Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.
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Mães: Podemos não ser invencíveis, mas somos incansáveis.

- 4 de abril de 2010
Eu, entre meus filhos Flavia e Fernando. Ela, aos 9 anos, ele,  aos 13.

“... uma mãe é um vulcão, um furacão, uma enchente, uma tempestade, um terremoto. Uma mãe é invencível. Não há perda que ela não transforme em força. Não há passado que ela não emoldure e coloque na parede. Não há medo que a mantenha quieta por muito tempo”

Fonte: Livro Doidas e Santas de Martha Medeiros.

Gosto muito dos textos de Martha Medeiros. Do parágrafo acima, discordo apenas quando  ela diz que nós mães somos invencíveis. Que bom seria se assim fôssemos: Invencíveis. Mas infelizmente, invencíveis  não somos. Nossa invencibilidade esbarra em muitas coisas, mas principalmente na  burocracia, na lentidão e mesmo na falta de JUSTIÇA PARA TODOS  em nosso país.

Neste texto de Glória Perez,  - Teia, mãe coragem - escrito em 03 de março de 2009, Glória escreveu: “Essa semana perdemos a Teia. Mais uma de nós vai desse mundo sem conseguir ver a justiça ser feita!”.

Ao longo de muitos anos Teia, essa mãe mencionada por Glória Perez,  lutou por justiça por causa do assassinato de um filho. Morreu sem resposta. Teia foi vencida pelo descaso de nossa justiça que apesar de toda a sua luta, não lhe deu respostas para o assassinato de seu filho.

Miriam Brandão: 5 anos em 1992  – Minas Gerais. Sequestrada, asfixiada e queimada viva. Um dos assassinos, Welington Gontijo, teve sua pena extinta e  virou pastor evangélico.  O assassino virou pastor evangélico?! Pois que fizesse sua pregação religiosa  dentro da cadeia. Soltá-lo, extinguir sua pena, como foi feito,  é uma afronta à família de Miriam e a todos nós brasileiros. Não nos esqueçamos de  como disse Montesquieu,  uma injustiça feita a um é uma ameaça a todos nós. O vídeo mostrando o assassino da criança  Miriam Brandão, Welington Gontijo, hoje pastor evangélico,  pode ser visto AQUI.

Daniella Perez:   28.12.1992 - A filha de Glória  Perez foi brutalmente assassinada por Guilherme de Pádua e sua então mulher,  Paula Thomaz. (hoje Paula Nogueira de Peixoto).  Condenados, os dois cumpriram apenas 6,  dos 19 anos  da pena que lhes coube. Ele, também  virou evangélico e se escondendo atrás de uma bíblia, está livre, pregando o amor. 

Logo depois do assassinato de sua filha, Glória Perez foi incansável quando saiu buscando assinaturas para mudar nosso código penal e  incluir o homicídio qualificado em crime hediondo. Conseguiu, - sem  apoio de nenhum grande órgão de imprensa. Veja mais detalhes no ARQUIVO DANIELLA PEREZ, página criada por Glória.

As mães são incansáveis. Eu, que já tenho 61 anos,  há mais de 12,  luto para ver condenada a poderosa empresa JACUZZI DO BRASIL como co-responsável pelo acidente que deixou minha filha em coma vigil irreversível. Em última instância em Brasília, mesmo tendo conseguido que  um ministro de justiça  - Luis Felipe Salomão - concordasse comigo de que a empresa deveria sim ter sido condenada, a Jacuzzi, no  acidente causado à  Flavia, saiu ilibada de qualquer responsabilidade.

 "Vencido, o ministro Luis Felipe Salomão entendeu que a Jacuzzi deveria ser condenada porque os manuais não alertam sobre o risco de acidentes como o que aconteceu com Flávia. Somente relatam a potência adequada para cada tipo e tamanho de piscina. “Ao não alertar expressamente sobre o perigo de usar um equipamento inadequado, a fabricante se tornou responsável pelo acidente”, disse Salomão." Flavia, um caso trágico, uma sucessão de erros.

As mulheres aqui mencionadas,  são algumas das mães,  com filhos injustiçados que muitos conhecem, ou porque são figuras públicas, ou porque tiveram alguma mídia sobre as suas tragédias. Mas sabemos que existem muitas mães que apesar de viverem no mais completo anonimato, lutam,  de forma incansável,  por seus filhos. E não recebem apoio da justiça.

Mas as mães são incansáveis, por isso, até o último dia de minha vida, vou seguir lutando para ver respeitados os direitos de minha filha. Não importa aonde eu tenha que ir, nem contra quem eu tenha que lutar.

Mães: Podemos não ser invencíveis, mas somos incansáveis. Incansáveis.Até o próximo post.
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