Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.
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"Todos são iguais perante a lei" São..?!

- 22 de novembro de 2008
Escrevo neste blog há quase dois anos. Escrevo para alertar, protestar , denunciar e mostrar minha indignação perante a morosidade da justiça brasileira na condução do processo que movo - há quase 10 anos - contra os réus, já por várias vezes aqui por mim mencionados, a quem responsabilizo pelo acidente que deixou minha filha em coma vigil irreversível. Minha acusação não é leviana e tampouco sem fundamento. Baseia-se em perícia técnica feita na piscina cujo ralo sugou os cabelos de Flavia, assim como em perícia neurológica feita por médica neurologista escolhida pela justiça. Ambas as perícias foram feitas há anos. E há anos estão anexadas ao processo de Flavia. E assim o tempo corre contra nós, mas corre a favor dos réus que seguem impunes.

Algumas pessoas ao comentarem os posts deste blog escreveram:
Vivian disse......será que se o ocorrido tivesse sido com alguns dos filhos dos juízes envolvidos, este processo teria esta idade? Que indecência, meu Deus!
Sexta-feira, Novembro 21, 2008


SILÊNCIO CULPADO disse...Odele
Há pois que chegar a esses juízes e dizer-lhes: este caso não é um entre muitos. Trata-se da vida duma criança a quem tiraram todos os prazeres, todas as experiências e todas as oportunidades. A incúria da Jacuzzi tem um rosto, o rosto de Flávia. Olhem para esse rosto e ponham a mão na consciência.Quarta-feira, Novembro 12, 2008


João Vicente Lavieri disse...É isso ai, Odele! Aguardamos que o STJ repare adequadamente essa situação. A impressão que tenho, sem conhecer os detalhes do processo, é que a Jacuzzi seria a principal responsável, por colocar no mercado um produto sem alertar sobre os riscos, como requer o Código de Defesa do Consumidor.Ademais, piscinas são locais para diversão, muito frequentados por crianças. Não deveriam oferecer nenhum risco!
Sábado, Outubro 04, 2008.

O caso de Flavia é de extrema gravidade. Uma criança de 10 anos, entrou em coma por causa de um acidente e nunca mais saiu desse coma. Um caso muito grave, todos haverão de concordar comigo. No entanto apesar da gravidade do acidente ocorrido com Flavia, há quase 10 anos, 10 anos! eu luto na justiça e tento convencer os juízes - com provas periciais - da culpabilidade dos réus, principalmente da empresa Jacuzzi do Brasil por este acidente que incapacitou Flavia para o resto de sua vida. Até agora, o máximo que consegui foi que condenassem o condomínio a pagar 104 mil reais de indenização – dinheiro que não aceitei por não concordar com o valor. Os demais réus AGF Brasil Seguros e Jacuzzi do Brasil seguem impunes.
TODOS DEVERIAM SER IGUAIS PERANTE A LEI. DEVERIAM, MAS NÃO SÃO.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que “todos são iguais perante a lei e, sem distinção alguma, têm direito a igual proteção da lei...”
Muitos de meus leitores brasileiros sabem que no início deste mês de Novembro a cantora Preta Gil, (filha do cantor, compositor e ex- ministro da Cultura, Gilberto Gil) ganhou o processo contra o programa humorístico “Pânico na TV”, da Rede TV, porque os humoristas do programa faziam piada com a forma física da cantora, chamando-a de gorda. E a justiça do Rio de Janeiro condenou a Rede TV a indenizar Preta Gil em 100 mil reais por danos morais. O processo não levou mais que alguns meses na justiça do Rio de Janeiro e já foi decidido em primeira instância.

Penso que Preta Gil fez muito bem em processar o programa e não acho que ela tenha recebido muito dinheiro por danos morais à sua imagem, mas certamente a indenização de 104 mil reais concedida à mim e à Flavia, que teve além de danos morais um enorme e irreversível dano físico, foi irrisória. Porque Flavia não é famosa. Tampouco eu. E aqui só me resta concordar com os comentários deixados neste blog: Se Flavia fosse filha de um juiz/juíza, se fosse famosa ou filha de mãe famosa, certamente o seu processo já teria sido decidido pela justiça paulista e a indenização teria sido também outra.

Minha indignação e decepção com a justiça de meu país é grande. Uma pessoa famosa não deveria ser tratada de forma diferente pela justiça que outra que vive no anonimato. Mas a realidade e as evidências mostram que é assim que acontece. Além de Flavia, estou certa de que existem muitas pessoas comuns como eu e minha filha, que aguardam há anos por justiça, mas esta parece não ter sido feita para nós que temos que nos “engalfinhar”, numa luta quase sempre desigual com os réus por anos a fio, sem que a justiça os condene por seus crimes e negligências. Seríamos então nós, por não sermos famosos, órfãos da lei?! É o fica evidente. Mas não podemos nos conformar com essa orfandade. Há que nos indignarmos, há que exercermos de forma constante a nossa cidadania e protestarmos e lutarmos até ver respeitados os direitos humanos de todos nós.

Até o próximo post.
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