Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

33.dia - DEIXANDO A UTI.

- 14 de fevereiro de 2007
Presente de uma coleguinha de classe de Flavia.
Flavia continuava inconsciente e seguia alheia a tudo. Apenas abria e fechava os olhos, mas não diferenciava o dia da noite e dormia nos horários os mais diversos. Mesmo assim concordei com Dr.Fernando, o neurologista, de que ela poderia ter alta da UTI e passar a receber os cuidados no quarto. Fiquei animada com a saída dela da UTI por achar que tínhamos já vencido a etapa mais crítica.

Passando a ser cuidada no quarto, Flavia precisaria de acompanhante dia e noite. Eu que já havia sido informada da possível data de alta dela da UTI, inicialmente contratei uma enfermeira para cuidar de Flavia durante o dia. Não que precisasse de uma Enfermeira no hospital, mas eu achava que daí a pouco tempo Flavia teria alta hospitalar e como eu já havia retornado ao trabalho certamente iria precisar de uma enfermeira para cuidar dela em casa e seria importante essa profissional ir se acostumando com os cuidados que teria que dispensar à Flavia. E assim fiz. Contratei Vicentina que me foi muito bem indicada por uma pessoa conhecida. Vicentina, apesar de seu curso superior de enfermagem, fazia mesmo era o papel de acompanhante, pois, no hospital, óbvio, os cuidados com os pacientes ficam por conta das auxiliares de enfermagem do próprio hospital.

Estar fora da UTI foi um alívio e passamos a ter um pouco mais de liberdade. O quarto, ocupado só por Flavia era simples, mas, bastante amplo. Tinha o que imagino devam ter todos os quartos de hospital: Um banheiro, uma geladeira, uma mesinha para refeições e um sofá para acompanhantes. Ah! mas como era frio e impessoal aquele quarto. Tentei personalizar um pouco e botei um porta retrato com uma foto de Flavia e colei nas paredes alguns dos desenhos que seus amiguinhos de escola mandavam, desejando a rápida recuperação de Flavia. Esses desenhos me eram entregues por Irmã Priscila que certamente se esforçava para que os coleguinhas de escola de Flavia não se esquecessem dela, mas como a cada 30 dias tínhamos que mudar de quarto para que aquele que ocupávamos fosse esterilizado, constantemente eu tinha que refazer toda a “decoração!”.

2 comentários

Anônimo disse...

Odele, nunca me esqueço de passar por aqui e ler os textos com a história de Flávia, cada dia a admiro mais! Espero que esteja tudo bem com todos vocês por aí, prometo que ainda vamos marcar nossa tarde com direito a bolo de cenoura, beijos, Naty!

Odele Souza disse...

Naty,

Muito bom saber que você passa sempre por aqui. Pelo menos UMA leitora eu tenho. (rs) Escrever, entre outras coisas é um excelente exercício de memória,além de deixar registrado um pouco de nossa história, no caso, a de Flavia. Obrigada pelo carinho Naty, você é linda. Beijos!

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