
De vez em quando gosto de reproduzir alguns comentários deixados aqui, porque entendo que contêm mensagens preciosas, ou opiniões que nos levam à reflexão. O mesmo acontece com alguns e-mails que recebo. Quando se trata de comentários, e já que este blog é público, não vejo necessidade de pedir autorização para reproduzi-los ou mencioná-los em um post, porém quando se trata de um e-mail, sempre peço autorização para publicar. É o caso do e-mail abaixo, que devidamente autorizada, transcrevo aqui na sua íntegra, logo após meu texto de introdução.
Existem, e todos sabemos disto, vários motivos pelos quais uma pessoa pode se sentir triste ou infeliz. Quando uma tragédia ocorre em nossas vidas, é natural que fiquemos desestruturados emocionalmente por um bom tempo. E há quem jamais consiga sair do luto. Dá para imaginar a dor de Dona Irani, a mãe do menino Joniel cujo acidente fatal causado por um ralo de piscina, documentei no post anterior. Fico pensando como estará a mãe de Abigail Taylor, a menina americana de 6 anos, que teve parte de seus intestinos sugados por um ralo de piscina, em Junho de 2007 e também documentado Aqui. Este tipo de acidente também aconteceu em Portugal. Como estarão essas famílias administrando a dor pela perda de seus filhos? Claro que existem outros tipos de acidentes, outras tragédias, mas como todos sabem, devido ao acidente que deixou Flavia em coma, meu foco é este: Acidentes causados por ralos de piscinas.
Por esses exemplos vemos que existem algumas tristezas inevitáveis, aquelas das quais não se pode fugir, pois sempre vão existir. Como não sentir tristeza diante da foto do filho (a) antes saudável e agora morto ou em coma irreversível? Como arrancar do peito e expulsar da vida essa dor?! Não dá, essa dor não se vai, e daqui de dentro não sai, não sai, não sai...
Mas como já disse em posts anteriores, é preciso trabalhar, administrar a dor. Este é um desafio que temos que vencer, para que ela, a dor, não saia vencedora. Já aqueles, que felizmente não têm a necessidade de encarar tal desafio, vale lembrar outra necessidade: Agradecer à vida, por coisas aparentemente tão simples que não nos damos conta de quão maravilhosas são: É bom demais poder andar, falar, dançar, amar. É uma benção ver os filhos saudáveis e aptos para seguir o curso natural da vida: Crescer, estudar, se profissionalizar, amadurecer, casar, nos dar netos. Isto não é pouco, pelo contrário, é bastante, é muito, e deveria ser sinônimo de felicidade.
E aqui o e-mail do qual falei no inicio deste post.
"Olá, D. Odele!!
Me chamou muito atenção o seu site, estava num desses sites de futilidades, assuntos que não nos acrescentam em nada nesta vida... Sei lá... Estava no meu “momento fútil” necessário para desestressar um pouquinho no dia a dia e vi a janela para o seu blog, onde tem a foto da sua filha... Mas, quem sou eu para falar em desestressar quando existem problemas muito maiores
Você é uma guerreira e acabou de conquistar uma fã!! Quem dera que todos os pais apenas desejassem que seus filhos fossem felizes e apenas VIVESSEM, assim como você, que vive pelo dia em que ela simplesmente acorde, né? Fui estudar um pouco sobre o coma, e fiquei sabendo de outros casos, de outras familias...
Todos os dias temos exemplos de pessoas que nos fazem enxergar como podemos fazer mais, sorrir mais, não se importar tanto com problemas que na maioria das vezes são somente pequenos percalços. Você com certeza é uma delas, fiquei muito feliz em ver que você não deixou sua vida de lado, sai para o cinema ou para o teatro e até com seu filho! Uma pessoa que acredita, que vive, que não se deixa abater... Parabéns!
A grande pena disso tudo realmente é o descaso das empresas e do nosso Poder Judiciário... Sou advogada e realmente fico muito triste quando deparo com situações como essa... 10 anos e nada?? Como assim?? Porque é tão dificil um processo dessa magnitude ser resolvido??
Não entendi bem ao certo o que aconteceu com a sua filha, mas pelo que pude perceber existe a necessidade de alertar a todos! E também das empresas serem responsabilizadas para que não ocorra outros acidentes semelhantes ao que ocorreu com a sua filha...
Espero em Deus que você continue sempre esta pessoa confiante e que tenha sempre a força necessária para continuar sua batalha diária como mãe e como cidadã que espera justiça!
Um beijo grande, com muito carinho,
Cibele "
Cibele, obrigada por me autorizar a publicar seu e-mail aqui no blog de Flavia.
Obrigada a todos pela visita e comentários e até o próximo post.