnus muscular - um comando cerebral desordenado, causado pelo dano cerebral sofrido e que quase sempre leva à deformidades físicas. Fui orientada pelos médicos a providenciar órteses, aparelhos que podiam ser feitos na oficina ortopédica da Santa Casa. Flavia passaria a usar esses aparelhos nos pés, com o objetivo de conter as deformidades. Com o passar dos dias, além dos pés a hipertonia foi atingido o corpo todo.
Preocupava-me muito o fato de Flavia estar no meio de outras crianças com males diversos e pedi que a colocassem em uma sala separada que havia ao lado e que estava vazia. A sala era bastante pequena mas eu a preferia alí pois temia que ela contraisse alguma infecção. Depois de alguns dias de muita insistência, finalmente fui atendida e eñtão pude passar mais tempo ao lado de Flavia. No canto da salinha colocaram uma dessas cadeiras de piscina e com frequência eu adormecia na tal cadeira, toda torta. Devo ter despertado pena nos médicos e enfermeiras porque alguns dias depois a cadeira foi substituida por uma poltrona.
Passei a ser presença constante do lado de fora daquela porta de UTI. Durante o dia eu ficava esperando permissão para ver Flavia. À noite, o pai dela e minha amiga Claudine se revezavam por algumas horas. Fazíamos isso para tentar passar à Flavia o calor da presença e o carinho de pessoas queridas, apesar de sabermos que em UTIs, nem sempre é permitido aos parentes ou quem quer que seja permanecerem por longos períodos. O hospital entende que a presença das pessoas acaba atrapalhando o trabalho dos médicos e enfermeiras. Devem ter razão.
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