Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

NA UTI.

- 18 de janeiro de 2007

Avisei meu chefe na HP sobre o acidente e no dia seguinte logo cedo lá estava ele, o Diretor de Recursos Humanos, Alberto Golbert, a médica da empresa, Dra.Simone Miranda, mais dois gerentes de RH - meus amigos Alfredo Ribeiro e Arlete Fontana. Todos tentavam me passar otimismo, mas no fundo sabíamos que nada havia a fazer senão esperar.

Como nem sempre me deixavam entrar, eu ficava horas na porta da UTI, na esperança de falar com os médicos e principalmente com o neurologista do Hospital responsável pelo atendimento de Flavia. Deixava vários recados com a enfermagem e outros médicos que eu precisaria conversar com esse especialista para ouvir a opinião dele sobre o estado de Flavia. Consegui falar com o neurologista no segundo dia de internação dela na UTI. Então, por volta das 23 horas ele foi até a ante-sala da UTI onde eu me encontrava. O pai de Flavia estava comigo. O neurologista era um homem seco e de poucas palavras. Falou conosco apressadamente e disse que o estado de Flavia era bastante grave mas que ainda era cedo para se ter qualquer diagnóstico e deixou bem claro que só estava ali conversando conosco àquela hora da noite porque Flavia estava em um hospital conveniado - portanto, pago,- caso contrário, teríamos que aguardar os relatórios médicos. Fiquei chocada com a frieza do neurologista, a pressa e arrogância com que nos falou e imediatamente decidi que sairia em busca de outro profissional para cuidar de Flavia.

Voltei para casa e fiquei ao telefone com amigos e conhecidos pedindo a indicação de outro neurologista. Foi então que através de uma amiga consegui o telefone de um profissional que havia cuidado do pai de uma amiga dela e que trabalhava no Hospital Albert Einstein - Dr.Charles Chilbery. Liguei para o celular dele e fui atendida gentilmente, mas Dr.Chilbery me disse que não cuidava de crianças e me indicou então um neuropediatra no qual ele tinha absoluta confiança, a ponto, me disse, de entregar os próprios filhos aos cuidados desse médico. Telefonei imediatamente para o médico indicado e ele me prometeu que no dia seguinte faria uma avaliação neurológica em Flavia.

No dia seguinte eu estava novamente na ante-sala da UTI quando vi chegar o médico que cuidaria de minha filha, Dr.Fernando Arita, um simpático japonês. Apesar de nunca tê-lo visto deduzi que fosse ele e me apresentei. Era ele mesmo. Combinamos que conversaríamos tão logo ele terminasse a avaliação neurológica. Esperei e rezei. Quando o médico voltou, sentou-se a meu lado e me disse o que eu temia ouvir. O estado de Flavia era extremamente grave. Disse que na verdade naquele momento era difícil um diagnóstico preciso, pois os médicos da UTI estavam tentando "ressuscitar" Flavia" Um calafrio percorreu meu corpo e minha alma. Dr.Fernando me explicou com calma e sem pressa que ela estava em coma induzido que é um recurso usado pela medicina para diminuir a atividade cerebral ao máximo, deixando o cérebro em repouso a fim de evitar maiores danos aos neurônios que restaram.

Um comentário

Unknown disse...

Dr. Fernando é um anjo, um médico digno, um exemplo de profissional a ser seguido por todos em qualquer profissão... Ele cuida da minha filha Angela a mais de 8 anos, sou sua fã de carteirinha e indico a todos... Deus q o proteja para q ele continue cuidando de muitos e muitos pacientes com total dignidade,

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