Desculpem se por algumas vezes, ou quem sabe muitas vezes, eu lhes pareça repetitiva com a história de Flavia. Venho tentando ao longo de mais de um ano de existência deste blog – e assim vou continuar - ou pelo menos tentar, dizer as mesmas coisas com palavras diferentes. Hei de encontrar essas palavras, para continuar firme na decisão de usar este blog para denunciar a NEGLIGÊNCIA e a IMPUNIDADE que caracterizam a história de minha filha. Vocês que visitam e comentam neste blog têm sido um precioso apoio para mim e Flavia, e através de comentários e posts, me fornecem palavras, quando as minhas já parecem gastas.
Muitos de vocês têm escrito sobre Flavia e sempre que oportuno, vou reproduzir aqui o que vocês escrevem, pois com isto, entendo eu, além de mostrar solidariedade para comigo e minha filha, vocês exercem conosco, a cidadania de todos nós. Foi assim no post anterior, escrito por Saramar Mendes. E é assim nestas palavras escritas pela jornalista brasileira Maristela Bairros do blog Clinica da Palavra, no seu post do dia 16 de Dezembro de 2007, dia em que Flavia completou 20 anos, 10 dos quais passados em coma vigil. Neste texto, parcialmente transcrito aqui, como vocês podem constatar, Maristela fala da dificuldade que tem sido conseguirmos que a mídia convencional dê atenção ao caso de Flavia, restando a nós, a mídia dos blogs, que felizmente tem se mostrado forte e solidária. A mídia convencional, algumas delas citadas aqui por Maristela, não tem entendido que a lentidão da justiça e o perigo dos ralos de piscinas, sejam assuntos importantes o suficiente para merecer da mídia, a atenção que buscamos.
Com vocês, o texto de Maristela:
“16.12.07
Bom dia, Flavia!
A história da tragédia de Flavia está detalhadamente relatada no blog que sua mãe, Odele, criou, para dar voz a quem há dez anos está impedida de se expressar por qualquer meio, vítima de um ralo de piscina que sugou seus cabelos e seu direito a uma vida normal. Não vou relatar aqui. É só acessar o site e ler. "Quem tiver ouvidos de ouvir, ouça".
Muitos de vocês têm escrito sobre Flavia e sempre que oportuno, vou reproduzir aqui o que vocês escrevem, pois com isto, entendo eu, além de mostrar solidariedade para comigo e minha filha, vocês exercem conosco, a cidadania de todos nós. Foi assim no post anterior, escrito por Saramar Mendes. E é assim nestas palavras escritas pela jornalista brasileira Maristela Bairros do blog Clinica da Palavra, no seu post do dia 16 de Dezembro de 2007, dia em que Flavia completou 20 anos, 10 dos quais passados em coma vigil. Neste texto, parcialmente transcrito aqui, como vocês podem constatar, Maristela fala da dificuldade que tem sido conseguirmos que a mídia convencional dê atenção ao caso de Flavia, restando a nós, a mídia dos blogs, que felizmente tem se mostrado forte e solidária. A mídia convencional, algumas delas citadas aqui por Maristela, não tem entendido que a lentidão da justiça e o perigo dos ralos de piscinas, sejam assuntos importantes o suficiente para merecer da mídia, a atenção que buscamos.
Com vocês, o texto de Maristela:
“16.12.07
Bom dia, Flavia!
A história da tragédia de Flavia está detalhadamente relatada no blog que sua mãe, Odele, criou, para dar voz a quem há dez anos está impedida de se expressar por qualquer meio, vítima de um ralo de piscina que sugou seus cabelos e seu direito a uma vida normal. Não vou relatar aqui. É só acessar o site e ler. "Quem tiver ouvidos de ouvir, ouça".
Hoje, estamos juntando os gravetos das vozes individuais de cada blog para tentar, acima de tudo, fortalecer o todo e, quem sabe, falando em coro, sensibilizar os que detêm o poder de dar uma decisão favorável a uma garota que completou, neste domingo, 20 anos sem ao menos poder retribuir os votos de parabéns que tantos lhe mandaram.
Um acidente não escolhe a vítima. Qualquer um de nós poderia estar tanto no lugar de Flavia quanto no de Odele e sua família. Mas ninguém gosta de pensar nisso. A gente empurra as possibilidades ruins para longe, como se isso fosse suficiente para nos proteger e evitar o ruim. E não há como criticar esta atitude. Normal.
O que não acho normal é o silêncio das mídias diante de um fato que, evidentemente, é notícia. Seria um acovardamento diante de uma empresa capaz de pagar espaços e anúncios? Seria uma incapacidade editorial de enxergar o assunto não só como capaz de gerar ibope mas também de cumprir a tão propalada responsabilidade social de cada conglomerado que vive do que acontece com a vida alheia e que genericamente chamamos de informação?Conheço o mundo da comunicação por dentro. Mais de 30 anos atuei em rádio, jornal e televisão. Sei das imposições de quem paga para que um veículo se mantenha. Sei das limitações de um diretor de redação e de um editor. Sei que uma pauta pode se realizar por ser realmente boa quanto por simplesmente tapar um buraco ou ser enfiada goela abaixo da redação por uma "determinação superior".
O caso de Flavia merecia, sim, muitas grandes matérias. O perigo que ronda uma piscina, a irresponsabilidade dos que cuidam deste equipamento de lazer, a negligência interesseira de quem fabrica e vende sem se preocupar com o pós-venda e suas conseqüências na vida das pessoas. Tudo isso seria motivo mais que suficiente para virar notícia.
No entanto, não acontece. Enviei pauta para a Revista Cláudia, de quem fui, por anos, colaboradora e mesmo motivo de reportagem, uma revista tão auto-propalada porta-voz do universo feminino. Só recebi uma resposta do atendimento ao leitor. Enviei a Marisa Adan Gil, com quem já tratei diretamente quando colaborava com sua revista Marie Claire: nem resposta. Pensei em mandar a sugestão de pauta para Cartacapital, uma mídia engajadíssima nas causas de justiça mas terminei optando por enviar para Diogo Mainardi, de Veja. Afinal, ele tem um filho com problemas sérios que já foi citado em seus artigos. Achei que se sensibilizaria, quem sabe encaminharia o assunto para os editores da revista. Nada. Hoje, mandei mails para Fantástico da Globo, para editores do jornal O Estado de São Paulo. Nem te ligo.
Estamos, hoje, com a faca e o queijo na mão (opa! outra coisa antiga essa expressão!!) e não nos damos conta: temos blogs, temos a internet, temos uma rede sem fronteiras. Tenho certeza de que Flavia está em muito boas mãos neste mundo virtual. Perdem os arrogantes do jornalismo desta terra de mídias medíocres.
Bom dia, Flavia. Bom dia, Odele. Feliz aniversário para vocês duas.Eu acredito na vitória de vocês. Eu acredito na Justiça.”
Obrigada Maristela.
E a você que visita o blog de Flavia, que nos lê, que nos é solidário e nos divulga, o meu abraço.
Até o próximo post.
28 comentários
MARAVILHOSO comentário de Maristela. É clichê dizer que concordo em gênero, número e grau...Mas não fico pessimista, pensando que se minha colega tem tanta experiência e não consegue, quem dirá eu...Não. Fico mais BRAVA, subo no salto, rodo a baiana mais e mais, isso sim! Desistir e Insistir são palavras com o mesmo sufixo. E só. Vamos INSISTIR!!!!!
Olá Odele, estou sempre acompanhando á luta sua por justiça com o que fizeram com sua filha e hoje peço licença para escrever algo, infelizmente nos passa uma revolta enorme de como que autoridades que sabemos que são estudadas tratam á dor do ser humano desta maneira, engavetando e empurrando este processo com á maior naturalidade. será que não passa nestas mentes doentes, o pouco de conforto que Flavia teria se á justiça já se tivesse feito. Odele é muito difícil para quem esta de fora imaginar sua dor ao ver o que fizeram com sua filha, mas o que nos conforta é que todos nós sabemos que aqui nesta vida estamos de passagem e tenha certeza que na vida eterna que nos espera, Flavia desfrutará dá verdadeira paz e alegria que aqui só se fez por dez anos, já estes irresponsáveis desta empresa tenha certeza que sofrem mais que você e Flavia, pois toda paz e alegria que os rodeiam são falso, pois eles sabem que se está nossa justiças hoje estão lhes ajudando e prejudicando Flavia á justiça de nosso pai eterno será com certeza “JUSTA” com todo o sentido da palavra, um abraço e mande um beijo em Flavia.
Bem comentado pela senhora Maristela.
Uma linda quarta-feira querida Odele.
Big Kiss
Vamos continuar a acreditar que as coisas irão mudar...leve o tempo que levar...beijinhos para Flávia e para ti também amiga...
A roda em torna de Flávia irá dar os seus frutos. Esperar custa porque este caso deveria ter despacho "para ontem" e peca por tardio...mas aguentemos com força e coragem.
Gostei do que li!
Beijos Odele, Flávia e Nando e parabéns a Maristela!
Este depoimento da Maristela, tem a grande virtude de vir de alguém que conhece o intrincado meio do jornalismo.
É agoniante esta teia de interesses que envolve uma actividade que deveria estar, completamente, ao serviço das pessoas.
Mas nós estaremos sempre contigo.
E com persistência, com teimosia mesmo, havemos de chegar!
Acho que quando defendemos uma causa e lutamos por ela,nunca podemos pensar que somos repetitivos. É necessário gritarmos bem alto a nossa revolta, quantas vezes forem necessárias e mais cem ou mil vezes, para que alguém um dia pare e pense,que o nosso drama poderia ser o drama de cada um,e que só não o é por puro acaso, por sorte ou porque o destino assim não o quis.
Não tenha receio, e continue a sua luta.
Um beijo para Odele e outro para Flavia de um amigo chamado Raul.
Odele, estou tentando te ligar, mas não consigo deixar recado no seu celular. Volto correndo para Minas porque a situação do meu pai piorou muito. Se não conseguir telefonar para você logo mais esta semana, não se preocupe com a pauta. Não terá sido esquecida. Mas, se puder, reze por nós porque, certamente, estaremos precisando. Um abraço.
Odele
Maristela sabe o que diz e fez uma bela composição da história de Flávia. Porém a força da razão será mais forte que o ostracismo a que certos media vos votam. E a força da razão vai-se fazendo sentir cada vez mais forte, sempre com mais aderentes. É um processo imparável.
Beijinhos Odele, para ti e Flávia.
Odele, sei o que é sofrimento arrasatado por anos.
Não querendo comparar, até porque coisas assim não se comparam, acredite que tenho consciência do quanto é importante o apoio.
Um beijo para si e outro para a Flavia.
Querida Odele:
Dejé una cosita para ti en mi blog, junto con muchos besos para ti y para Flavia.
Oi Odele, oi Flá!!!!
estou passando aqui rapidinho para mandar um beijinho bem carinhoso, tá?
Bom finalzinho de semana!
Odele, mande um beijo meu à Mazé tbém!
Boa quinta!!!!
Fê
Odele
Eu já tinha lido o post da Maris, mas valeu ter relido, pois nos faz lembrar o quanto é amargo o gosto da indiferença. Não dá para acreditar que a mídia passe batido por fatos dessa natureza.
É sempre assim, quando o assunto é novo nos massacram com informações, passado um tempo, porém, deixa de interessar.
No entanto, precisamos continuar
acreditando que a solução há de chegar!
Beijinho
Foi bom reler as palavras de Maristela....
beijinhos
Oi querida Odele,
Queria te dizer antes de mais nada que voce NUNCA me cansa com sua luta e pela quantidade de blogs que te apoia , nem a eles.
quem se incomodar , reflete uma personalidade egoísta e insensível.
Bota a boca no mundo mesmo, brigue e reclame , porque voce tem todo o direito depois de ter levado esta bordoada da vida.
Que se incomodem os responsáveis por esta impunidade !
Jesus conta na biblia um relato de uma mulher que vez após vez insiste com um juiz para ter sua causa ganha. E por fim o juiz disse no seu íntimo : Hei de dar causa de ganho a esta mulher para não mais me amofine.
Jesus destacou aqui a persistência desta mulher , e o resultado disso.
Portanto Odele , persista grite , fale , um dia vão ter que escutar.
Eu li um relato de o despertar de um coma vigil do americano Terry Wallis.
Portanto Odele, persisto na minha fé . Flávia vai acordar!
Quem sabe amanhã?
Beijos minha querida amiga e outro bem carinhoso na linda mocinha Flávia!
Ray
Olá Odele, eu fiz um pequeno artigo sobre a Flavia. Estórias como a tua tocam muito a gente. Espero que tu consigas ser ouvida.
Um abraço.
Odele
VCs sempre terão a minha força e solidariedade no que for possível!
beijos meninas!
Sinto que a mídia se faz de surda. Também não obtive resposta dos quais enviei. Grandes escritores como Diogo Mainardi, e, que sabemos o problema que o filho dele possui, não poderiam colaborar? Mas vamos em frente ... os blogs estão com tudo! Fronteiras já foram atravessadas e ninguém há de se calar! Justiça, já!!! Beijos à toda sua família, Odele, querida. Eliana _ Elianinha - Mogi Guaçu -SP.
....
Quando se clama por justiça, nunca se é repetitivo.
Um beijo grande para a Flávia.
Um abraço para ti, amiga.
Odele
Flávia há-de acordar e a justiça há-de ser feita nem que nos punhamos como loucos a gritar até fazermos escândalo que dê para chamar a comunicação social.
Beijo para si e outro para Flávia.
Aí como cá, a imprensa é dominada pelo dinheiro e pelo negócio, e os casos em que pontua a negligência e que possam dar uma má imagem da sociedade dita de consumo, não são convenientes para os jornais.
A justiça tarda, dez anos é muito tempo, mas o caso não fica esquecido pelos que dele tomaram conhecimento através da tua luta, Odele.
Abraço do Zé
Sábias palavras da Sra. Maristela. Sempre me entristece o fato de morarmos num país totalmente sem leis, ou com leis, quando é coveniente a algumas pessoas. Não posso dizer que sei o que vcs passam, mas tenho uma filha e posso avaliar mais ou menos. Nunca tinha estado aqui, mas virarei freguesa sempre, e pode contar com minhas orações pra vcs. Fiquem com Deus, e não desanime nunca.
P.S. Posso te linkar no meu blog???
Bjussss
Odele
A Mari, colocou muito bem.
Ando numa correria e estou com visita.
Beijinhos nas duas e boa semana.
força Odele
nunca é demais ler e reler o texto de
Maristela Bairros.
bj Odele e Flavia
Odele vim te desejar uma ótima semana e dizer o que você já sabe que estou com vocês ;você pode repetir-se nos post como eu me repito nos comentários,mas o que não podemos é nos calar ,nem que seje com as mesmas palavras você deve continuar o blog e nós devemos igualmente sempre comentar para que você saiba que não te deixaremos só e acreditar que a sua voz ou a de alguma de nós um dia seje escutada por quem pode fazer justiça...Bjs
Olá Odele
Nós por cá temos um ditado que diz: Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura! continua a lutar e a contar sempre com o nosso apoio!
beijinhos para ti e Flávia e boa semana
Dona Odele,
o Google ocasionalmente me trouxe ao blog que a senhora dedica à sua amada filha. Ocasionalmente. Pensei numa coisa que sempre me deixa perplexo - coma - e usei o site de busca.
Sou pai, há quase doze anos. E são duas meninas - Vitória e Ananda. Inconcebível minha vida sem elas. Jamais conheceria o amor, e sua verdadeira importância, se não fosse por estas duas menininhas.
Ame sua menininha, como a senhora tem feito todos esses dias. Mesmo que ela esteja (hoje) além do alcance de nossa ciência.
O exemplo da senhora, sua luta por justiça, me leva a pensar sobre o quanto estamos entregues a própria sorte, desamparados. Penso no papel das autoridades que deveriam exercer seu papel e nos guarnecer, nos orientar, e apenas ocupam inutilmente um lugar e consomem recursos públicos.
Querida Odele:
Entré para darte un beso a ti y a Flavia.
Dejé una cosita para ti en el Vuelo de las Hadas, otro de mis blogs,junto con mi cariño más grande para vosotras.
Un millón de besos.