Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

Flavia, aniversários de amor e silêncios

- 16 de dezembro de 2012
 

Filha, hoje, quando você faz aniversário, não estivesse você mergulhada neste longo silêncio, seria um dia muito alegre para nós. Eu teria lhe perguntado que presente mais lhe agradaria receber. Você talvez quisesse festejar com os amigos de sua idade. Você era uma criança tão alegre e extrovertida que certamente, agora adulta, você teria muitos amigos para festejar seu aniversário com você.

 Mas o acidente que lhe interrompeu a infância saudável, lhe tirou as conquistas e as alegrias da juventude e lhe mantém prisioneira da imobilidade e do silêncio, nos impede, ano após ano, de festejar seu aniversário da forma que você merece e da forma que eu gostaria que fosse. Com muita música, muita dança, muita alegria. Na impossibilidade dessa alegria filha, fique com os meus cuidados, o meu carinho, o meu abraço e todo o meu amor de mãe. Hoje e sempre.

E no silêncio de que são feitos nossos dias, seguimos nós, como a vida nos permite assim seguir. Mas a indignação pelo que te aconteceu num acidente que poderia ter sido evitado e que continua a causar vítimas nas piscinas de nosso país, continua presente em mim. Passe o tempo que passar, esse descaso das autoridades para resolver a falta de segurança nas piscinas, continua a me indignar. Que esta indignação filha, possa continuar a me motivar para seguir em frente na luta por mais segurança nas piscinas do Brasil, de forma que cada vez mais menos crianças tenham, assim como você teve, os sonhos desfeitos em mergulhos sem volta.

Barreiras de proteção nas piscinas salvariam muitas crianças

- 13 de dezembro de 2012
 
 Portões autotravantes nas piscinas - solução para crianças pequenas

Saiu na mídia, em várias mídias, a morte de duas crianças gêmeas de um ano e meio de idade, nesta segunda-feira, dia 10.12, na piscina de um apartamento em Taboão da Serra, São Paulo.

Foi noticiado que as crianças dormiam e que teriam acordado e alcançado a piscina, sem que a mãe se desse conta. Todos já leram sobre mais esta tragédia em piscina, eu sei, mas sou teimosa e venho aqui me repetir sobre o que poderia evitar estas mortes.

Independentemente das circunstâncias em que o acidente ocorreu, se  houvesse na piscina  um portão auto travante, (barreira de proteção)  crianças tão  pequenas como os gemeos de um ano e meio que se afogaram  nesta segunda-feira,, não teriam conseguido ultrapassar o portão de acesso à piscina e estas duas mortes de crianças poderiam ter sido evitadas.

E eu me repito: As barreiras de proteção para piscinas, fazem parte das sugestões apresentadas no documento -adendo à lei federal de segurança para piscinas – entregue ao Deputado Federal Darciso Perondi, quando estive em Brasilia em agosto de 2011. Leiam por exemplo nest post do blog de Flavia: Dispositivos de segurança para piscinas: Barreiras de Proteção

O Deputado Perondi continua a ignorar o meu pedido de urgência para a existência de uma Lei Federal de Segurança para Piscinas, com obrigatoriedade do uso de dispositivos de segurança que evitam a sucção dos ralos e de barreiras de proteção (portões auto-travantes) que evitam o acesso de crianças pequenas às piscinas.

Deixar as piscinas do Brasil seguras não é difícil. Difícil é me fazer ouvir por políticos que poderiam mudar esta realidade, mas não o fazem por omissão, descuido e descaso com a vida humana. Principalmente a vida de crianças, as maiores vítimas desse descaso, não é Deputado Perondi?

Entre outras mídias, aqui pode-se ler sobre mais esta tragédia com crianças. Uma tragédia  que há tempos vem sendo anunciada aqui no blog de Flavia.
 G1TV Uol,   R7 Noticias,   Folha de São Paulo

Crianças morrendo em piscinas inseguras. Até quando?!

- 1 de dezembro de 2012

Bernardo Giacomini Gonçalves - 4 anos

Nos últimos dias foi muito noticiado pela mídia o acidente por afogamento que causou, na segunda-feira, dia 26, a morte do menino Bernardo Giacomini Gonçalves, 4 anos, durante uma aula de natação na escola Centro Educacional Brandão, em Moema, aqui em São Paulo. A TV Globo está anunciando que o programa "Fantástico"deste domingo vai noticiar o acidente e falar de segurança em piscinas.

Embora as circunstâncias do trágico acidente com Bernardo ainda não tenham sido inteiramente esclarecidas, o que fica evidente é que as piscinas continuam causando acidentes graves e fatais que levam crianças à morte ou as deixam com sequelas irreversíveis, como no caso de minha filha que por nadar em uma piscina sem segurança vive há quase 15 anos em coma vigil, ou estado mínimo de consciência. E se crianças continuam sendo vítimas de afogamento em piscinas, é porque nelas falta segurança.

Como venho escrevendo aqui no blog de Flavia, existe em Brasilia, um Projeto de Lei para Segurança em Piscinas que enfatiza a necessidade de que todas as piscinas tenham instalados dispositivos de segurança que evitam a sucção dos ralos, assim como mostra a necessidade de barreiras de proteção para evitar que crianças pequenas possam ter acesso a piscina, se estiverem desacompanhadas de um adulto.

O texto apresentado ao Deputado Darcisio Perondi, custou a mim e a dois peritos de segurança em piscinas, um brasileiro e um americano, meses de trabalho e dedicação. Mas depois que voltamos de Brasilia, nunca mais consegui que o Deputado Perondi ou seus assessores respondessem aos meus e-mails e telefonemas para Brasilia.

É lamentável que um assunto tão sério como é a segurança nas piscinas, não receba a devida atenção do deputado Perondi nem de seus colegas políticos a quem também já contatei. Volto a repetir que enquanto não tivermos a Lei Federal para Segurança nas Piscinas cujo texto entregamos nas mãos do deputado Perondi, vigorando e sendo fiscalizada com rigor, crianças continuarão morrendo afogadas nas piscinas do Brasil.

O cérebro humano, esse desconhecido

- 19 de novembro de 2012

Dias atrás saiu em algumas mídias, notícia sobre um senhor canadense, de 39 anos, em estado vegetativo há mais de uma década que conseguiu, dizem as notícias, se comunicar com os médicos através de exames de ressonância magnética. Uma das fontes em que a notícia foi veiculada é neste link do G1. Alguns leitores do blog de Flavia me enviaram o link do G1 através de comentários carinhosamente deixados no post anterior. A notícia também pode ser lida no Jornal Folha de São Paulo.

No artigo do G1 pode-se ler que “Os médicos de Routley dizem que a descoberta significa que os manuais médicos precisam ser reescritos”.

Pois é. Convivendo há quase 15 anos com Flavia que tem diagnóstico parecido ao do canadense Scott Routley, tenho fortes motivos para acreditar que pessoas consideradas em coma vigil, estado vegetativo ou estado mínimo de consciência, têm sim algum grau de consciência. Uns mais que outros, obviamente, dependendo da extensão da lesão cerebral sofrida.

Muito tempo atrás, conversando com um renomado neurologista fiz a ele várias perguntas com relação ao estado de Flavia e dentre as respostas do médico, havia esta frase: “No estágio atual da medicina, ninguém pode afirmar com certeza o que se passa no cérebro de uma pessoa em coma”.

Os familiares de pessoas em coma vigil, estado mínimo de consciência ou estado vegetativo, desde que esse familiar seja presente o suficiente para observar reações do seu ente querido nessa condição, reações estas muitas vezes tão sutis, que só o amor nos possibilita ver, perceber e sentir poderá saber o quanto a pessoa em coma está ou não “presente”.

No caso de Flavia – mesmo ela tendo perdido a capacidade de se expressar através da voz, percebo claramente algumas reações e sensações dela, como por exemplo, frio, calor, dor, tristeza, mal estar, bem estar. Não raro, Flavia esboça um sorriso ao ouvir minha voz e o som de meus passos em sua direção. E conforme eu já disse aqui em posts anteriores, percebo mudança na expressão de seu rosto quando coloco músicas para ela ouvir ou quando Flavia ouve as muitas mensagens que ela recebe de nosso amigo António, de Portugal, e que coloco com regularidade para ela ouvir. O mesmo acontece quando leio textos escritos pelo irmão ou quando cantarolo uma musica que eu costumava cantar para ela na infância. Flavia também “reage” ao som dos latidos de Michele, nossa poodle, e se sobressalta e demonstra desconforto com sons estridentes, sejam de pessoas falando muito alto perto dela, sejam de portas batendo, ou o barulho vindo – tarde da noite ou nas primeiras horas da manhã- de pessoas caminhando de salto alto no andar de cima.

O sentido da audição está perfeitamente preservado em Flavia assim como possivelmente podem estar preservados em outras pessoas nas mesmas condições dela. Como o cérebro de pessoas em coma, processa os sons que lhes chegam, não se sabe. Mas saber que esses sons lhes provocam alguma reação é motivo mais que suficiente para que médicos e cientistas se debrucem com mais carinho sobre o assunto e pesquisem formas de manter alguma comunicação com essas pessoas. Que bom seria se além dos cientistas e médicos, os familiares também conseguissem, de alguma forma, se comunicar com seus entes queridos em coma, estado vegetativo ou estado mínimo de consciência. Isso possibilitaria lhes diminuir os desconfortos e aumentar sua qualidade de vida.

Como sei que o barulho incomoda Flavia, dentro do possível, procuro livrá-la dos ruidos excessivos, deixando o ambiente  de nossa casa mais calmo e silencioso. Mas o silêncio com o qual Flavia convive, não é triste, pelo contrário, é um silêncio que nos permite ouvir além de nossas próprias vozes em tom mais suave e portanto mais agradável,  este silêncio também nos permite ouvir  o vento ou o cantar dos pássaros que nos visitam enquanto brincam em nosso jardim. E é como uma vez disse minha amiga Eliane Brum:  "Odele, tua casa é tão silenciosa. Mas o silêncio de tua casa não é triste, porque o silêncio de tua casa fala. E diz coisas lindas!" Eliane, deve ser porque nós aprendemos a ouvir o silêncio. E eu ouço "coisas lindas" através do silêncio de Flavia.

 

Dia da Criança, que presente dou pra minha?

- 12 de outubro de 2012
 Foto retirada do site da Sodramar

Desde que o criei, em janeiro de 2007, nunca fiquei tanto tempo sem escrever no blog de Flavia. Três meses. Mas esta pausa não significa eu ter desistido de lutar pela Lei Federal para Segurança nas Piscinas do Brasil. O cansaço é temporário, mas é constante minha disposição para cobrar das autoridades esta tão necessária Lei.

12 de Outubro - Dia da criança. O que dar de presente para Flavia? Tinha 10 anos quando o acidente numa piscina sem segurança lhe roubou a infância. 10 anos. Depois, 15, 20, e agora prestes a completar 25 anos os presentes que fazem bem à Flavia são, respeito, cuidados, amor, atenção e carinho. Como por exemplo o carinho transmitido neste texto já publicado aqui e  que em 2008, minha amiga e escritora Leila Jalul escreveu para Flavia e que com frequência releio para ela.


“SE EU FOSSE...
Um anjo, ainda que por uns momentos, iria visitar Flavinha, sussurraria palavras mágicas, faria cócegas nos seus pés e na barriga, como fazem as mães nos filhos pequeninos, pelo prazer de ouvir as gargalhadas dobradas. Não importaria que depois viessem os soluços, tivesse de fazê-la tomar três goles dágua para que o ugle, ugle parasse de vez. Não temeria sequer colocar-lhe na testa um fio de linha vermelha emboladinha e umedecida com saliva.

Se fosse um anjo, não esse de verdade que ela tem, mas daqueles que a gente conhece das pinturas nas abóbadas das igrejas, pequenininhos, entroncadinhos, passaria dias e noites sorrindo para, diante dos meus malabarismos angelicais, ela esboçasse ainda que um mínimo daquela alegria criança que tinha antes do sono que já se prolonga.

Anjo não sou, mas bem que poderia ser uma fadinha esplendorosa e faiscante, varinha mágica na mão direita, asas de libélula e traje de bailarina. Se fosse uma fadinha sobrevoaria nas dependências do seu quarto e, tal qual um beija-flor, pararia bem próximo ao seus ouvidos , recitaria versos e cantaria canções de encantamento, só para vê-la, preguiçosamente, tentar acordar.

Fada não sou.

E se fosse um palhacinho, ainda com meu coração triste, será que conseguiria? Roupas coloridas, maquiagem forte, exagerada, voz de paspalha, perguntaria e Flávia responderia, na mais velha das velhas tradições do circo:
- Hoje tem marmelada?
- Tem sim, Senhor!
- Hoje tem goiabada?
- Tem sim, Senhor!
- E o palhaço, o que é?
- É ladrão de mulher!
Será?

Sou sem graça, mas daria o melhor do meu espírito parvo para entregá-la e reintegrá-la à vida. Odele, Flávia e o irmão teriam muito o que conversar. Ririam juntos.
......”

Infelizmente Leila, passados quase 15 anos desde o dia 06 de janeiro de 1998, ainda não temos motivos para sorrir. Seja porque Flavia continua em seu sono sem fim, seja porque as autoridades também ainda não acordaram para o grave problema de falta de segurança nas piscinas do Brasil. A tão necessária lei, não só ainda não saiu, como  não se tem notícias de seu andamento. Por isso, neste dia 12 de Outubro dia de Nossa Senhora Aparecida padroeira do Brasil, em que se comemora também o dia da criança, um presente valioso para todas elas poderia ser a Lei Federal de Segurança nas  Piscinas. Criança feliz, é criança brincando em segurança.

Lei Federal Segurança nas Piscinas - indiferença e silêncio

- 24 de junho de 2012

 Brasilia, agosto de 2011

10 meses após eu ter estado em Brasilia em busca da tão necessária Lei Federal para Segurança nas Piscinas do Brasil, e após vários telefonemas e e-mails enviados ao Deputado Darcisio Perondi, relator da Lei, nenhuma resposta me foi dada pelo Deputado. Também não houve retorno dos outros políticos a quem recorri em busca de apoio para que a aprovação da Lei seja tratada com mais celeridade. A lentidão na aprovação da Lei que obrigue as piscinas a terem instalados dispositivos de segurança que evitam a sucção dos ralos, terá como consequência imediata novas tragédias causadas pela devastadora sucção dos ralos de piscinas.

Aqui dois dos MUITOS e-mails que enviei ao Deputado Darcisio Perondi, com cópia para sua secretária e assessores. A resposta? Indiferença e silêncio.

“From: Odele Souza [mailto:odele.souza@gmail.com]
Sent: Friday, March 02, 2012 10:59 AM
To: dperondi@yahoo.com.br; dep.darcisioperondi@camara.gov.br; fredericoborges@yahoo.com.br; Fábio Paiva; Suely Barbosa
Cc: Augusto Cesar M. Araujo ; Antonio Santos; Lawrence Doherty
Subject: ENC: LEI DE SEGURANÇA PARA PISCINAS E A MUDANÇA NA COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA
 

Prezado Deputado Darcisio Perondi, Reenvio a mensagem que lhe foi enviada em 06 de fevereiro de 2012, para a qual e de novo, infelizmente não tive resposta.

No arquivo anexo lhe envio uma cronologia dos acidentes graves e fatais documentados na mídia, desde o acidente ocorrido com minha filha Flavia – janeiro de 1998 até janeiro de 2012.

E aproveito para lhe perguntar se o senhor não tem alguma novidade com relação ao projeto de Lei de Segurança nas Piscinas, da qual o senhor é o relator. Lembro-me de quando eu, Augusto, António e Lawrence estivemos com o senhor em agosto de 2011, o senhor nos disse que o assunto seria tratado com celeridade. Então, Deputado, alguma novidade sobre a Lei? Como o senhor pode ver pelo documento anexo, as mortes por sucção nos ralos das piscinas continuam ocorrendo no Brasil e já temos um caso em 2012.

Obrigada por sua atenção e resposta a este meu e-mail.

Odele Souza
Flavia, vivendo em coma
Segurança nas piscinas - esta é uma causa de todos nós.

De: Odele Souza [mailto:odele.souza@gmail.com]
Enviada em: segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012 12:49
Para: 'Darcisio Perondi'; fredericoborges@yahoo.com.br; Fábio Paiva
Cc: Suely Barbosa
Assunto: LEI DE SEGURANÇA PARA PISCINAS E A MUDANÇA NA COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA
Prioridade: Alta

Bom dia senhores,

Acompanhando o movimento na Câmara dos Deputados, vejo que vamos ter mudanças nos membros da Comissão de Seguridade Social e Família. Já temos como saber quem serão os novos membros representantes das bancadas partidárias?

Deputado Perondi e Fred, por gentileza me posicionem: Com essa mudança na CSSF como fica o prosseguimento do projeto da Lei Federal para Segurança em Piscinas, conforme texto de adendo ao Projeto 7414 que lhes entregamos em agosto de 2011 e do qual o Deputado Perondi é o relator?

Gostaria de ouvir a opinião dos senhores como devo proceder de agora em diante, para continuar fazendo follow up na questão da Lei, pois as mortes por sucção nos ralos das piscinas continuam matando as crianças em nosso país. Já foram dois casos em 2012, conforme documentado no blog de Flavia.

Suely, peço a você a gentileza de cuidar para que meu e-mail seja lido pelos destinatários.

Agradeceria receber resposta este e-mail. Muito obrigada.”


O silêncio continua a ser a resposta que o Deputado Perondi  e demais politicos contatados têm me dado.A morte de crianças sugadas por ralos de piscinas continuará a ser a resposta a essa indiferença e silêncio.

Dia das Mães, Maio de 2012 – Carta para minha filha em coma

- 13 de maio de 2012

 

Flavia,  de novo é dia das mães e de novo aqui estou  para retribuir a cartinha que todos os anos você me escrevia neste dia.  Recordar  de você e seu irmão me fazendo mimos no Dia das Mães  é sempre e para sempre  uma lembrança preciosa.

Na verdade querida,  não tenho muitas novidades para te contar já  que dia a dia  vou te  atualizando dos acontecimentos  deste mundo que ficou mais triste sem a sua alegria e mais   silencioso sem a sua voz.

A sua voz: “Mãe! olha o desenho que fiz do Fe!  Mãe! estou com saudades da vovó Julia! (eu também filha, eu também estou com saudades de minha mãe) Mãe! posso chamar a Marina pra brincar comigo?  Mãe! vou dançar aqui na sala! você pode ser minha plateia?  Mãe!!! eu te amo!"  

Filha, como sinto saudades de sua voz.

Neste Dia das Mães querida eu quero de novo te agradecer  por todas as coisas que você tem me ensinado nesses quase 15 anos de silêncio. E obrigada principalmente por  você me ensinar a ouvir o seu silêncio. Ah! E quanta coisa  bonita o seu silêncio me diz filha.

E olha aqui Flavia, lembra desta flor amarela que nosso amigo António, de Portugal, colheu do jardim dele e te enviou no início de março? Está enfeitando o teu post de hoje filha! Olha querida, não ficou bonito? Assim nós dividimos  a beleza de tua  flor  com os teus leitores e aproveitamos para desejar às todas as mães que tenham um ótimo dia  junto aos seus filhos.

A todos vocês que nos leem, um feliz Dia das Mães!

Com carinho, Odele e Flavia.

Mantendo a dignidade de Flavia

- 22 de abril de 2012
 Pássaro na varanda aqui de casa. Do quarto de Flavia pode-se ouvir seu canto forte e bonito. Gosto de pensar que o pássaro canta para Flavia.

Em  alguns comentários que aqui são deixados por visitantes deste blog  ou mesmo por alguns e-mails que me enviam, transparece uma atitude de comiseração ou compaixão pela situação de Flavia. Compreendo esse tipo de sentimentos pois são fruto de uma cultura que continua enraizada e até cultivada por algumas  mídias e que consiste em derramar lágrimas de pena perante tragédias alheias. Mas o que eu espero que sintam em relação à Flavia é  carinho e respeito, jamais pena,  compaixão ou piedade.

Ao longo dos anos, como neste blog se tem mostrado, Flavia tem sido tratada  na casa dela com total respeito pela sua dignidade.  A sua roupa continua a ser cuidada e combinada como qualquer outra jovem da sua idade. As suas unhas são pintadas  com esmero e com arte. Quando o tempo permite, Flavia é levada para o jardim do prédio para tomar um pouco de sol.  A sua pele é íntegra, bonita e rosada.  Os seus lindos cabelos são mantidos na forma como sempre Flavia  gostou.  O seu amigo António continua a falar com ela, em mensagens gravadas que lhe envia de vez em quando, em conversas tão naturais como as que se têm entre dois interlocutores que dialogam. Porque, se  Flavia perdeu a capacidade de falar,  mostra, na expressào de seu rosto, que aquelas palavras  que ouve do amigo distante,  de alguma forma lhe tocam em algum ponto do seu ser.  Pela cuidadosa observação diária e pelo amor que dedico à Flavia, aprendi a interpertar esses sinais tão sutis quanto preciosos para  mim.

E ao longo desses mais de catorze anos em que  Flavia tem vivido em estado de coma vigil, tenho aprendido muito com minha filha. Aprendi a resistir,  porque se Flavia não desiste, como posso  eu desanimar?. Com Flavia aprendi  a ouvir o que silêncio me diz,  aprendi a prestar mais atenção ao canto dos pássaros que de tão alto que cantam nos galhos das plantas na nossa varanda, conseguimos ouvi-los do quarto de Flavia. E gosto de pensar que os pássaros cantam pra  ela.

Com Flavia aprendi a ser mais tolerante,  mais persistente, mais paciente. Mais resistente. Com Flavia aprendi que posso ser múltiplas pessoas  e  dar conta de tudo o que ela precisa para continuar a exercer sua  cidadania e a manter  sua dignidade. Com Flavia aprendi e me emocionar  com demonstrações de afeto, carinho, amizade e atençao que algumas pessoas nos dão. Estamos falando de amor. É isso que conta.

Obrigada a todos e até o próximo post.

Ralo de piscina: Mais um grave acidente com criança. Nossos Políticos? Continuam se omitindo

- 13 de abril de 2012

Imagem retirada do site do G1

Três de março de 2012 - Vila Velha, Vitória,  no Espírito Santo. A menina Brunella Comineli, de nove anos, teve os cabelos sugados pelo ralo da piscina de um condomínio. A criança só foi salva da sucção do ralo  porque teve os cabelos cortados com uma faca de churrasco. Brunella entrou em coma, foi hospitalizada, mas sobreviveu. Infelizmente, Flavia continua em coma. Há mais de 14 anos Flavia vive em coma vigil devido a um acidente idêntico ao que aconteceu no mês passado com Brunella. E conforme venho documentando neste blog, MUITAS outras crianças faleceram e continuam a morrer  no Brasil  em acidentes causados pela sucção dos ralos das piscinas.

No vídeo que pode ser visto neste link do site do G1, o “especialista e consultor técnico” de piscinas   José Wilson Moysés, refere-se ao acidente com Brunella como  “incidente e fatalidade” e diz que em 34 anos de experiência com piscinas nunca ter ouvido falar de um caso desses. Como assim Sr.José Wilson?! Há mais de  14 anos tenho minha filha em coma, pelo mesmo motivo que agora a menina Brunella quase morreu. Há mais de cinco  anos venho divulgando neste blog o caso de Flavia, exatamente para alertar para este tipo de perigo: A sucção dos ralos das piscinas. Qualquer pesquisa que se faça no Google mencionando ralo de piscina, chega-se facilmente ao blog de Flavia. E o caso de Flavia  tem sido mostrado pela mídia, entre elas, Revista da Folha, Revista Época, Programa da Ana Maria Braga da TV Globo. E quando se menciona o caso de Flavia, obviamente outros casos são mencionados. Causa-me muita estranheza que o senhor, um “especialista e consultor técnico em piscinas” nunca tenha ouvido falar que a sucção dos ralos de piscinas  causa acidentes graves e fatais e que tem levado muitas crianças à morte em nosso país. MUITOS desses acidentes estão documentados aqui no blog de Flavia que também foi  mencionado na matéria do G1.

E por favor, senhor José Wilson, não subestime a gravidade deste tipo de acidente e não o trate como “incidente ou fatalidade”. Este tipo de acidente Sr.José Wilson tem outro nome: NEGLIGÊNCIA.

Negligência dos  fabricantes de piscinas, negligência dos locais que administram todo e qualquer tipo de piscina. Negligência dos nossos políticos que se fazem de “surdos e mudos” ao meu apelo por uma Lei Federal para Segurança em Piscinas, com a obrigatoriedade do uso de dispositivos de segurança que evitam a sucção dos ralos.

E não adianta colocar a culpa nos pais, alegando  falta de vigilância com seus filhos, já grandinhos, como por exemplo no caso de minha filha Flavia que tinha 10 anos e agora Brunella com nove anos. E sabemos que este tipo de acidente acontece também com adolescentes e até  com adultos. Não ponham a culpa nos pais. Nenhum pai ou mãe tem como saber se a piscina onde seus filhos nadam tem uma armadilha submersa: O ralo da piscina.

A omissão dos políticos no caso da Lei Federal para Segurança em Piscinas, pela qual tanto venho lutando: Deixei minha filha em coma em São Paulo, e viajei para Brasilia em agosto de 2011, juntamente com peritos em segurança de piscinas e lá fomos recebidos pelo Deputado Darcisio Perondi relator da Lei que nos recebeu bem, mas depois disso, nem ele nem seus assessores nunca responderam a um único telefonema meu nem aos vários e-mails que lhes enviei solicitando notícias da Lei, cujo texto de emenda nos custou muito trabalho e  foi entregue em mãos do deputado Perondi. E desde então tenho feito contatos com outros políticos em busca de  apoio  para que a Lei de Segurança em Piscinas seja votada e comece a funcionar o quanto antes.  Mas esses políticos por mim contatados também não me deram retorno. Enquanto isso, por todo  o Brasil,  os acidentes com ralos de piscinas continuan fazendo vítimas graves e fatais

A matéria completa e o vídeo sobre o acidente com Brunella podem ser vistos neste link do  G1

Menina de 5 anos morre afogada em piscina de barraca de praia no Ceará

- 26 de março de 2012

17 de  março de 2012 - Mais uma criança perde a vida por falta de segurança nas piscinas do Brasil. Desta vez, em Fortaleza, Ceará. No dia seguinte ao acidente a piscina continuava funcionando do mesmo jeito.  Veja o vídeo AQUI

A piscina não tinha barreiras de proteção. O que a proprietária chama de "grande fatalidade" é na verdade, negligência com a segurança. É preciso que os locais que administram piscinas invistam em dispositivos de segurança para a proteção dos usuários.Senhores deputados: Estamos aguardando a LEI FEDERAL para  segurança nas piscinas. Senhores da mídia: Precisamos de campanhas de conscientização tanto para os usuários quanto para os administradores de piscinas. Lei e conscientização. É isso ou mais mortes continuarão ocorrendo em piscinas  que negligenciam a segurança de seus usuários.

"Piscina onde criança morreu segue funcionando sem fiscalização no CE
Menina de cinco anos foi encontrada por funcionário neste sábado.
Proprietária da barraca lamenta e diz que foi uma “grande fatalidade"

A piscina de uma barraca na Praia do Futuro, em Fortaleza, onde uma criança de cinco anos foi encontrada morta no último sábado (17) continuava funcionando normalmente e sem guarda-vidas por perto e barras de proteção neste domingo (18).
O militar aposentado Márcio Farre lembra dos momentos em que tentou reanimar a menina Lavínia da Silva Galdêncio que morreu afogada na piscina no último sábado (17) “Fizemos massagem cardíaca até a chegada da polícia, que chamou o Samu após 15 minutos. Depois, vieram os bombeiros e seguiram fazendo massagem cardíaca e respiração boca-a-boca”, explica.
saiba mais (no lik abaixo há mais um vídeo sobre este acidente)
A proprietária da barraca não quis gravar entrevista, mas disse que está muito triste com a situação, a qual considera uma “grande fatalidade”. Segundo ela, no momento do acidente, a piscina estava em tratamento, por isso não havia movimentação de pessoas e a água estava turva, o que dificultou as buscas. A proprietária informou ainda que uma orientadora trabalha na barraca olhando as crianças que estão na piscina e que pretende investir mais em segurança nos próximos dias.
Apesar de estar em pleno funcionamento, a piscina continuava com a água turva no dia seguinte acidente. A situação diferente da piscina outro estabelecimento que fica ao lado, que possui diversos itens de segurança.
Entenda o caso
Um funcionário de uma barraca da praia do Futuro encontrou uma o corpo de uma criança de 5 anos dentro da piscina do estabelecimento por volta do meio-dia de sábado. Equipes do Samu e do Corpo do Bombeiros tentaram reanimar a criança.
De acordo com testemunhas, a família chegou a procurar a criança na praia antes de verificar nas três piscinas da barraca. O afogamento aconteceu na maior piscina, reservada para adultos. A área não é cercada. Policiais e peritos estiveram no local. Um inquérito vai investigar a morte da criança."

Ralo de Piscina: Guilherme, 2 anos, teve a perna sugada. Desta vez não foi fatal, mas poderia ter sido

- 21 de março de 2012

Michelle Baghdadi, uma leitora do blog de Flavia, me enviou o e-mail abaixo denunciando o acidente ocorrrido no dia 17 deste mês de março, com o filhinho dela, uma criança de dois anos e meio. É assim que tem que ser. Não podemos ficar apenas perplexos com os acidentes causados pela sucção dos ralos de piscinas que continuam acontecendo em nosso país.  É preciso mais que perplexidade e indignação. É preciso denunciar, é preciso agir para evitar que a sucção dos ralos continuem a fazer vítimas. E continuo a bater na mesma tecla: A Lei Federal para Segurança nas Piscinas: Para quando senhores?!
O e-mail de Michelle:

"Querida Odele,

Meu nome é Michelle Baghdadi e sou mãe de dois meninos, Gabriel de 6 anos e Guilherme de dois anos.
Há algum tempo venho acompanhando seu caso na midia, e vendo de longe seu sofrimento.

Hoje infelizmente aconteceu mais um caso de acidente na piscina ocasionado pelos ralos de piscina com o meu filho menor.

Abaixo segue um e-mail que acabei de escrever para o condominio que moro, na cidade do Rio de Janeiro, Barra da Tijuca, Condominio Reserva Jardim da construtora Cyrela.
Gostaria muito de seu contato, e se você puder publicar esse e-mail no seu blog.

Graças a Deus as consequencias foram poucas mas não posso me calar e aceitar um pedido de desculpas.

Prezada Valéria,

Venho por meio deste e-mail relatar um fato ocorrido hoje dia 17 de março de 2012, por volta das 13h, no parque aquático do condomínio Reserva Jardim, da construtora RJZ Cyrela.

Meu filho, o menor Guilherme Baghdadi Panzoldo, de dois anos e dois meses, sofreu um acidente na piscina infantil em decorrência a falta de manutenção e cuidado da administradora desse condomínio.
O ralo de filtragem da piscina estava ligado e sem a proteção correta, meu filho que brincava na borda da mesma, assim como faz todos os momentos em que vamos a piscina, teve a perna sugada pelo dispositivo, ocasionando um edema acentuado do tamanho de uma bola de tênis na panturrilha esquerda, além do trauma pois depois disso ele não quer ir a piscina.

No momento não havia um guardião nas redondezas, e eu que estava sentada muito próximo o socorri, puxei o Guilherme pelo braço e o retirei da piscina, meu outro filho Gabriel estava perto e correu para chamar um guardião, provavelmente à demora entre meu filho ir e voltar com o profissional foi de mais de 15 segundos.

O mesmo relatou para mim e outros moradores que estavam no momento do acidente que não existe numero suficiente de tampas para os filtros, e como a piscina de adulto apresenta maior volume de água e consequentemente maior poder de sucção essa piscina é priorizada. Olhem o absurdo!!!!!

Outra moradora já adulta relatou que esse problema é recorrente pois já aconteceu com ela.

Jamais uma piscina pode ter ralo de fundo ligado em horário de banho. E jamais, jamais o ralo pode ficar sem tela de proteção, principalmente uma piscina infantil no qual a criança não tem força suficiente para se libertar do equipamento.

Graças a Deus que não aconteceu algo pior fisicamente com o meu filho, pois psicologicamente ainda não posso medir os efeitos sem a ajuda de um profissional especializado na área de psicologia.

Não posso me calar perante um erro que poderia ser fatal, não posso me ater somente a escrita de um e-mail para a administração. Segundo informações da internet no blog http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com.br/2012/01/seguranca-nas-piscinas-e-as-leis.html no mês de janeiro morreu uma criança em Recife.

Não basta me indignar cada vez que soubermos do afogamento e morte de mais uma criança sugada pela sucção do ralo enquanto brincava alegremente em uma piscina de residência, condomínio, clube, escola de natação...

Na próxima segunda-feira medidas judiciais serão tomadas e eu serei mais uma cidadã em busca de justiça.

Atenciosamente
Alexandre Augusto Panzoldo e Michelle B. Panzoldo

Um beijo carinhoso e muita força
Michelle Baghdadi

Conscientização e cidadania, precisamos ver por aqui

- 13 de março de 2012

Quem conhece este blog sabe que devido ao acidente que há mais de 14 anos mantém minha filha em coma, venho tentando aqui  conscientizar as pessoas para o perigo existente nos ralos de piscinas, cuja sucção tem levado muitas crianças e adolescentes à morte. Quem conhece este blog sabe quão insistente tenho sido na busca de uma LEI FEDERAL para a segurança nas piscinas do Brasil.

A lei  de segurança nas piscinas é importante, muito importante. No entanto, só a lei não basta para evitar que os acidentes causados pela sucção dos ralos das piscinas continuem a fazer vítimas, a maioria fatais. É preciso que todos nós, as  autoridades e a  midia  nos conscientizemos de que podemos fazer algo para mudar esta realidade em nosso país, seja fazendo, implementando e aplicando leis de forma rigorosa, seja divulgando acidentes e formas de evitá-los, seja entendendo que se cada um de nós fizer a sua parte, poderemos sim, mudar esta cruel realidade dos acidentes de afogamento causados pela sucção dos ralos de piscinas. A responsabilidade, assim como esta causa, é de todos nós. Não basta nos indignarmos cada vez que soubermos do afogamento e  morte de mais uma criança sugada pela sucção do  ralo enquanto brincava alegremente em uma piscina de residência, condomínio, clube, escola de natação...

Enquanto essa conscientização não ocorrer, fica-se em suspense. A qualquer momento, um novo afogamento e morte causados pela sucção dos ralos das piscinas vai acontecer, nos entristecer e nos chocar, principalmente tendo em vista que  essa é uma tragédia que vem sendo anunciada. Há tempos.

O texto abaixo escrito por António, amigo e leitor do blog de Flavia, reflete bem esta situação que pode mudar, dependendo apenas de nossas atitudes. E claro, de conscientização e cidadania.

Indiferença.
Mais uma vítima.
Deixa andar.
Mais uma vítima.
Logo se verá.
Mais uma vítima.
Há outras coisas.
Mais uma vítima.
É preciso estudar.
Mais uma vítima.
Lamento.
Mais uma vítima.
Prometo.
Mais uma vítima
Isto é complexo.
Mais uma vítima.
Mais tempo?
Mais vítimas!
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Eu já escrevi!
Eu já insisti!
Eu já reclamei!
E tu?

António Peciscas (Portugal)

O perigo de aprisionamento nas piscinas do Brasil - um risco à vida, principalmente de crianças e adolescentes

- 1 de março de 2012
Simulação do acidente ocorrido com Flavia

UMA CRONOLOGIA DE CASOS DOCUMENTADOS NA MÍDIA DE MORTES E ACIDENTES DE AFOGAMENTO PELA SUCÇÃO NO RALO DE PISCINAS NO BRASIL

Infelizmente, além dos casos aqui mencionados, inúmeros outros acidentes têm ocorrido no Brasil, causados pela sucção dos ralos das piscinas. Alguns desses acidentes são inicialmente tratados como afogamentos, mas quando se busca a causa, a vítima se afogou porque ficou presa pelo sistema de sucção da piscina. Pelos casos aqui citados, já é possível demonstrar o quanto se faz necessário UMA LEI NACIONAL QUE DISCIPLINE A PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM PISCINAS, obrigando o uso de dispositivos que automaticamente interrompa o processo de sucção das piscinas. Junte-se à esta luta: Divulgue este blog, vamos cobrar posição dos políticos para que haja celeridade nesta Lei que certamente vai salvar muitas vidas.
 

06 de janeiro de 1998
Moema, São Paulo
- Flavia Souza Belo, menina de 10 anos, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina no prédio onde morava. Ela ficou presa em baixo d'água até ser resgatada. Vive em coma vigil desde o acidente.
http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/

10 de janeiro de 2001
Pinheiros, São Paulo
- Marlei da Silva Feliciano, 23 anos, faleceu, após ficar presa pelos cabelos no ralo da piscina do Motel Astúrias que fica localizado no bairro de Pinheiros - São Paulo

13 de março de 2005
Pinheiros, São Paulo
- Lucimeire Pereira dos Santos, 29 anos, faleceu após também ficar presa pelos cabelos no ralo da piscina do Motel Astúrias que fica localizado no bairro de Pinheiros

31 de Janeiro de 2007
Promissão, São Paulo
- Iago Pires, 11 anos, morreu afogado na piscina do clube da cidade de Promissão (SP). Segundo relatos de usuários do clube, Iago teria sido sugado pelo ralo da bomba de sucção da piscina, que estaria ligada no momento em que ele nadava. Um funcionário do clube percebeu e desligou a bomba, mas o menino já foi retirado da piscina sem vida. Banhistas ainda tentaram reanimar Iago, porém ele morreu antes de chegar ao hospital.
 http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=61494

30 de setembro de 2007
Conde, Paraíba
- Joniel Aragão da Silva, de cinco anos, morreu afogado numa das piscinas do Water Park do Nordeste, no município do Conde. A mãe de Joniel disse que a perícia encontrou vestígios da criança no sugador da piscina. O delegado do Conde, Francisco Marinho, disse ao Portal Correio que o caso da morte de Joniel está concluído. "Não há mais dúvidas de que a criança ficou presa no sugador da piscina", afirmou o delegado. "A tia do menino tinha visto ele passar por baixo do tobogã mas não sabia que lá ficava o sugador. O local é perigoso e qualquer criança que passasse teria ficado presa porque a boca do sugador é muito grande e tem muita força de sucção", concluiu o delegado.

20 de outubro de 2007
Salvador, Bahia
- Gustavo Abbott, 7 anos, filho do empresário gaúcho Jonatas Abbott, brincava com dois amiguinhos de férias quando mergulhou mais uma vez na piscina de adultos num hotel quando teve o braço sugado até a altura do ombro pelo ralo de filtragem, a 1,80 m de profundidade.  A força de sucção foi tão grande que Jonatas avalia que, se não houvesse alguns adultos por perto, naquele momento, não teria sido possível salvar Gustavo. “O primeiro adulto que tentou arrancá-lo do ralo não conseguiu, pelo fato de a força da bomba ter provocado um inchaço na altura do cotovelo do meu filho. Foi então que um deles teve o lampejo de abraçar o Gustavo por trás e apoiar os dois pés no fundo da piscina para, com toda a força, arrancá-lo de lá”. Gus recebeu massagem torácica e respiração boca-a-boca, passou umas horas no hospital, ficou com o braço roxo e muito trauma. http://www.ilhacap.com.br/edicao_dezembro08/piscinas_dez08.html

17 de Novembro de 2008
Paulista, Pernambuco
Sara Marques Bezerra, de 6 anos morreu na piscina do clube Granja Santa Terezinha de Paulista, ao Norte do Grande Recife após ser sugada pelo ralo da piscina.


04 de Dezembro de 2008
Franca, São Paulo
- Gabriel Antônio Posteraro Matias, de 10 anos, durante aula de natação  morre afogado na piscina do Internacional Esporte Clube quando teve o braço sugado pelo vão do ralo (que estava destampado) quando a bomba de sucção de água estava ligada. Várias pessoas  tentaram retirar o braço de Gabriel do vão do ralo da piscina, mas ninguém teve a iniciativa de desligá-la quando o garoto ficou preso no fundo da piscina. http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,menino-morre-em-piscina-de-clube,289439,0.htm

01 de Março de 2009
Camaçari, Bahia
- Jaqueline Resende dos Santos de Almeida, 14 anos, morreu afogada em uma piscina de condomínio quando foi sugada pelo ralo da bomba de sucção. Jaqueline, após mergulhar ficou presa  pelos cabelos ao mecanismo de sucção da piscina. Banhistas próximos ao local conseguiram desprendê-la e levá-la com vida ao Hospital Geral do Estado (HGE). Apesar dos esforços para salvá-la, Jaqueline não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3425676-EI5030,00-Jovem+que+morreu+em+piscina+na+Bahia+e+sepultada.html

05 de Julho de 2009
Academia de Natação
- Menina de três anos e meio foi sugada pelo bocal de sucção  na piscina da academia de natação onde fazia aula. A professora  conseguiu retirar a menina  do bocal de sucção, mas a criança ficou com um hematoma grave. http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/2010/06/ralo-de-piscina-suga-barriga-de-mais.html

28 de Dezembro de 2010
São João da Barra, Rio de Janeiro
- Joice Rangel Ribeiro, 13 anos. A menina se afogou na piscina da própria casa. De acordo com familiares de Joice a água da piscina estava sendo retirada por uma bomba de sucção. A bomba provavelmente sugou a adolescente pelo cabelo.
http://www.ururau.com.br/ururau2010/cidades7469_TRAG%C3%89DIA_DOM%C3%89STICA_Adolescente_morre_ap%C3%B3s_se_afogar_na_piscina_de_casa


30 de Janeiro de 2011
Taquaritinga, São Paulo
- João Paulo de Jesus Maria, um menino de 5 anos morreu afogado no Clube Náutico de Taquaritinga, no interior de São Paulo. Segundo a polícia, o garoto estava em uma das três piscinas do clube, que era esvaziada, e ficou preso no fundo, sugado pela tubulação. Dois soldados do Corpo de Bombeiros que estavam de folga no clube tentaram reanimar a criança, sem sucesso. http://oglobo.globo.com/pais/pai-conta-desespero-de-ver-filho-sugado-por-ralo-de-piscina-em-sp-2828906

02 de dezembro de 2011
Barra de Tijuca, Rio de Janeiro
- Luiza Migliora Santos, uma menina de 10 anos, morreu afogada após ter seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina de uma residência onde nadava.

23 de Dezembro de 2011
Brasília, DF
- Renan Rodrigues Costa , um menino de 7 anos morreu após ficar preso em uma bomba de sucção na piscina do Clube de Associados da Aeronáutica de Brasília (Cassab). De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele ficou de 15 a 20 minutos submerso.

16 de janeiro de 2012
Salgado, Sergipe
- A menina Nathalia Gabrielle Dias Fontes, de 11 anos, foi sugada pelo ralo de uma das piscinas do Parque Aquático Timbó, no município de Salgado. De acordo com a família de Nathalia, um dos funcionários do parque ligou o tubo de esvaziamento da piscina em que ela brincava e a garota foi sugada. A menina permaneceu por cerca de 40 minutos presa e já foi retirada da piscina sem vida.

Porque é verão: Dicas de segurança em piscinas

- 21 de fevereiro de 2012
Verão, calor, e as crianças adoram brincar nas piscinas. Como lembrete, aqui vão algumas dicas de segurança em piscinas, apresentadas por Augusto Araujo, diretor da empresa Sodramar e grande conhecedor do assunto.

As amigas e os amigos de Flavia - 4

- 12 de fevereiro de 2012


Conforme convite que lhes fiz em 25 de setembro de 2011, publico hoje a participação da leitora Jeni, do Rio de Janeiro.

"PARA CADA UM DE NÓS LIBERDADE DE TER OU NÃO TER CONVICÇÕES

Passo muitas vezes por este blog, nem sempre comentando, mas lendo não só os posts de Odele como os comentários deixados por outros leitores.  Me sensibiliza a forma como a maioria desses comentários expressam sua solidariedade para com Odele e Flavia. Alguns desses textos, fazem recomendações à Odele, sugerindo-lhe atuações capazes de libertaram a sua filha do coma vigil que a afeta há mais de 14 anos.  Com frequência, há recomendações que assumem o carater de pregação religiosa, que insinuam que a Odele não tem sido suficientemente crente para que o milagre se produza, e Flavia volte a ser saudável.

Pelo que fui lendo neste blog, a Odele, depois do terrível acidente, e durante bastante tempo, tentou tudo e mais alguma coisa. Desde medicinas convencionais e alternativas, a religiões diversas, tudo ela experimentou, sempre com a esperança de ver retornar a sua filha. E isto mesmo apesar de desenganada pelos mais competentes neurologistas que trataram do caso da Flavia. É pois, bem compreensível que, com o decorrer do tempo, a Odele fosse acumulando desilusões com todas essas tentativas. Assim, - deduzi pelo que venho lendo no blog - deixou de ensaiar mais hipóteses, para não ter de sofrer mais desilusões.

Por tudo isso, quando leio mais uma dessas recomendações (bem intencionadas,é claro) que apelam para mais fé da Odele, não deixo de pensar que ela faz pensar numa culpabilização desta mãe que já leva uma grande dose de sofrimento.

Respeitando-se qualquer opção pessoal de caráter filosófico ou religioso, há que deixar espaço a quem não segue nenhuma dessas convicções ou segue outras bem distintas.  Aliás, e desculpem-me a franqueza, ao fim de tanto tempo, se qualquer divindade quisesse ou pudesse ter curado a Flavia, já o teria feito, pois já muito e muito foi pedido nesse sentido.

Me desculpe, Odele, este desabafo, que aqui deixo como leitora e amiga, que correspondendo ao seu apelo de participação, expressa um sentimento que muitas vezes me tem acometido quando leio alguns comentários dos seus leitores.

Jeni - Rio de janeiro - Brasil "


Obrigada Jeni por sua participação, nesta série "As amigas e os amigos de Flavia". E concordo com você. Há que se respeitar a crença de cada um, qualquer que seja ela. Há que sermos tolerantes com pessoas que pensam diferente de nós. De minha parte, só não tolero a falta de amor.

Adolescente se afoga em piscina de condomínio em Curitiba

- 4 de fevereiro de 2012
Os acidentes causados pela sucção dos ralos de piscinas continuam a ocorrer em todo o Brasil. Desta vez foi em Curitiba, no estado do Paraná.

Se os leitores deste blog se lembram, o acidente que deixou minha filha em coma vigil irreversível, também ocorreu na piscina do condomínio  onde morávamos, em Moema - São Paulo. 

Esta noticia foi recebida em um comentário da leitora adriane do post anterior deste blog:

"boa noite enquanto a lei não e aprovada mais uma vitima" http://cgn.uol.com.br/noticia/13494/adolescente-se-afoga-em-piscina-de-condominio

Uma menina de aproximadamente 12 anos se afogou na piscina do condomínio onde reside na Rua Alferes Ângelo Sampaio, bairro Bigorrilho, na capital do Paraná.
Segundo informações de testemunhas, a adolescente brincava na piscina quando prendeu a mão em uma bomba que ficava em uma das extremidades do reservatório de água.
Ela foi retirada as pressas por vizinhos que acionaram o Siate.
A menina estava inconsciente, mas com a chegada rápida do socorro foi possível reanimá-la.
A vítima foi levada ao Hospital Evangélico de Curitiba para cuidados médicos."


Fonte: CGN

E já contabilizamos dois acidentes deste tipo ocorridos em 2012. Enquanto a Lei Federal para Segurança em Piscinas não for aprovada, os acidentes causados pela sucção dos ralos  vão continuar a  fazer vítimas.  E a maioria dessas vítimas vão morrer. É isso.

Ralo de piscina: A morte da criança Nathalia Gabrielle continua repercutindo

- 29 de janeiro de 2012
Delegado Dernival Eloi deve ouvir Jorge Timbó esta semana (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Me desculpem pelo longo post, mas algumas verdades não podem ser ditas em poucas palavras.

No post anterior documentei aqui no blog de Flavia mais um acidente causado pela sucção de ralo de piscina, tragédia esta ocorrida no Parque Aquático Timbó, em Recife, dia 14 de Janeiro de 2012. (Mais uma morte de criança por este tipo de acidente senhores políticos!)

Transcrevo abaixo – na íntegra - artigo copiado do Portal “Sergige Hoje” com os links da notícia.

Ao ler o artigo percebe-se algumas situações de evidente negligência no caso de mais este acidente fatal causado por um motivo recorrente: A sucção dos ralos de piscinas.

Segundo o inquérito em tramite, a piscina aonde aconteceu o acidente com Nathalia Gabrielle não tinha bombas para filtragem e estava sendo esvaziada pela gravidade. Porem, há outras considerações, como por exemplo o livre acesso da menina às piscinas quando estavam fechadas e fora do horário de funcionamento. E como o esvaziamento da piscina estava ocorrendo sem a indispensável supervisão e sem a presença de alguém responsável para impedir a entrada de pessoas (especialmente de menores), durante uma operação tão perigosa?!

Do proprietário do local, Jorge Timbó: “Infelizmente, a menina entrou no horário indevido.”

A criança ter entrado em horário indevido não pode ser usado como defesa para proprietários e responsáveis por piscinas isentarem-se da responsabilidade que lhes cabe pela segurança das piscinas que possuem ou administram. Não seguir à risca os procedimentos de segurança é uma negligência que pode resultar em tragédias e mortes como esta no Parque Aquático Timbó e outras que vêm acontecendo nas piscinas de nosso país. Desta vez foi a pequena Nathalia Gabrielle, de 11 anos. Quando e quem será a próxima vítima?

O artigo diz que a morte da pequena Nathália continua repercutindo. É para repercutir mesmo. É preciso não se calar diante de negligências que levam à morte nossas crianças. É preciso denunciar essas tragédias causadas pela falta de segurança nas piscinas do Brasil e exigir a punição dos responsáveis por acidentes que poderiam ser evitados. E é preciso exigir das autoridades que façam a sua parte para evitar mais mortes causadas pela sucção dos ralos das piscinas.

Nas sugestões técnicas à Lei Federal para Segurança nas Piscinas – adendo ao projeto 7414, entregue em Brasilia, por NÓS ao relator Darcisio Perondi, em agosto de 2011, incluem-se importantíssimas considerações não só com relação aos ralos, mas também da necessidade de isolamento dos tanques de água e barreiras ao livre acesso às piscinas, principalmente de crianças.

Lei Federal para Segurança nas Piscinas com nossas sugestões técnicas de inclusao de dispositivos de seguança que impedem a sucção dos ralos. Para quando senhores políticos?!!

A transcrição da matéria:

23/01/2012 - 12:37 - matéria publicada por Portal SergipeHoje

Afogamento em Timbó: Dono do parque Aquático Timbó, diz que as piscinas estavam fechadas

Menina teria entrado na piscina com 60% de água perto das 18h
Por Aldaci de Souza - Portal Infonet


A morte da pequena Nathalia Gabrielle Dias Fontes, 11 anos, em uma piscina do Parque Aquático Timbó [município de Salgado] no último dia 14 de janeiro continua repercutindo. O caso está sendo investigado pelo delegado de Lagarto [o de Salgado está em férias] Dernival Eloi Tenório. Está sendo feita uma ‘busca’ nos cartórios para confirmar outras mortes por afogamento no mesmo parque, cujo proprietário conhecido como Jorge Timbó deverá ser ouvido ainda esta semana. Ele garante que as piscinas já estavam fechadas no momento do acidente.

A menina estava em momento de lazer com os avós e um primo, quando foi arrastada pelo ralo de uma das piscinas, passando cerca de 40 minutos presa na tubulação de esvaziamento. Familiares estão inconformados, principalmente pelo fato de não ter qualquer sinal de alerta dando conta do perigo.

“Estamos ouvindo familiares e as pessoas que se encontravam no local e aguardando a liberação dos laudos periciais para iniciar a ouvida do proprietário do parque aquático”, ressalta o delegado Dernival Eloi Tenório.

O delegado disse estar investigando a ocorrência de outros afogamentos no Parque Aquático Timbó. “Já solicitei ao escrivão que faça um levantamento no cartório do município para ver se há registro de outros afogamentos para verificarmos abertura de inquéritos. Estamos também colhendo dados junto à Prefeitura de Salgado para checar a questão de alvarás de funcionamento”, explica Dernival Eloi.

Contraponto

O proprietário do empreendimento, Jorge Timbó, informou que o parque funciona das 8h às 17h. “O acidente aconteceu por volta das 18h. A menina estava em um dos chalés que fica a 200 metros das piscinas que possuem sim horário de funcionamento. Ela entrou na piscina de crianças, como estava vazia, ela passou para a de adulto que já estava sendo esvaziada e com apenas 60% de água. Só que foi levada pela correnteza e entrou no tubo”, esclarece.

Quanto ao fato de a menina ter sido sugada, Jorge Timbó foi enfático. “Nós não trabalhamos com bombas. O parque é totalmente ladeado pela lei da gravidade. A menina entrou na correnteza e foi arrastada para o tubo. A gente não é onipotente e onipresente. Já criticaram o fato de não ter funcionários no momento. Tinham funcionários no parque, mas não estavam nas piscinas justamente porque o horário estava encerrado”, enfatiza.

Esvaziamento

Ele informou que as piscinas são esvaziadas todas as noites. “Nós temos chalés e as pessoas passam os dias se divertindo, tem gente que bebe e pode querer tomar banho à noite, correndo o risco de acidentes desse tipo. Sem contar com os animais silvestres que podem cair nas piscinas à noite e ninguém ver”, diz.

“Infelizmente, a menina entrou no horário indevido. Eu entendo a angústia da família, mas eu também estou muito triste e abalado, pois durante 15 anos de funcionamento, nunca ocorreu um fato dessa natureza. Passamos um dia feliz, recebemos excursões dos Estados de São Paulo, da Bahia, da Paraíba e tivemos um início de noite muito triste”, lamenta.


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